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O Que Dizer Das Flores

Ando a ler 872 livros em simultâneo mas comecei ontem “O Que Dizer Das Flores” de Maria Isaac que tem uma capa bonita.  Existe um vídeo no YouTube no qual a autora lê o seu primeiro capítulo. Confesso que não entendi tudo apesar de ouvir três vezes, mas não fiquei desencorajado. Li o capítulo com os meus olhos, segundo a vontade de Deus. Gostei imenso, e li-o mais uma vez, sublinhando as palavras desconhecidas e as palavras que conheço mas que não fazem parte do meu vocabulário falado.

Tenho muita vontade de ler este livro. Além de ser interessante (até agora!) é desafiante. Acho que me vai desafiar, mas não é tão difícil que me vá chatear a cabeça.

Eis um resumo do capítulo que usa o maior número possível de palavras que me chamaram a atenção.

O capítulo apresenta um padre chamado Elias Froes, que vive em Monte-o-Ver, um vilarejo pequeno e parado, povoado por “ilustres atrapalhadas” e enjeitados incluindo os membros do seu rebanho.  Apesar de estarem ocupados com cochichos e pequenos dramas, mantém-se otimistas. Por exemplo, um tal cantoneiro tenta fazer o melhor com o que lhe sobra nesta esquina esquecida do país. Esmera-se no seu trabalho e acaricia as árvores. Como pano de fundo, a autora descreve uma paisagem montanhosa, com campos de arroz alagados e canaviais.

O padre, um homem bondoso, desloca-se para a igreja. Enquanto anda pelo caminho uma aura de pó embranquece a bainha da batina.

Cruza-se com uma criança empoleirada num murro. Debaixo da aba do seu chapéu de palha, cumprimenta-a como Catalina. Ela está resguardada pela folhagem do castanheiro e olha para o padre de soslaio. Tem o pato de estimação ao pé dela.

O padre pisa nos paralelos* da praça do município na hora de fechar**. Os lojistas saúdam-no enquanto rodam a sinalética nos vidros. Devolve-lhes os cumprimentos. A única exceção é o dono do Café Central, Jorge Mondego, um homem pouco simpático, nascido entre as barracas dos baldios longe do canavial, que levanta a mão num gesto ambíguo, ao qual o padre responde à cautela para não o incomodar.

Mas o padre tem um segredo. Irá morrer. Claro que todos nós esticamos o pernil no final de contas mas o padre tem os pés para a cova: leva no bolso um parecer médico que oficializa o destino.

“O rodar de sinalética” confused me but I’m pretty sure it means this. The rotation of signage. Everyone is busy shutting up shop and turning their signs round.

*The word paralelepípedo means cuboid, like the shape of a brick, and an individual brick is called a paralelos, so this just means he’s set foot on the pavement which is made of these rectangular bricks.

**I originally put “hora de fechamento” and that seems fine in Brazil but not in Portugal.

O Que Dizer Das Flores” is a standalone, but I’m told a earlier book, “Onde Cantam os Grilos” has some of the same characters, and so does a later work, Quantos Ventos na Terra, so if you are the sort of person who likes everything to be part of a trilogy, be aware that this is the middle book, and you don’t want to start here!

Author:

Just a data nerd

One thought on “O Que Dizer Das Flores

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