This is a corrected version of the text from some Instagram posts from Friday




“Matei aulas*” para assistir aos primeiros dois discursos da Feira Literária Internacional de Língua Portuguesa que teve lugar na sede do Facebook em Londres. Foi um evento muito descontraído, e gostei muito de ouvir as suas experiências como escritores lusófonos, muitos dos quais vivem aqui no Reino Unido. Falei com muitos convidados: escritores de… hum… quatro países, e um inglês casado com uma brasileira que também fala português.
Apenas uma pessoa falou comigo em inglês mas houve várias que se ofereceram, antes de eu ter explicado que sou dinamarquês e não falo uma única palavra daquele idioma.
Sendo pai de uma escritora novata, estava disposto a comprar livros de outros escritores independentes e auto-publicados. E sendo estudante de português, também me senti disposto a comprar qualquer coisa de alguém que elogiasse o meu domínio da língua 😉 Consequentemente, gastei muito dinheiro em livros novos. A minha pobre TBR.
Saí do prédio antes de publicar esta série de fotos porque receei ser preso pela polícia Zuckerberguista por ter divulgado a palavra-passe da sua rede Wi-Fi
Balanço do dia
Estou muito curioso sobre “E O Céu Mudou de Cor” de Israel Campos (🇦🇴) porque o resumo na contracapa soa interessante, e depois de comprar, assisti a um painel em que o autor participava com mais 3 escritores e escritoras e pareceu-me muito simpático.
Penina L Baltrusch (🇧🇷) é uma autora de políciais. Comprei o “Herança de Sangue” (o seu primeiro, se não me engano). Tem o Big Ben na capa porque tem Londres como cenário. ‘tá bem, estou aqui com as pipocas.
Lorena Portela (🇧🇷) estava a vender o seu romance de estreia, “Primeiro eu Tive que Morrer”, que é «um inventário da autodescoberta de uma mulher». Acho que não faço parte do mercado-alvo deste livro, mas não me importa, apetecia-me e não preciso de mais razões!
“Phobos” de Cláudia Matosa (🇵🇹) é o único livro em inglês e… Eh pá, acabo de dar uma espreitadela à primeira página: é contado na segunda pessoa! Um modo muito incomum (a não ser que o autor seja o Mohsin Hamid) Não estava à procura de livros ingleses mas gostei da capa 🤷🏼
E o último livro é o “Livre de ser Preso” de Alcino G. Francisco (🇵🇹). Segundo a sua biografia na contracapa, este autor está muito ativo no intercâmbio cultural entre os nossos países, e este livro foi lançado no 50° aniversário do 25 de Abril e conta a história do tráfico de livros proibidos durante a época de Salazar.
Além destes cinco livros, também falei com a autora Isabel Mateus (🇵🇹), cujo leque de publicações inclui um relato de uma viagem seguindo os passos de Miguel Torga, entre vários outros. Não tinha livros para vender mas após a feira encomendei um livro sobre um Lince Ibérico e uma antologia de contos rurais. Achei que ambos seriam interessantes e também fariam parte dos meus estudos porque a conservação de animais selvagens, e as tradições do país fornecem conteúdos dos exames da língua portuguesa.
*Leaving this in even though it’s brazilian. I just like it. Weirdly, the person who taught it to me was very hostile not only to brazilian portuguese but to all brazilians, so you could have knocked me down with a feather when I heard she’d taught me a brazilian expression. Oh well, people are weird sometimes.




O domingo no Porto começou mais cedo do que o sábado. Acordámos às 8:00 e comemos o pequeno almoço no hotel. A Olivia e a Catarina visitaram a Livraria Lello e passámos a manhã a fazer compras turísticas. Também atravessemos o Rio Douro na Ponte Dom Luis I. A vista da Ponte era maravilhosa.
Enfim, chegou o tempo para voltarmos ao aeroporto. O peso das nossas malas quase dobrou por causa dos livros (comprei doze e a Catarina mais dez) e outras lembranças das nossas férias. O taxista conduziu mal, mas não me importei. Costume da condução horrível dos taxistas portugueses. Tentei aproveitei a ultima oportunidade de falar português mas não consegui de pensar em muitos assuntos além do tempo e dos sinais. Esta situação mudou quando aproximamo-nos do aeroporto. Ora, o aeroporto do Porto tem o nome do ex-presidente Francisco Sá Carneiro. O Sr Carneiro morreu num acidente de avião em 1980. A serio, não é uma piada: o nome do aeroporto comemora um acidente de avião! Aqueles portuenses tem um sentido de humor muito esquisito!
Existem varias teorias sobre este acidente. Algumas pessoas crêem que o Sr Carneiro foi assassinado pelos americanos porque opôs-se à presença americana nas ilhas portuguesas. A minha esposa é uma delas. Outras pessoas afirmam que o verdadeiro assassino foi Mário Soares (
O Segundo dia na cidade invicta começou tarde. Quando descemos as escadas, o pequeno almoço já tinha acabado mas uma camareira simpática trouxe-nos café e pasteis. Depois, a Catarina e a Olivia foram a uma loja de roupas e eu andei entre as varias livrarias a procurar livros interessantes e fáceis para ler. Por causa de estar sós, consegui praticar a minha “produção oral”. Fiz perguntas sobre os livros (um velho dono dum livraria de segunda mão zangou-se quando pedi-lhe falar mais devagar se faz favor… ups!), falei sobre as cores e tamanhos de calças de ganga no “C&A” (uma verdadeira surpresa: todas as lojas de C&A inglesas fecharam há anos!) e pedi direcções para o correio (enfim, o correio estava fechado mas havia uma máquina onde comprei um selo).
Passámos a tarde juntos a explorar a cidade. Almoçámos num mercado antigo, que tinha sido convertido num centro de artes. Experimentei uma francesinha (salsichas, carne de bife e fiambre dentro de qualquer tipo de massa, coberto de queijo e regado com molho picante….) e achei bom.
Naquela noite, fomos ao Coliseu do Porto para assistir um concerto dos Deolinda. A – DO – REEEEIIII!!!! A cantora, Ana Bacalhau é muito simpática, as suas contas foram engraçadas e claro a música foi perfeita. A minha esposa, que não os conhecia ficou um fã, e até a Olivia (que não ouve música além da banda sonora de “Hamilton” hoje em dia, e quase não fala português nenhuma) gostou muito do espectáculo.