“O Pintor Debaixo Do Lava-Loiças” é o quarto livro que já li de Afonso Cruz. Até agora, é a mais difícil de todas as suas obras para mim, um aluno da língua portuguesa, mas ainda é bastante fácil. A história começa no Império Austro-Húngaro ao final do século XIX e continua pela primeira guerra mundial até a segunda. Pelo caminho, o protagonista, Jozef Sors (baseado em Ivan Sors, o avô do autor) serve o seu país na primeira guerra, posto num balão, apaixona-se, enche muitos cadernos de desenhos, sobretudo de olhos, viajam para os estados unidos e perde os seus pais.
Há muitos capítulos curtos e muitos tratam-se dum discurso sobre uma questão filosófica. O autor brinca com ideias da mesma maneira que no seu livro infantil “A Contradição Humana”, mas de forma mais desenvolvida. O livro também me lembra do audiobook que acabei de ouvir hoje: “Night Train to Lisbon” porque ambos contam histórias de homens da Europa central que chegam em Portugal. O escritor do último leva-o muito mais a sério. Em ‘O Pintor Debaixo do Lava-Loiças’ existe absurdidade, piadas e até desenhos. Infelizmente, cada um é um duplo imagem por causa da baixa qualidade do papel: o leitor pode vê-las no verso do papel também.
Enfim, gostei de ler o livro, mas o final deixou-me insatisfeito porque senti que a história ficou inacabada.