
Começámos por tomar o pequeno-almoço no café Brunch Club. Como provavelmente já adivinharam, este café não é um autêntico café madeirense. Não, é uma armadilha para influenciadores. Depois, explorámos mais lugares da juventude da minha esposa, e andámos à vontade. Embarcámos num barco turístico às três horas e passámos 3 horas no mar entre o Funchal e as ilhas Desertas*. Vimos dois grupos de baleias-piloto, que me chatearem muito porque senti-me obrigado a largar o meu livro para vê-las. Mas consegui ler dois capítulos apesar da distração.
À noite, comemos sopa com pão de casa** e manteiga.
Por falar em “Armadilhas de influenciadores”, o que mais me chamo a atenção no Nono Dia das férias foram os cartazes colados a várias paredes que deploram a presença de tantos turistas na ilha. “Não sou turista, eu vivo aqui. A cultura da Madeira tem que*** voltar a ser a cultura da Madeira – QM Antifascismo”

Pois é. Também vivo numa ilha onde temos turistas e imigrantes, incluindo madeirenses (sou casado com uma!), mas este ponto de vista: “há estrangeiros a mais, temos de preservar a nossa cultura” não é chamado “Antifascismo” por cá. Quase o oposto. É estranho como a política tem formas diferentes em lugares diferentes. Mas é um verdadeiro problema: em qualquer parte, temos de estabelecer um equilíbrio entre uma sociedade com as suas próprias tradições e a vontade das pessoas de viajar, migrar e trabalhar onde quiserem. Por causa do globalismo, esta tensão vai aumentar cada ano mais e não é nada fácil de resolver.
Tirei fotos dos cartazes como nós turistas costumamos fazer.
*The name of the island, not just deserted islands
**This isn’t just a way of saying “homemade bread” it’s an actual type of bread. Recipe here.
***Grammatically, it’s more correct to say “tem de” but that’s how it appears in the poster.