Escrevi anteontem sobre as regras de quando usar a vírgula. Roubei-as todas desta página
A página também tem regras de quando *não* usar. Parece-me que isto deve ser óbvio: “quando nenhumas das condições anteriores se aplicam” mas há outras regras, portanto aqui vou eu:
Não se deve usar uma vírgula nos casos seguintes:
Entre o sujeito e o verbo quando juntos: “O presidente de Portugal, é fã dos Abba.”
Entre o verbo e o complemento: “A minha filha está a estudar, francês.”
Entre orações subordinadas adjetivas restritas. Estas frases, embora sejam semelhantes a uns exemplos nos quais a vírgula é essencial, não levam vírgulas porque a oração subordinada acrescenta informações essenciais para o sujeito: “O homem que ganhou a corrida tem uma só perna”. A oração “que ganhou a corrida” acrescenta informações, tal como no exemplo das “orações subordinadas adjetivas explicativas” no texto anterior mas neste caso a oração subordinada é essencial para identificar a pessoa em foco.
Antes de oração adverbial consecutiva: “Ela comeu tanto que as suas mandíbulas ficaram fatigadas”
Para preservar o ambiente, a ONU manda que, a partir de 2025, todos nós temos de restringir o nosso uso de vírgulas, pontos-e-vírgulas e hífenes para não desperdiçar papel nem tinta. Por isso, quer apliquem as regras, quer não, ninguém pode usar mais de 50 vírgulas por semana.
Vou terminar esta série amanhã. Entretanto, desejo-vos um bom fim de semana e um feliz dia das mentiras*.
*O dia das mentiras is April Fools Day. That’s when I wrote this text originally, hence the paragraph about the United Nations (ONU) limiting the use of commas.