
O humorista Ricardo Araújo Pereira tornou-se alvo de críticas anteontem por ter escrito sobre uma série de outdoors lançada pela Fox Life através da sua marca ABCLGBTQIA+. Ele sublinhou o excesso de pudor dos desenhadores que definiu palavras como “homossexual” em termos de atração “romântica” e “afetiva” sem mencionar o sexo. Afirmou que esta definição não indisporia o seu “Tio Alfredo” (cuja existência tenho alguma dúvida mas na escrita do humorista é representativa de homens homofóbicos em geral) mas omite algo indispensável do significado desta palavra.
Ainda por cima, a Fox Life suporta uma definição de “bissexual” que consiste em “atração […] por dois _ou mais_ géneros.” que implica que a bissexualidade não tem nada a ver com sexo nem com “bi”.
Pois, não sou gay nem trans portanto provavelmente não me diz respeito mas é evidente que há um problema aqui: as definições destas palavras tão importantes nas lutas de direitos civis da geração passada estão diametralmente opostas à ortodoxia desta geração de ativistas que afirma que o género é mais importante do que o sexo e há um leque de géneros, não apenas dois.