Comprei este livro educativo porque queria desvendar os segredos daquela criatura admirável, a Madeirense. E estepilha, não me desiludiu! Ua cão!
O texto dá muitos exemplos das expressões idiomáticas e do vocabulário do arquipélago, assim como da cultura, mas, para mim, as páginas mais úteis são as que explicam o sotaque e que realçam as diferenças entre o da Madeira e o da ilha de São Miguel nos Açores*. Já ouvi montes de madeirenses a falar e sei que existem semelhanças entre os dois sotaques mas não percebi especificamente como a voz madeirense diverge da voz micaelense. Em suma é isto: fala de boca bem aberta. Esta dica, combinada com as páginas sobre a substituição de vogais dá para entender porque os madeirenses falam assim.
As páginas do livro têm imensas cores, com ilustrações bonitas e, em algumas há códigos QR para ligar a uma gravação ou um recurso online para esclarecer algum tópico. O livro é muito divertido e elucida muitas dúvidas. Recomendo aos homens que têm uma esposa madeirense e como resultado “têm tude“. Se não entendes patavina quando ela fala precisas disto!
Ah mãe, ca cagança!

*Nunca antes me perguntei “porque é que se diz OS Açores enquanto são ilhas e ilha é feminina?” É porque existe uma regra de que lugares como O Porto e A Costa do Marfim, cujos nomes se referem a uma coisa específica tendam de adotar o género daquela coisa, e neste caso um açor é uma espécie de ave de rapine (o nosso “goshawk”)