Posted in Portuguese

A Fevereiro You Can’t Sweat Out

Corrected text about going to a book launch. Now I know what you’re going to ask, so let me answer you in advance: (1) No, I don’t know how I got from. “I went to an event in February and felt a bit nervous” to this title based on the name of an album by Panic! At the Disco and (2) Yes, the picture is probably a cry for help.

The app lacks a function for making everyone’s head the same size

Estava a falar com a Talures hoje a manhã e lembrei-me dum evento a que assisti há três anos. O título era “Difficult Women – The Defining Fights of Feminism”. Fazia, parte do lançamento dum livro de Helen Lewis, mas juntou-se a Caroline Criado Perez que também tinha lançado um livro com um título semelhante no ano anterior. As duas foram entrevistadas por Samira Ahmed, uma jornalista que, naquela altura, se tinha ela própria estreado nas manchetes*, por ter processado o seu empregador (a BBC) por lhe dar um salário menor do que um jornalista** que apresentava o mesmo programa. E venceu.

A maior parte da conversa girou em torno dos conteúdos do livro da HL, porque era o mais recente, mas a CCP (a Caroline, não o Chinese Communist Party) também falou sobre a sua interpretação do feminismo e vários pontos interessantes no livro dela.

Quando chegou a hora de fazer perguntas***, o primeiro interlocutor era um homem que queria denunciar a entrevistadora, o que provocou uma grande risada por parte de toda a gente. Eu estava a pensar em fazer uma pergunta mas mesmo que não fosse demasiado tímido (sou muito introvertido), não quereria seguir tal parvoíce!

Mas do que me lembro, acima de tudo, é da sensação de nervosismo e de constrangimento na sala de audiências. O discurso decorreu no dia 25 de fevereiro de 2020, uma mês antes do início do “lockdown” em Inglaterra, mas até naquela época, já tinha começado a usar máscara nos transportes públicos. Deitei a máscara fora quando cheguei ao centro da cidade para não ser ridicularizado**** mas não deixei de sentir paranoia e de me perguntar se haveria alguém na sala que tinha visitado a China. E se não me engano havia outros lá que sentiam um pouco o mesmo nervosismo.

*Nice construction this: she had been in the headlines in her own right.

**I wrote “um jornalista masculino” But You don’t really need the adjective because the article tells you he’s male!

***I just write “a hora de perguntas”. Nope. Not the time for questions but the time to ask questions.

****I still can’t quite believe this word exists

Posted in Portuguese

Feminismo Digital

Corrected text from International Women’s Day. Thanks to Dani for help correcting this filth.

Estou a jogar um jogo eletrónico novamente e durante a sessão de hoje entrei numa grande batalha contra um grupo de mafiosos que controlam um casino e exploram várias prostitutas do bairro. No início, morri rapidamente mas depois de 6 ou 7 tentativas e 6 ou 7 mortes, mudei de estratégia. Desta vez, quando comecei a disparar no contra os membros do gangue, todas as prostitutas se juntaram a mim e atacaram os vilões. Uma delas bradou “sinto-me tão empoderada*”, enquanto esfaqueava um homem de casaco de couro. Que forma apropriada de celebrar o dia internacional da mulher. Sou o maior feminista de sempre.

*Trying to translate ‘I feel so empowered’ literally…

Posted in Portuguese

Bicicleta – uma declaração pelo feminismo – Braga Ciclável

Fiz um marcador no meu telemóvel para ler este blogue que encontrei no Twitter há meses, mas apesar do texto ser curto, adiei até hoje.

The future liberals want

Segundo o título, a autora está a defender o papel do feminismo na política de trânsito na sua cidade, Braga. E é verdade que o argumento é escrito em termos de feminismo mas parece-me que o ponto principal é mais universal e pode ser apoiado até por quem não se identifique como feminista: uma cidade cuja rede de transportes é dominada por carros sofre de um certo desequilíbrio : há mais poluição, há menos segurança para as mulheres sim, mas também para os homens e sobretudo para as crianças, há mais ruído, mais engarrafamentos, enfim a cidade é menos feliz.

O aspeto feminista disto tudo prende-se com a maior relutância das mulheres da cidade em enfrentar os perigos de andar de duas rodas, além do sexismo que existe tanto nas ruas quanto noutros lugares. Tem razão, mas acho que esta mensagem pode ser uma oportunidade para todos os bracarenses e espero que os homens da cidade vejam que também têm um incentivo para melhorar as ciclovias e os transportes públicos de Braga.

Posted in English

Neuter Kids on the Block

I mentioned a few weeks back that I had backed out of a seminar on suffragettes in Portugal. Well, the tutor, seminar leader, whatever, sent out an email with some course materials. I was interested in the opening lines (In the image up there, 👆) Can you spot it?

As you probably know, portuguese has two genders, masculine and feminine, and all nouns have one or the other, even though physical objects and abstract concepts have no biological sex, they are all sorted into two categories too. And if referring to a group of – say – two women and two men, or even a thousand women and one male cat, the fact that there’s a mix of genders means you use the masculine as default so it would be “eles” not “elas”. Obviously this seems a bit silly on its face. I’m not going to get on my soapbox here because it’s not my language, but it seems like it would be fairer if you went with the majority or something. Anyway, what you have in the screenshot is the use of “querides” with an – es ending instead of either – as or – os.

It’s easy to see why this makes sense from a feminist point of view since mixed groups shouldn’t default to the masculine ending. It’s not just a typo either. At the end she says “beijinhos para todes”, which I keep pronouncing as “toads” and imagining a princess/frog situation.

I’ve had someone explain to me that e can be used as an ending for people describing themselves as “non-binary”. I haven’t seen any examples of this in the wild. For example, if you read the Wikipedia entry for Sam Smith you’ll find it carefully written to avoid any pronouns or gender-specific endings that refer to him directly. Where they do exist they are made to refer to other nouns. For example in the first paragraph it says “é uma personalidade britânica” where the a on the end of britânica refers to “personalidade” not to Smith himself. I think it would be kind of silly to squeeze gender-specific endings out of words referring to people, since a language that has gender for everything except people would be even sillier than a language that has gender for everything including people. IMHO one of the best things about English is that you don’t have the faff of remembering random genders for every single object and every single idea that has ever existed. If they don’t have a sex then they are all just “it”, and that’s beautifully simple.

O Feminino é o Moderno

And one final thought on gender: I always find it odd that for example the idea of feminity itself is masculine. What do I mean? Well, there’s a book called “O Feminino e o Moderno” by Ana Luísa Vilela, Fábio Maria da Silva and Maria Lúcia Dal Farra. Why is The Feminine Masculine? Weird historical reasons, that’s why!

Equally surprising is the word “grávida” (pregnant) which, if you look it up, is defined as the feminine version of grávido, as if men could get pregnant and in fact pregnant men were the default. It’s all a bit Judith Butler if you ask me.

Posted in Portuguese

A Formação

Portuguese Version of yesterday’s post about bottling out of the lesson about Portuguese suffragettes. Notes at the bottom. Thanks to “Butt Roidholds” for the corrections!

Carolina Beatriz Ângelo, sufragista e feminista
Carolina Beatriz Ângelo, The first woman to vote in Portugal, in 1911

Há umas semanas, fiz parte dum curso lançado pela livraria Bertrand, apresentado por Marco Neves, um autor português que escreveu livros tal como “Doze Segredos da Língua Portuguesa”.
Gostei tanto, tanto! Fiz um resumo do curso no meu blog e inscrevi-me em mais um evento. Desta vez, escolhi um curso que faz parte duma série sobre feminismo e que fala sobre a história do movimento sufragista. Boa. Chegou a noite do curso. Abri o Zoom e vi a professora. Mas ela pediu aos* participantes para ligarem as câmaras e os microfones.
Meu Deus, tinha pensado em ficar só a ouvir mas se tivéssemos de falar, não estava preparado para** ser o único homem e o único estrangeiro a discutir a minha opinião das heroínas da democracia portuguesa.

Fechei o zoom e fui-me embora!

*=pedir a… para… if you’re asking someone to do something.

**=preparar needs para after it if saying “prepare(d) to”

Posted in English

Bottling Out

I joined in one of the Bertrand training courses I mentioned a couple of weeks ago. It’s part of a series on feminism, looking at the subject of the portuguese suffragette movement. I thought I’d try and listen in on the lecture and learn something about history. However, the person running it asked people to put on their cameras and mics so they could participate and I thought well, I don’t really want to be the only foreigner and in all likelihood the only bloke if it’s going to be a round-table discussion, so I scarpered. Oh well, that’s fifteen euros down the drain!

Posted in Portuguese

Feminismo Negro em Portugal

Um gajo que sigo no Twitter mencionou uma historia do Jornal Público (“Feminismo negro em Portugal: falta contar-nos”) sobre o desenvolvimento de feminismo negro em Portugal. Como muitos países europeus, Portugal tem uma história de colonialismo e escravatura, e isso trouxe muitos novos habitantes que, mais tarde, tornaram-se cidadãos e o artigo descreve as mudanças da população e destaca o papel de mulheres negras.

A história começa no século XVI, muito antes da palavra “feminismo” ser usada, mas era possível encontrar negras a participar politicamente na sociedade portuguesa. No inicio do século XVIII foi apresentado por mulheres uma petição de reclamação contra as perseguições quotidianas da comunidade negra.

Mais tarde, no fim do século XIX, tendo a escravatura sido já abolida, vê-se uma nova oportunidade de participação. Claro que isso não continuou durante o novo estado, enquanto todas as forcas liberais foram subjugadas pelo governo Salazarista.

clipboard01

A mulher mais interessante do meu ponto de vista, foi a Virgínia Quaresma, que nasceu em 1882, e viveu uma vida cheia de acção politica até a sua morte com 90 anos. Ela foi uma das primeiras mulheres a licenciar no Curso Superior de Letras na Escola Normal de Lisboa. Tornou-se jornalista (a primeira no país) e redactora duma revista feminista. Foi um membro activo de várias ligas feministas, pacifistas e republicanas durante os anos antes da primeira guerra mundial, e viveu abertamente como lésbica apesar do clima moral daquela época. Foi seleccionada pelo serviço diplomático, e viajou para o Brasil muitas vezes com a namorada dela onde arranjou eventos culturais para cultivar ligações entre os dois países.


Quero agradecer Alisson pela ajuda.

By the way, can we talk about that outfit VQ is wearing? Dapper AF!