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Breviário das Almas

Breviário das Almas

Este conjunto de contos interligados é incrível. Quero comparar Joaquim Mestre a um autor britânico cuja obra está muito na moda hoje, Alasdair Gray, autor do livro “Poor Things” que foi recentemente adaptado ao cinema. O seu “Unlikely Stories Mostly” também tem ilustrações e também tem elementos de humor e de magia, mas talvez a obra do Gray seja ainda mais lúdica e ainda mais mágico. Uma comparação mais apropriada seria com Calvino ou com Borges. A escrita é onírica, assombrada pela morte, mas tem uma simplicidade e um humor que avivam a leitura. Após algum tempo, vemos os laços que ligam os contos, uns aos outros, tornando o livro quase um romance episódico. Sem dúvida vou procurar mais livros do mesmo autor.

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Reading (and Watching) List

Reading a book

Eis a minha lista de livros para quem quiser saber mais sobre a revolução em Portugal, e os anos antes e logo depois

Livros já lidos

Livros que quero ler mas ainda não li

Livros que não li porque não são livros mas sim filmes

  • Capitães de Abril (disponível aqui em português e acho que o Apple TV tem uma versão dobrada ou legendada mas não tenho)
  • Escolha insólita: Prazer Camaradas é estranho mas numa maneira interessante. Existe uma versão gratuita no Arquivo da Internet mas não experimentei porque tenho um DVD portanto sei lá o quão nítida é a imagem. Boa sorte!)
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A Commercial Break: Books and Where to Read Them

I mention books on here a lot. Wook have what looks like a pretty generous sale to celebrate the anniversary of the revolution so if you want to have someone fill a box with literature and have it shipped across the sea, this is probably a good way to do it.

25 de Abril Wook Sale
(affiliate link)

They say books can bring down dictatorships, but so can other inanimate objects, so if you need somewhere to read your book, you could always buy the most effective weapon against dictatorships Portugal has yet devised: a chair. They look great don’t they? I’m a bit intimidated by the lack of a price though. I’d like one but I feel like it might be one of those “If you have to ask how much it is, you can’t afford it” situations.

What do chairs have to do with dictatorships? Um… well, nothing really, I’m just being daft, but Salazar died in 1970 after being incapacitated for two years because he’d fallen out of a chair, so if you are looking for an excuse to buy a new chair, there’s your excuse. It’s to show your support for Democracy!

Oh my god, that’s two posts in a row in english. I’d better get my act together

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O Almanaque da Língua Portuguesa

Este livro é uma caixa de delícias, dispostas em forma de um calendário. Cada mês tem a sua lista de datas importantes (dias nacionais, aniversários de autores), uma dúvida do mês, dicas para melhorar a escrita, listas de palavras saborosas e umas amostras da perícia do autor no campo da história do desenvolvimento da língua portuguesa.

O formato do livro é perfeito para quem tem pouco tempo ou que anda distraído (como eu nas últimas semanas!) e que quer ler algo interessante mas fácil entre as tarefas do dia-a-dia. Há ideias que aparecem nos seus outros livros mas de forma menos pormenorizada e menos pesada. E também existem novidades.

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Pais de April

Pais de Abril

Este livro surpreendeu-me, porque, pelo título, tinha assumido que fosse uma homenagem à revolução que decorreu em Abril de 1974, mas não é! O poema que deu o seu nome à antologia foi escrito em 1965! Mas o poeta teve um papel ativo na luta contra a ditadura, portanto aquele espírito revolucionário permeia a sua obra, quer durante aqueles anos escuros, quer nos poemas escritos após o estabelecimento da democracia. Portanto, eu não estava assim tão longe da verdade!

Thanks to Cristina of Say It In Portuguese for the help here.

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Doze Reis e a Moça no Labirinto do Vento (Marina Colasanti)

Doze Reis e a Moça no Labirinto do Vento

Este livro é uma coleção de contos que têm a atmosfera de contos de fadas: as personagens são reis, princesas e feiticeiras, entre outras. Mas apesar destas histórias curtas terem o mesmo tom dos contos infantis, há algo mais escuro nos temas das narrativas. E a estrutura da linguagem e a escolha das palavras dão um ar muito mais “adulto” à coleção.

A autora é uma brasileira muito premiada, mas o meu exemplar foi publicado pela editora Tinta de China para leitores portugueses. Como sempre, o livro, como objeto físico, é muito bonito, com capa dura cantos redondos e folhas grossas. Até cheira bem.

Thanks to Cristina for the corrections

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O Pequeno Livro dos Medos Sergio Godinho

O Pequeno Livro dos Medos

O Pequeno Livro dos Medos é um livro infantil que está disponível como Audiolivro na livraria Wook. O autor fala, sob a perspetiva de uma criança, sobre o significado da palavra e como nós sentimos esta emoção tão constrangedora. O terceiro capítulo é um conto, lido ao narrador pelo avô dele que foi originalmente escrito para o seu filho (ou seja para o pai do narrador quando era jovem… eh pá, esta frase precisa de uma árvore geneológica para ilustrar estes relacionamentos, não é?).

Sendo um livro infantil, a linguagem é muito fácil em termos da gramática, mas o seu estilo* não é tão simples que se torne aborrecido para leitores mais crescidos. Recomendo para quem nunca tenha lido** um Audiolivro em português, mas queria experimentar.

*I wrote “estilo de escrever” but it sounds redundant since estilo is more specific than “style” (definition 6 here)

**Nesta casa, não aceitamos que ouvir um audiolivro “não conte” como leitura!

Thanks to Cristina of Say it in Portuguese for unfudging this box of chocolates

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Maratona Literária

Hoje é o aniversário do nosso casamento. 22 anos de casamento luso-britânico! Mas não é por isso que venho, por este meio, bloguear. Hoje é o primeiro dia da primavera e vou participar numa maratona literária baseada na estação do ano em que estamos a entrar. A anfitriã é uma booktuber portuguesa e ela escolheu 16 categorias relacionadas com aquele tema. Estou ligeiramente preocupado pelo tamanho do desafio: 16 livros é muita coisa! Serei capaz de ler tanto e continuar a fazer o meu trabalho de casa? Vamos ver. Mas entretanto, aqui está a minha TBR! Fazemos votos de uma boa primavera, um casal no verão da nossa vida junta!

1. Livro recomendado no bookmediaBreviário das Almas (Joaquim Mestre – mas não me lembro quem mo recomendou 😕)

2. Livro onde há uma mudança A Noite (José Saramago – Spoiler alert, o que muda é o país)

3. Livro que aborde Liberdade Vinte Cinco a Sete Vozes (Alice Vieira – mais um livro sobre o dia 25 de Abril, que será durante a maratona)

4. Livro com flores na capaO Que Dizer das Flores (Maria Isaac)

5. Livro cujo título comece com a letra R (de Renascer) Regras de Isolamento (Djamilia Pereira de Almeida, Humberto Brito)

6. Livro de autoria NacionalA Sereia de Curitaiba (Rhys Hughes – o único livro que tenho de um autor britânico mas escrito em português)

7. Livro cuja capa tenha tons verdes e/ou amarelo Almanaque da Língua Portuguesa (Marco Neves)

8. Livro com humor Certas Coisas que Não Sei Explicar (João Quadros)

9. Livro com personagens LGBTQIA+No Meu Bairro (Lúcia Vicente – encomendei este livro da Wook porque não tenho nada do género em casa. Espero que o carteiro saiba nadar)

10. Livro infantil ou que remeta à vossa infânciaDoze Reis e a Moça no Labarinto do Vento (Marina Colasanti)

11. Livro de um género que não costumas ler País de Abril (Manuel Alegre – mais uma vez, enfrento o meu inimigo: poesia)

12. Livro de uma série (mínimo duologia)Uma Aventura nas Férias de Páscoa (Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada… O quê? Faz parte de uma série!)

13. Livro que tens estado a adiarA Noite em Que o Verão Acabou (João Tordo – comecei este livro durante uma maratona do ano passado mas não consegui terminar e logo depois comecei mais uma maratona. 460 páginas ficam por ler)

14. Livro com vários pontos de vista (capítulos por personagem)Se Perguntarem Por Mim Digam que Voei (Alice Vieira – acho que tem capítulos do ponto de vista de cada um das três raparigas)

15. Livro com mais de 400 páginasMeridiano 28 (Joel Neto – este tem bom aspeto mas estes calhamaços portugueses assustam-me)

16. Livro com menos de 200 páginas – A Implosão (Nuno Júdice – quero incluir um livro deste autor porque faleceu recentemente)

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Coisa Que Não Edifica Nem Destrói – Ricardo Araújo Pereira

Ricardo Araújo Pereira - Coisa que não Edifica Nem Destrói

Neste livro, o humorista Ricardo Araújo Pereira fala da sua vocação: o humor. Não admirará ninguém que o livro é engraçado e que dá motivos de reflexão nos tempos de hoje, como grande parte da obra dele. Fala sobre as raízes de humor e os métodos que os mestres usam para o produzir. Também fala sobre a tendência das pessoas, tanto nesta época quanto no passado, para ficarem zangadas e não aceitarem as piadas feitas sobre elas próprias. O exemplo mais recente é o de Chris Rock, mas há muitos ditadores e ainda mais terroristas que querem matar quem não obedece às regras aleatórias que eles querem impor à gente.

O autor dá muitos exemplos e citações selecionadas da história incluindo Roland the Farter e Ronnie Corbett (da Inglaterra), Mark Twain e Bill Hicks (dos EUA) e Dario Fo e Rabelais (de outros países europeus) para demonstrar a natureza universal do humor.

Depois de comprar o livro, percebi que existe um podcast com o mesmo título que contém não só os textos do livro mas também mais capítulos e entrevistas com comediantes e escritores. E não custa nada… Ora bem, não faz mal, tenho um livro bonito e uns conteúdos extras. É um bónus.

Thanks as always to the ever-patient Cristina of Say it in Portuguese for eviscerating my linguistic infelicities before they could be unleashed upon an unsuspecting world.

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Longe do Mar

Longe do Mar de Paulo Moura

O livro é uma descrição de uma viagem ao longo da Estrada Nacional 2, com paragens em vários lugares para conhecer os habitantes. Faz parte da série “Retratos” editada pela Fundação Francisco Manuel Dos Santos, como grande parte dos livros que compõem o catálogo português da livraria online Audible. Já dei opiniões em pelo menos 3 na mesma série. Ouvi-o à velocidade de 1.35x para ver se conseguia seguir o enredo. Foi desafiante mas consegui durante algum tempo, mas no fim, cansei-me, desisti e recomecei com o ritmo normal.

O autor encontrou várias personagens ao longo da sua rota e conta a história de cada uma: pastores, ferreiros, uma menina que “amou de mais” (ou melhor, amou o homem errado), entre outros. Como obra de literatura de viagem, acho que o livro não é suficientemente desenvolvido. Encontramos as pessoas mas não recebemos (ou pelo menos eu não recebi) uma imagem mental do carácter da terra percorrido pelo autor. É uma sequência de entrevistas mas não é uma narrativa coerente e deixou-me um pouco insatisfeito.

Thanks as ever to Cristina of Say it in Portuguese for correcting this (twice!)