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A Gorda – Opinião

Here’s a corrected review of a book I’ve been listening too lately called A Gorda (The Fat Woman) by Isabela Figueiredo. It has had rave reviews (this guy, for example, names it as his first, second and third best book of 2022) and… Well, it’s not the easiest book I’ve ever read, and I probably didn’t get all the nuance but I hung in there and managed to follow. The vocabulary is passable for upper-intermediate readers. You can buy the book at Bertrand or grab the audio version to listen to on your phone using the Kobo App.

A Gorda de Isabela Figueiredo

A Gorda é um romance escrito por Isabela Figueiredo, que retrata uma portuguesa da minha geração, que “transporta (…) ou seja arrasta” 40 quilogramas de peso com ela. Ao longo da sua vida, sofre muitos problemas e muitos reveses. Nasceu no ultramar e volta para Portugal nos anos setenta com os outros retornados (se não me engano esta foi a experiência da autora também). Perde os pais e é traída por amigos, colegas e amantes e sente-se constrangida pelos efeitos deste peso excessivo, mas tem vontade de viver a sua vida, portanto recusa soçobrar.

Durante o percurso da história, a autora faz referência aos eventos da época na qual a protagonista se encontra: o Incêndio do Chiado, a crise financeira de 2008-9 e vários outros. Isto situa-nos na história do país e reforça a realidade da protagonista. Lembra-nos que pessoas assim existem mesmo, e a história não é uma fantasia abstrata sem ligação ao mundo verdadeiro.

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Manoelzinho

Manoelzinho

Hoje, dei por mim sozinho e sem livro num café. Que pesadelo. De forma geral não gosto do kindle mas tenho alguns livros numa aplicação no meu telemóvel para tais emergências. Havia um livro infantil chamado “Manoelzinho”. 41 páginas. Perfeito para uma estadia de 10 minutos!

O livro conta a história de um coelho que não gosta de cenouras. Em vez de comer raízes, come chocolate. Por isso, em breve, Manoelzinho fica com um dente furado e isso é um bom lembrete para comer coisas saudáveis e escovar os dentes.

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Remar

Row for Freedom

Review of “Row for Freedom” by Julia Immonen.

Estou a ler um livro sobre uma tripulação de cinco inglesas que remaram através do oceano Atlântico. A autora é a organizadora da expedição, Julia Immonen (com ajuda do escritor-fantasma Craig Borlase). As remadoras fizeram a travessia para consciencializar o mundo sobre a escravatura moderna, sobretudo o tráfico de pessoas para prostituição. Não costumo ler livros por escritores-fantasmas, mas este pareceu-me uma história inspiradora. Ela não tinha experiência nenhuma em remar mas superou todos os obstáculos para cumprir o seu objetivo.

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O Enigma da Atlântida

O Enigma da Atlântida by Edward P Jacobs

A corrected review of O Enigma da Atlântida by Edgar P Jacobs with corrections by Talures, who kindly rewrote a whole sentence because it was so convoluted. I write like I talk sometimes and that’s not a good thing.

Geralmente, gosto de bandas desenhadas, mas achei este livro aborrecido. Já falei da história há uns dias. Gostei da ideia dos Açores serem os últimos vestígios da Atlântida, mas perdi a curiosidade muito depressa e tive de fazer um esforço para continuar a leitura. O cenário não faz o mínimo sentido: nem a história nem a sobrevivência durante séculos da cidade numa caverna sob o oceano, apesar da população disparar armas nessa caverna, de 5 em 5 minutos, provocando explosões e desabamentos. Não me agarrou tanto quanto uma BD do Tintim.

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O Mar de Gelo – Ana Teresa Pereira

Ana Teresa Pereira - O Mar de Gelo
O Mar de Gelo

O Mar de Gelo” conta a história dum casal boémio que mora numa cave em Londres. Clive é um dramaturgo que começa todas as peças bem mas a quem falta a paciência para concluir a obra da* mesma maneira. Katie é uma atriz igualmente mal sucedida.

Durante uma época de escasso emprego, os dois fazem um plano de que Katie passará o Inverno com um escritor que ela conhece. É mais conhecido e mais rico mas ao que parece não se lembra dela de todo. Ela arranja uma série de encontros “inesperados” para renovar o seu conhecimento e acaba por passar algum tempo no seu castelo arruinado.

Senti-me sem ligação nenhuma aos protagonistas e ainda por cima não achei que houvesse química nenhuma entre eles. Citam frases literárias um ao outro, mas será que Clive ama Katie? Sei lá. Katie ama Tom? Estou a encolher os ombros. A única combinação que a autora não experimenta é Tom x Clive. Talvez isso seja a grande paixão escondida neste livro. Toma nota, Ana, se pensares em escrever uma sequela.

*Surprising prepositions #8,912 – He lacks the patience to conclude the book of the same way, not in the same way. This is like the example on yesterday’s text so I should probably try and practise this one.

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Racismo Em Português

Racismo Em Português de Joana Gorjão Henriques
Racismo Em Português

Racismo em Português” é um livro e uma série televisiva criados por Joana Gorjão Henriques, uma jornalista que trabalha no jornal Público. Comprei-o pensando que fosse um documentário sobre o racismo em Portugal mas não é. A jornalista entrevistou várias pessoas – jornalistas, músicos, ativistas – em cada um dos cinco países africanos de língua oficial portuguesa (“PALOP”). O objetivo do documentário é confrontar o racismo do Império português e os efeitos que permanecem nos países ex-coloniais nos dias de hoje. Estou ligeiramente desiludido porque queria saber mais sobre a realidade em Portugal em si, mas não importa muito porque este assunto é fascinante também. Não há narração durante o documentário. A jornalista deixou os entrevistados falarem sem os interromper. Foi interessante ouvir as opiniões deles sobre o seu ambiente, onde tantos edifícios ficam com o estilo do antigo poder colonial, e sobre as atitudes mentais que persistem ainda na vida cultural do povo.

Quanto ao livro, a narrativa é mais estruturada: a jornalista encaixa as palavras transcritas dos entrevistados num contexto que (segundo a sua própria introdução) retira muita inspiração do pós-modernismo que está muito na moda em círculos académicos nos Estados Unidos, que tem uma visão muito simplificada do percurso da história, e uma visão de racismo para com pessoas negras como o pecado original que explica todos os males dos nossos tempos. Isso ressoa em várias entrevistas também, mas parece-me que a jornalista amplifica-o ainda mais. Uma entrevistada fala de “micro-agressões” que faz pouco sentido em geral mas faz ainda menos numa sociedade onde brancos e mestiços de pele clara constituem uma minoria da população. No capítulo sobre a situação em Angola, ela fala de “privilégio branco” ainda que haja poucos brancos para serem privilegiados. Um mestiço (ou seja “produto da miscigenação” 😬) pergunta-se “Será que eu preferiria não existir, será que isso teria tirado algum peso, o não ter havido colonização [….] Então não dá para responder porque eu não estaria cá para responder e não há como comparar porque não há como voltar atrás”. Esta conversa marcou-me muito, tanto no livro quanto no documentário, porque a vida daquele homem é emblemática do estado em que nos encontramos no século XXI. Devemos escolher: ou nós focamos no passado ou no futuro. Ou responsabilizamos as pessoas claras por existirem e por serem ‘privilegiadas’ ou afastamo-nos da ideia de raça e trabalhamos para criar um mundo em que nos tratamos como se fôssemos iguais porque somos iguais mesmo, digam o que os racistas disserem.

The ruins of empire… And whether I’m referring to the image on the TV or the mess that surrounds it, I’ll leave it to you to decide.
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O Dia Em Que Deixei de Falar Com A Minha Avó

O dia em que deixei de falar com a minha avó de Cláudia Oliveira

Este livrinho é um conto que descreve o afastamento da avó paterna duma família depois da morte do seu filho (o pai do narrador). É breve, claro, mas a autora Cláudia Oliveira, consegue retratar o percurso da tragédia de modo simples para que entendamos a tristeza da situação.

“O Dia em que Deixei de Falar com a Minha Avó” is available from kobo and kindle. It’s a short read. The vocabulary is a little difficult for newer readers, so keep a dictionary handy but it’s short so it’s not going to feel like a slog or anything.

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Ninfas e Adamastors

Ninfas e Adamastores

Ninfas e Adamastores é um conto escrito por Raquel Ochoa que fala sobre uma família judia* cujo pai emigra para a ilha de S Miguel nos Açores deixando a sua mulher grávida para trás no Magrebe.

A história faz parte duma série lançada pelo jornal Diário de Notícias sob a rubrica de “Contos Digitais”. Já li alguns contos da mesma coleção e ainda que este não seja o meu favorito, vale a pena. Não o odeiei!

*Feminine of judeu – which apparently is a very irregular adjective!

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Ser Português: Resumo

Here’s the summary of the book I’ve been reading and discussing in my texts lately. Thanks as usual to Dani for the corrections. TL;DR – it’s weird and you could probably find a better book in the same subject.

Ser Português de António Lameira (Frei António)

Já acabei de ler este livro, mas fiquei com várias dúvidas. Houve muitas coisas que me deixaram boquiaberto (por exemplo isso dos bens do analfabetismo)

Li-o com muita atenção porque quero entender mais sobre a cultura portuguesa e este livro pareceu prometer iluminação mas… Sei lá… Nem sempre tenho certeza de que compreendi perfeitamente o que ele queria dizer. Entendi mal algumas palavras? Levei-o a sério de mais? Perdi um tom irónico? E ainda por cima, mesmo que tenha compreendido perfeitamente, quão típicas são as opiniões dele? Claro está que é um homem religioso e conservador. Então é só ele que acredita nesta ou naquela afirmação ou será que a maioria dos portugueses concordam.

Mas é sempre interessante ler as opiniões de pessoas com outras perspetivas, portanto vou ver este livro como um ponto de partida, em vez duma chave que desvendará os segredos da alma dum povo!

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“Rússia e Europa, Uma Parte do Todo” de José Milhazes: Opinião

José Milhazes: Russia e Europa: uma parte do todo

Here’s a review I did of this non-fiction audiobook. I was surprised at how easy it was to follow. It’s read really clearly and the vocabulary isn’t too bad, so if the topic interests you, I can recommend it. Of course it’s written before the current war in Ukraine so it’s a little out of date, but it is a good primer all the same. You might remember Milhazes in his role as a pundit earlier this year, when he shocked the nation by translating a Russian crowd chant a little too literally.

Estou a ouvir um audiolivro de José Milhazes. O título do livro é “Russia e Europa – uma Parte do Todo”. É uma tentativa de descrever a história daquele país, enfatizando os laços que o ligam aos outros países do continente, para que o vejamos como uma nação com a sua própria história, em vez de o tratar como uma ameaça e mais nada.

Uma grande parte dos conteúdos fala sobre a fricção entre a Rússia e o ocidente (especificamente a EU e os EUA) por causa das invasões dos seus vizinhos, o que não se inscreve* rigorosamente dentro do tópico, mas não faz mal, vale mesmo a pena considerar a perspetiva russa neste conflito, mesmo que não haja desculpa para o que está a acontecer.

*Interesting correction here. I originally wrote it as “o que não é rigorosamente dentro do tópico” but that doesn’t work as a word-for-word translation.