Hoje, dei por mim sozinho e sem livro num café. Que pesadelo. De forma geral não gosto do kindle mas tenho alguns livros numa aplicação no meu telemóvel para tais emergências. Havia um livro infantil chamado “Manoelzinho”. 41 páginas. Perfeito para uma estadia de 10 minutos!
O livro conta a história de um coelho que não gosta de cenouras. Em vez de comer raízes, come chocolate. Por isso, em breve, Manoelzinho fica com um dente furado e isso é um bom lembrete para comer coisas saudáveis e escovar os dentes.
Estou a ler um livro sobre uma tripulação de cinco inglesas que remaram através do oceano Atlântico. A autora é a organizadora da expedição, Julia Immonen (com ajuda do escritor-fantasma Craig Borlase). As remadoras fizeram a travessia para consciencializar o mundo sobre a escravatura moderna, sobretudo o tráfico de pessoas para prostituição. Não costumo ler livros por escritores-fantasmas, mas este pareceu-me uma história inspiradora. Ela não tinha experiência nenhuma em remar mas superou todos os obstáculos para cumprir o seu objetivo.
A corrected review of O Enigma da Atlântida by Edgar P Jacobs with corrections by Talures, who kindly rewrote a whole sentence because it was so convoluted. I write like I talk sometimes and that’s not a good thing.
Geralmente, gosto de bandas desenhadas, mas achei este livro aborrecido. Já falei da história há uns dias. Gostei da ideia dos Açores serem os últimos vestígios da Atlântida, mas perdi a curiosidade muito depressa e tive de fazer um esforço para continuar a leitura. O cenário não faz o mínimo sentido: nem a história nem a sobrevivência durante séculos da cidade numa caverna sob o oceano, apesar da população disparar armas nessa caverna, de 5 em 5 minutos, provocando explosões e desabamentos. Não me agarrou tanto quanto uma BD do Tintim.
Eu e a minha filha vamos a pé para o centro de Londres amanhã. Há uma ligação por comboio mas preferimos levar “o pónei de Shanks” (Shanks’s pony = as nossas pernas) como dizemos em Inglaterra.
I love a story with a happy ending
2
Deixámos mais de 30 mil pegadas ao longo do caminho que segue o rio Tamisa. Chegámos na livraria à tarde e voltámos para casa com as malas cheias de livros.
O livro que estou a ler foi escrito por um belga. Pesquisei o seu nome e encontrei muitas imagens dele a chupar as ponteiras dos seus óculos . Este comportamento parece-me muito insólito. Não têm sabor nenhum; permanecem atrás das orelhas que é um lugar pouco limpo; ele não faria a mesma coisa com, por exemplo, um relógio de pulso ou um pente. Porque é que alguém acha esta postura transmite um ar pensativo? Isso é mais um mistério da vida.
“O Mar de Gelo” conta a história dum casal boémio que mora numa cave em Londres. Clive é um dramaturgo que começa todas as peças bem mas a quem falta a paciência para concluir a obra da* mesma maneira. Katie é uma atriz igualmente mal sucedida.
Durante uma época de escasso emprego, os dois fazem um plano de que Katie passará o Inverno com um escritor que ela conhece. É mais conhecido e mais rico mas ao que parece não se lembra dela de todo. Ela arranja uma série de encontros “inesperados” para renovar o seu conhecimento e acaba por passar algum tempo no seu castelo arruinado.
Senti-me sem ligação nenhuma aos protagonistas e ainda por cima não achei que houvesse química nenhuma entre eles. Citam frases literárias um ao outro, mas será que Clive ama Katie? Sei lá. Katie ama Tom? Estou a encolher os ombros. A única combinação que a autora não experimenta é Tom x Clive. Talvez isso seja a grande paixão escondida neste livro. Toma nota, Ana, se pensares em escrever uma sequela.
*Surprising prepositions #8,912 – He lacks the patience to conclude the book of the same way, not in the same way. This is like the example on yesterday’s text so I should probably try and practise this one.
“Racismo em Português” é um livro e uma série televisiva criados por Joana Gorjão Henriques, uma jornalista que trabalha no jornal Público. Comprei-o pensando que fosse um documentário sobre o racismo em Portugal mas não é. A jornalista entrevistou várias pessoas – jornalistas, músicos, ativistas – em cada um dos cinco países africanos de língua oficial portuguesa (“PALOP”). O objetivo do documentário é confrontar o racismo do Império português e os efeitos que permanecem nos países ex-coloniais nos dias de hoje. Estou ligeiramente desiludido porque queria saber mais sobre a realidade em Portugal em si, mas não importa muito porque este assunto é fascinante também. Não há narração durante o documentário. A jornalista deixou os entrevistados falarem sem os interromper. Foi interessante ouvir as opiniões deles sobre oseu ambiente, onde tantos edifícios ficam com o estilo do antigo poder colonial, e sobre as atitudes mentais que persistem ainda na vida cultural do povo.
Quanto ao livro, a narrativa é mais estruturada: a jornalista encaixa as palavras transcritas dos entrevistados num contexto que (segundo a sua própria introdução) retira muita inspiração do pós-modernismo que está muito na moda em círculos académicos nos Estados Unidos, que tem uma visão muito simplificada do percurso da história, e uma visão de racismo para com pessoas negras como o pecado original que explica todos os males dos nossos tempos. Isso ressoa em várias entrevistas também, mas parece-me que a jornalista amplifica-o ainda mais. Uma entrevistada fala de “micro-agressões” que faz pouco sentido em geral mas faz ainda menos numa sociedade onde brancos e mestiços de pele clara constituem uma minoria da população. No capítulo sobre a situação em Angola, ela fala de “privilégio branco” ainda que haja poucos brancos para serem privilegiados. Um mestiço (ou seja “produto da miscigenação” 😬) pergunta-se “Será que eu preferiria não existir, será que isso teria tirado algum peso, o não ter havido colonização [….] Então não dá para responder porque eu não estaria cá para responder e não há como comparar porque não há como voltar atrás”. Esta conversa marcou-me muito, tanto no livro quanto no documentário, porque a vida daquele homem é emblemática do estado em que nos encontramos no século XXI. Devemos escolher: ou nós focamos no passado ou no futuro. Ou responsabilizamos as pessoas claras por existirem e por serem ‘privilegiadas’ ou afastamo-nos da ideia de raça e trabalhamos para criar um mundo em que nos tratamos como se fôssemos iguais porque somos iguais mesmo, digam o que os racistas disserem.
The ruins of empire… And whether I’m referring to the image on the TV or the mess that surrounds it, I’ll leave it to you to decide.
Este livrinho é um conto que descreve o afastamento da avó paterna duma família depois da morte do seu filho (o pai do narrador). É breve, claro, mas a autora Cláudia Oliveira, consegue retratar o percurso da tragédia de modo simples para que entendamos a tristeza da situação.
“O Dia em que Deixei de Falar com a Minha Avó” is available from kobo and kindle. It’s a short read. The vocabulary is a little difficult for newer readers, so keep a dictionary handy but it’s short so it’s not going to feel like a slog or anything.
Two texts based on our recent trip to France with corrections
A minha esposa irá trabalhar no hospital durante a noite da passagem do ano. Eu e a minha filha vamos hoje para* Paris para celebrar o novo ano porque será mais divertido do que ver televisão sozinhos. Ela está a aprender francês, portanto podemos fingir que a viagem é “trabalho de casa” em vez de um desperdício de dinheiro.
Shakespeare and Company, Paris
Pela segunda vez neste ano, ficámos** numa fila para entrar numa loja. Desta vez, foi a Shakespeare and Company. A visita correu mil vezes melhor do que a na Lello. A Lello parece uma lata de sardinhas cheia de clientes***. A S&C é uma livraria fixe, com menos pessoas e além disso é proibido tirar fotografias. Acreditem ou não, os clientes entram para comprar livros e não para fazer cara de pato nas escadas. Adorei.
*I used “a” instead of “para” here but that would be more of a fleeting visit, not a two day jaunt.
**This was the text that triggered my post about Brazilian portuguese a couple of days ago
***I used “um chouriço enchido de clientes” because that appealed to me. It’s been changed to a more conventional portuguese expression. I think simile works OK, but there are other expressions using chouriço-stuffing so it’s probably a bit confusing. Encher chouriços means to waffle: to fill in time or pad out speech or essay with boring filler.
O Ano Sabático é um livro de João Tordo que conta a história dum músico português que mora na Canadá. Durante uma crise pessoal, o protagonista regressa para Lisboa onde fica obcecado com um outro músico cujo concerto inclui uma peça de música exatamente igual à sua própria obra. Fica convencido de que os dois têm uma ligação. É um livro assombroso que me deixou com muitas perguntas!