Mais um romance exigente. Ouvi-o como audiolivro que me deu água pela barba, e não só água mas leite e sumo de laranja também. Não estou acostumado a ouvir sotaques brasileiros durante tanto tempo.
Brás Cubas conta a história da sua própria vida após o fim da mesma. Refere-se várias vezes ao Candide de Voltaire, e realmente este livro é do mesmo género. O ritmo é mais lento: enquanto o Candide corre de cena para cena, este anda em saltinhos, de um assunto para um outro, com pensamentos aleatórios, uns profundos, outros engraçados.
O livro foi traduzido por Margaret Jull Costa (tradutora das obras mais recentes de Saramago) e também ouvi a versão inglês para reforçar a minha noção do desenrolar da história, e ainda bem, porque não compreendi muito bem o que o narrador brasileiro disse.
Eu sei que este livro está muito na moda atualmente por causa do elogio de uma influenciadora americana, e não tenho a mesma opinião, mas vale a pena, sem dúvida.