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Ser Português: Resumo

Here’s the summary of the book I’ve been reading and discussing in my texts lately. Thanks as usual to Dani for the corrections. TL;DR – it’s weird and you could probably find a better book in the same subject.

Ser Português de António Lameira (Frei António)

Já acabei de ler este livro, mas fiquei com várias dúvidas. Houve muitas coisas que me deixaram boquiaberto (por exemplo isso dos bens do analfabetismo)

Li-o com muita atenção porque quero entender mais sobre a cultura portuguesa e este livro pareceu prometer iluminação mas… Sei lá… Nem sempre tenho certeza de que compreendi perfeitamente o que ele queria dizer. Entendi mal algumas palavras? Levei-o a sério de mais? Perdi um tom irónico? E ainda por cima, mesmo que tenha compreendido perfeitamente, quão típicas são as opiniões dele? Claro está que é um homem religioso e conservador. Então é só ele que acredita nesta ou naquela afirmação ou será que a maioria dos portugueses concordam.

Mas é sempre interessante ler as opiniões de pessoas com outras perspetivas, portanto vou ver este livro como um ponto de partida, em vez duma chave que desvendará os segredos da alma dum povo!

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Insucesso Glorioso

This is the last of my texts summarising individual chapters in the book Ser Português by António Lameira, aka Frei António. I’ve been a bit sloppy with the credits lately but as ever, huge thanks to Dani on the writestreakpt subreddit for her invaluable help correcting texts.

No final do livro, o autor fala de vários exemplos de insucesso na história do país que resultaram em benefícios apesar de tudo. Nesta rubrica, fala da vida do Prior do Crato em tentar pôr fim* à crise mencionada no último capítulo, e atiçar** o país contra os espanhóis, e também de Humberto Delgado, outrora simpatizante do fascismo que se tornou crítico do regime Salazarista e foi assassinado em resultado disso.

Além disso, fala das Tripas à Moda do Porto como mais um exemplo glorioso da manha do povo, e também das reformas após o terramoto de 1755 como exemplo de triunfo face ao desastre. Mas o último e mais insólito exemplo prende-se com o isolamento do país: apesar*** do analfabetismo e da pobreza que resultaram dos vários transtornos ao longo dos anos, o povo conseguiu manter as suas tradições, a religião e a individualidade que se teriam perdido se tivesse havido mais contacto com outras culturas e outros mercados.

* I messed this up by trying to apply the phrase “levar até ao fim” but that means something like “bring it to completion”. It’s been corrected to “pôr fim a” meaning “put an end to”

** I used “suscitar” for stir up but that’s not really le mot juste when we’re talking about riling people up against an enemy.

*** Hm, interesting one. I originally write “além” instead of apesar because apesar seems to imply they maintained their tradition in spite of their illiteracy, but that’s not actually what he’s saying: he’s implying that their isolation resulted in many detrimental effects, including illiteracy but that at least it meant they got to maintain their faith and their way of life. I guess a charitable reading of this is that he’s finding a silver lining, but there’s a definite whiff of religious conservatism here that makes me purse my atheistic lips. Anyway, I had made up my mind to ignore that correction, but she’s also given a rewritten version of the paragraph that correctly states what i was trying to say. So… The only conclusion I can come to is that “apesar” has a slightly different weight or sense to it than the equivalent “in spite of”

You can see the rewritten paragraph in the comments here if you’re interested.

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Meia Boquice

#UNCORRECTEDPORTUGUESEKLAXON I posted this on reddit a week or so back but somehow didn’t manage to send it to the right sub so it didn’t get corrected. So caveat emptor: it’s probably full of mistakes.

Segundo Frei António, no terceiro capítulo deste livro que estou a ler, um outro aspeto do caráter nacional é que “somos meia boca” ou seja que os portugueses se satisfazem com realizações médias. Não querem falhar mas também não se sentem sob pressão para exceder o normal.

Como exemplos, o autor oferece duas comidas: pão com chouriço, e ovos estrelados com batatas fritas, ambos exemplos de almoços que faltam ambição (Hum… OK…). Também escreve sobre a roupa: homens que usam chinelos fora de casa (“estamos e não estamos calcados”) e mulheres que andam sempre de avental (“passa(m) a ideia de estar(ão) a trabalhar, podendo não estar(em)”)

Mais descabido de tudo, o autor acha que os políticos portugueses querem “ficar no meio do muro, nem para um lado e nem para o outro” (dá como exemplos Adriano Moreira e Freitas do Amaral) Eh pá, em meados do último século, o país passou por décadas de ditadura quase fascista e logo depois parecia em perigo de se tornar ditadura comunista. Ainda nos dias de hoje há partidos da extrema-direita e a extrema-esquerda. Não é comigo, claro, mas tanto quanto sei existem montes de políticos com crenças fortes!

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Individualidade

Florbela Espanca

O sétimo capítulo do livro do Frei António aborda o conceito da individualidade. Mais uma vez, o autor fala desta palavra “manha”, mas de forma mais positiva do que a dos capítulos passados. Escreve sobre a habilidade dos portugueses para se desenrascarem de problemas. Como exemplos desta característica, sugere a poeta Florbela Espanca e, no campo da gastronomia, “comer na gaveta” e “o bolso do português” (ambos truques para esconder comida dos olhos dos outros para não partilhar o que é nosso).

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Conservadorismo que Irrompe Para O Futuro

Continuando a minha leitura do “Ser Português” de Frei António (António Lameira) cheguei ao quarto capítulo, cujo título é “Conservadorismo que Irrompe Para O Futuro”. O autor afirma que os portugueses têm um medo, incutido pela Igreja, que os fez conservadores. Mas ao mesmo tempo, têm uma vontade forte de explorar. Em resultado disso, “quando se está fora, sente-se a saudade, mas quando se fica, também se sente a saudade de querer partir”.

Como sempre, o autor fornece vários exemplos destas tendências: Santo António, que perseguiu os albigenses por serem heréticos e Oliveira Salazar que ainda projeta uma sombra sobre o país. Também cita o gosto de bacalhau salgado, a rotina diária e a preferência por sapatos pretos.

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A Manha Mais Uma Vez

Following in from the post from a couple of days ago

Para ilustrar o capítulo sobre a manha (sobre o qual escrevi há dois dias) António Lameira oferece alguns exemplos: o Cardeal Manuel Gonçalves Cerejeira por ter ficado calado durante uma época de ditadura e opressão do povo, Aníbal Cavaco Silva, cuja presidência foi, na sua opinião, manchada por corrupção em relação a um banco. (o BPN, presumo?)

Também escreve sobre duas coisas menos polémicas: a alheira e o pastel de bacalhau: a primeira porque foi inventada pelos judeus para enganar os católicos que os queriam os perseguir, e o segundo porque se trata dum método de esticar uma quantidade de bacalhau até que quase não exista. Frequentemente é nada mais do que batata, salsa uma memória de escamas.

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A Manha

Here’s a text based on the second chapter of “Ser Português” by António Lameira, aka Frei António. Thanks to Dani Morgenstern for the correction

Seguindo* o livro “Ser português” um aspeto do caráter nacional é a manha e a “chico espertice”. No âmbito deste traço de personalidade pouco simpático, o autor, António Lameira descreve “a desconfiança, a gabarolice, o medo do ridículo, a promessa religiosa, a inveja e o medo latente de algum mal.” O Lameira culpa estas características por vários problemas do passado (a ditadura, a inquisição) e atitudes modernas que, se eu as descrevesse, acho que pareceria ligeiramente “lusofóbico” mas suponho que ele sabe do que está a falar. Diz que o verbo “amanhar-se” (resolver uma situação através de um truque, um engano ou até por métodos ilegais) é uma dessas palavras que não tem equivalente noutras línguas.

Pois, pode ser, mas acho que essa falta de ética é um aspeto da natureza humana. Ainda que haja uma forma, ou um “sabor” específicos dos** portugueses, se está a implicar que vocês são os únicos que se comportam assim, seria um retrato pouco elogioso do país!

* Another habitual mistake I make is using “seguindo” in place of “segundo” as equivalent of “according to…” Seguindo means “following” so it seems like a better fit than segundo (“second”) but no, segundo is the word to use.

**One of those surprising prepositions: specific of the portuguese, it specific to them!