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Prazer, Camaradas

Quite a long text, this. I split my review up over three days. Thanks to Dani Morgenstern for the corrections. I’ve put quite a few footnotes at the bottom where the mistakes were interesting enough to warrant it.

As you’ll see in the text, I had quite a bit of trouble getting hold of a copy due to the only online supplier, FNAC, refusing to guarantee delivery due to the supply chain mess we have referendummed ourselves into, so if you’re in the UK and interested in this, you might have to wait a while.

Tive oportunidade de ver este filme num festival de cinema português há dois anos mas estava doente. Logo depois, chegou a covid e a estreia do filme foi andou adiada*. Finalmente, quando reabriram as lojas online, havia problemas com as encomendas internacionais nesta ilha parva.
Enfim, depois de tantos obstáculos, a minha sobrinha (que é muito simpática) entregou-me uma cópia** depois de fazer férias na Madeira.
Tenho tantas coisas para dizer! Mas não quero sobrecarregar as professores, portanto irei escrever mais amanhã e provavelmente fico com alguns pormenores até o dia a seguir***!

O filme que mencionei ontem conta a história de um grupo de estrangeiros que chegam a**** Portugal em 1975 para participar na criação de uma melhor sociedade depois da queda do Estado Novo. São marxistas e passam o verão numa quinta cooperativa. Os protagonistas apresentam-se no início do filme. “O meu nome é Mick e tenho 18 anos” diz um idoso de sessenta e tal anos, e os outros também se declaram “jovens” de grande idade. Fiquei curioso, mas acontece que os realizadores tomaram a decisão de usar habitantes da aldeia, agricultores das cooperativas e até uns estrangeiros que realmente fizeram a peregrinação ao centro da ação pós-revolucionária. Portanto, cada pessoa na tela tinha cabelos cinzentos mas protagoniza a um jovem radical e idealista*****. Além disso, utilizam iPhones e não há tentativa nenhuma de recriar o mundo dos anos setenta. É uma ideia gira, com resultados mistos. Mas vou escrever mais amanhã!

A filme tenta esboçar as atitudes dos portugueses e dos estrangeiros e das****** pessoas de diversas gerações em relação ao sexo*******. Naquela época, a Europa estava em plena revolução sexual mas Portugal tinha sido reprimido por um governo conservador e por uma igreja que andava de mãos dadas. Os estrangeiros trabalham nos campos (mesmo que sejam fracas, comparados com os camponeses) e trazem com eles a cultura da igualdade dos géneros e do amor livre.
Às vezes, este contraste entre culturas é iluminador ou até engraçado, sobretudo quando o idealismo dos jovens faz parte do diálogo. Por exemplo, há uma cena em que três estrangeiras aparecem num sonho dum jovem marxista (um jovem com barba grisalha!) Afagam os seus próprios seios ao tentar seduzi-lo.
“Fumo, Pedro, não só em casa mas na rua e no mercado também.”
“Não há melhor método de mudar as relações de produção do que beijar em público e fazer muito amor”.
Infelizmente, há cenas um bocado menos efecazes e até embaraçosas, mas isso não me importa muito. Adorei o filme e fico contente por tê-lo visto.

*adiado (delayed) not atrasado (late)

**I used the word “exemplar” which is the word I usually use for a copy of a book but although not fully wrong, “cópia” was given as a suggested improvement in the context of a film.

*** O dia a seguir (the day to come) not o dia depois (the day after)

****They arrive “a Portugal” not “em Portugal”. A good example of an unexpected preposition change between languages. We would definitely arrive in Portugal, not at it.

*****I started off translating, in my head “each one… Had grey hair but they portrayed…”. But in Portuguese you don’t tend to use the “they”, so this shift from singular to plural in the same sentence doesn’t really work, and my “protagonizavam jovens radicais…” got switched to “protagonizava um jovem radical…”.

****** I keep making this mistake. In English we would say “of the Portuguese and the foreigners but in Portuguese it has to be” of the Portuguese and of the foreigners.

******* it would sound weirdly formal in English but the “em relação” is necessary here.

Author:

Just a data nerd

One thought on “Prazer, Camaradas

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