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As Personagens do Livro Viagens Na Minha Terra

A Terra

Há uma mapa que estende da contracapa para a capa do livro. Na verdade, a viagem é curta. É possível caminhar aquela distância dentro de um dia

Além do território em si, a história enxertado pelo autor em VNMT, como já disse ontem, tem cinco personagens, entre elas três que merecem inclusão no Dicionário de Personagens da Ficção Português*. Nestes resumos daqueles resumos (por assim dizer), irei omitir os pormenores da história e concentrar no caráter de cada um.

Carlos (aqui)

Carlos é o herói da conta. O autor concretiza nele as ideais da revolução: singeleza, honestidade, generosidade. Na sua cara, them uma “boca desdenhosa, não por soberba mas por consciência de ‘uma superioridade inquestionável'” o que reflete, acho eu, a intenção por parte do autor que nós nos identificam com esta protagonista admirável. O conflito no seu peito entre a sua lealdade à Georgiana e o seu amor para Joaninha é motivo de ânsia, precisamente por causa das boas qualidades dele. O autor justifica-nos “rousseaunianamente” esta paixão.

A reação dele á aparência do frade mostra o sangue quente do homem, mas não «e fora do controlo, como dizemos quando deixa de atacar e em vez de cometer parricídio, junta-se ao exército liberal. Mais tarde, Carlos, após algum tempo em exílio onde “flirtara” com três irmãs britânicas a fio, “adquiriu facetas dândis”, mas ainda era capaz de tomar ação decisiva para romper os laços de amor. Também fala do amor da sua pátria, e a veemência do seu liberalismo, que dá origem ao desejo se tornar deputado. Como resultado, perde algo do seu espirito aventureiro e engorda nas vésperas da sua vida.

O artigo conclui com o seguinte parágrafo imelhorável

É bem um “herói” romântico, Carlos. De íntimo ferido no confronto da sua pureza primitiva com a poluição do grande mal e da sociedade dispersora, ganha configuração ficcional pela representação de um mundo subjetivo intenso, fragmentado, complexo, posto em relevo pela contraposição a várias personagens e pela articulação com um tempo histórico em devir, também exemplificativo do descambar fatal dos ideais.

Joaninha (aqui)

O escritor do retrato dedica um parágrafo inteiro á aparência física da Joaninha. Não é bela mas tem “Um vulto airoso” e blabla, voz doce, olhos como esmeraldas, voz puro, árvores e espiritualidade e tal. Mas além disso tudo, ela “afasta-se, pois, dos estereótipos românticos da mulher-anjo ou da mulher-sílfide” e vive no vale que nunca abandonou, rodeado de rouxinóis e outras criaturas. É corajosa e ama sem reserva o seu primo.

Enlouquece quando ouve de como Carlos “caíra em fragmentação interior e “morte” moral no ceticismo, tornando-se incapaz de amar a inocente que poderia revocá-lo do abismo”

Explicando o lugar da mulher dos rouxinóis nesta história, Ofélia Paiva Monteiro diz o seguinte:

Joaninha, sem deixar de ter alguma consistência física e psicológica, “vale” sobretudo como poética representação da inteireza natural, irrecuperável para os que perderam, como Carlos, a unidade e a transparência nativas.

Frei Dínis (aqui)

O frade é uma figura “seca, alta e um tanto curvada” da aparência, e “austero” com “crenças rígidas” e “lógica inflexível”. A sua natureza não é completamente sem simpatia mas afinal o frade representa o clericalismo do regime antigo mas também é o pai do herói romântico que tem de se submeter á raiva do filho, naquela cena miserável quando a verdade é descortinada. A consciência por parte de Frei Dinis do seu pecado imperdoável assombra a sua aparência física e as vezes até o faz tremer.

*Annoyingly, the first time I clicked on this it failed to load because there’s a problem with its security certificate, so I had to go into the security settings and tell it to ignore problems on this specific site. Doesn’t seem to happen in Edge, only Chrome.

**I had to squint at this for a bit. It’s an adverb meaning “in the manner of Jean-Jacques Rousseau”. There you go, try dropping that into your next conversation!

Termos usados nos textos que podem ser úteis no contexto académico

Oitecentista: que viveu no século XIX – os millennials daquela época

Metadiegética: Palavra não encontrada no Priberam, mas segundo este fio redditético, existem mais palavras na mesma família: um narrador extradiegético é o narrador do livro que o leitor tem nas mãos. Um narrador intradiegético é um narrador de uma historia dentro do livro que conta as aventuras de um terceiro (o redditor dá o exemplo da Sherazade nos “Mil e Um Noites”) e um narrador metadiegético é um narrador da hístoria contado pelo próprio narrador intradiegético, como por exemplo Simbad, o navegador e o protagonista d’O Marujo. Todos escrevem na terceira pessoa mas existem em níveis diferentes na contagem das histórias dentro da história principal! Uau! Nunca antes ouvi falar deste concepto!

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Academic Yob

I’ve already been gently and politely reminded that I need too adopt a more formal tone in forum postings on the university message boards. Not deliberate of course: I’m absolutely seeing conformity to local norms as part of the process of learning about portuguese culture, but informality and brevity are so ingrained in me it’s going to be hard to remember to write Estimado such-and-such before just launching into whatever thought brought me to the forum in the first place!

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O Curso Está em Curso

Após três semanas de ambientação, temos o plano de aprendizagem. A Unidade Curricular Temas de Literatura Portuguesa já está em andamento, As três obras que iremos estudar são as seguintes:

Já temos o primeiro em casa. O segundo, não temos mas é um conto e existe no Audible E também não possuímos aquele de LJ, mas já conheço a obra dela porque já li “A Costa dos Murmúrios” e “Praça de Londres”.

Uau, 270 páginas, 20 páginas, 350 páginas. Uma verdadeira montanha russa* de leitura! Também existem outros itens na bibliografia incluindo 3 franceses! Eh pá, não estou aqui para ler francês!

Enquanto estava no site da livraria wook, um exemplar desta banda desenhada magnífica caiu no meu cesto por engano. Ups!

*Roller coaster – up, down, up.

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O Modelo Pedagógico da Universidade Aberta

This document I’m reading is boring so I am summarising it to make myself pay attention. If you religiously devour every blog I ever post, a word to the wise: this might be a good day to break the habit and go and do something else instead.

Segundo os materiais letivos, a universidade tem, como norteadores, quatro princípios:

  • Aprendizagem centrada no estudante
  • Flexibilidade
  • Interação
  • Inclusão digital

Ao nível prático, a universidade agrupa os estudantes de cada disciplina em turmas cujos estudos são guiados por um docente. Entretanto os estudantes da disciplina, não obstante da turma tem acompanhamento de um professor que organiza os materiais e o trabalho dos estudantes todos.

No site, existem (pelo menos) dois espaços virtuais: um para coordenação do curso e uma secretária onde os alunos conseguem contactar os funcionários da universidade e fazer questões sobre assuntos administrativos.

Os materiais consiste em três “dispositivos pedagógicos estruturantes”*

  • o Plano da Unidade Curricular é um resumo pormenorizado dos recursos, atividades, temas, competências etcetera de cada unidade.
  • Finalmente, o Plano de Atividades Formativas é um plano mais pormenorizado das atividades planeadas pelo professor. Sendo uma sala de aulas virtual, as atividades decorrem em modo assíncrono. Lembra-se aqueles princípios entre os quais temos “flexibilidade”. Mas o professor tem opção de organizar atividades específicos, até síncronas, se for necessário para apoiar o desenvolvimento das competências dos estudantes.
  • o Cartão da Aprendizagem é um cartão virtual online onde o progresso do estudante pela unidade curricular e os documentos que fazem parte da avaliação continua. Segundo o documento, um estudante que não consegue completar os exercícios necessários durante o semestre tem hipótese de fazer um exame final em vez de juntar pontos ao longo do tempo mas não preciso disso e ainda bem porque não entendo o fluxograma fornecido no documento!

*Ah ah, a UA inglês também usa jargão desta espécie.

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A Vida de Estudante

Um dos meus objetivos durante este ano é estudar um curso da Universidade Aberta. Já tentei candidatar-me há algum tempo mas não suportei o site dela. Voltei a carga durante a semana passada e por acaso as candidaturas estavam abertas até ao dia 17 de Junho. Ora bem, hoje é o dia 17, e… inscrevi-me num curso chamado “Formação Modular Certificada em Literatura e Cultura Portuguesas”. Sinceramente, preferia a FMC em Literatura e Cultura Portuguesa, o que é igual mas tem “História Cultural e Artística Portuguesa” em vez de “Temas de Literatura Portuguesa” como a terceira unidade do curso. Infelizmente, este curso é ausente do formulário de candidatura e depois de tanto tempo não aguentei mais. Escolhi a segunda opção.

Ah ah, aqui vou eu mais uma vez, a aprender coisas novas (se for capaz!). Mal tenho noção de como funciona o curso mas uma longa viagem começa com um único passo e neste caso o passo em questão consiste em 35 euros e uma hora frustrante de preencher o formulário.

Me and the boys getting ready for our first seminar
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A Universidade Aberta

Há algum tempo falei sobre os meus objectivos para o ano 2025. Um deles é inscrever-me num curso do ensino superior da Universidade Aberta. Ufa, custa-me muito. O site é pouco consistente. Existem muitos níveis de curso no site, mas cada um tem o seu próprio “rumo” na página inicial para o formulário de candidatura.

Algumas “Micorocredenciais” têm bom aspecto mas não estão disponíveis para candidatos fora do país. Graças ao financiamento do PRR, são oferecidas gratuitamente para os habitantes do país, mas infelizmente não sou. Este curso sobre transformação digitais seria perfeito para mim mas segundo o guia de curso quase todos os livros foram escritos num idioma chamado “inglês” (eu também não faço ideia; nunca ouvi falar da língua), Na verdade, muitos cursos técnicos usam livros ingleses mas este tem ainda mais e eu não quero ler inglês durante este projecto. As licenciaturas incluem um leque de oportunidades educativas mas o calendário letivo é rígido e já perdi as datas de candidatura. Igualmente, perdi a hipótese de me cadastrar neste curso de Português. Pois, não é o meu curso perfeito mas pode ser interessante, sendo um curso de língua avançada para nativos. Talvez no próximo semestre…

Amanhã*, tenho de ir a Preston de carro. Queria escolher um curso antes de me deitar mas acabei desamparado. Não faz mal, vou voltar à carga na próxima semana. Provavelmente conseguirei constatar a melhor época para me inscrever para o próximo semestre. Abandonei o plano de estudar programação pelos motivos já mencionados. Estatísticas é relevante mas com mais conteúdos portugueses. Por outro lado, apetece-me fazer algo fora da minha zona de conforto como por exemplo Geografia Humana, História ou Estudos Literários.

*Well, this was true when I first wrote this but the post has been parked for a few days now and I’ve been back for a while.