Posted in English

The Dark Night of the Poll

Pardon my English. I wrote a slightly bland Portuguese text earlier, wishing the new government well because, no matter what happens, that’s what we should always hope after any election, but the more I find out, the worse it seems.

I’ve been to visit my daughter so I spent most of the day on a train, trying to work, all squished up between a window and some big geezer, so I had only really caught snatches of what happened. The first thing I looked at when I woke up said the Socialists were ahead, but that turned out to be bollocks. Well not bollocks, but it must have been a cached page from earlier in the night. More up-to-date sources said the Aliança Democrática had won by a super-narrow margin, but although I could see the percentages were all roughly in line with the polls, the big shock was how many deputados Chega picked up. I knew it was grim, but when I was finally off the train, I listened to a podcast that spelled it out in more detail and it’s bloody awful. They’re still only in third place, but they got 48 seats, about a quarter of the parliament.

The actual winner isn’t decided yet, because it’s not like a British election where you find out who has won basically straight away; some of the overseas votes haven’t been counted and the president will only name a prime minister after that. Luís Montenegro, the likely PM, has assured everyone he won’t cooperate with Chega, but… Well, it’s hard to see how he can keep that promise, since even with the IL on his side he is well short of a majority. Likewise if the Socialists were to do a deal with the Bloco Esquerda, the Partido Comunista Putinista and Livre to form a sort of “Geringonça 2”, it wouldn’t secure 50% either. So Chega look like they hold a lot of power right now, like some sort of evil version of the Lib Dems in 2010. Ventura has been waving his dick around proclaiming victory, and everyone else is pretty depressed.

Part of the problem seems to have been that another, completely irrelevant right-wing party, the ADN, got a lot of votes intended for the AD, so they went from 11,000 votes to more like 100,000. This transfer of a huge block of votes away from the centre right caused the AD to lose a lot of marginal seats it would otherwise have won. Seen in this light, Montenegro’s decision to form the AD doesn’t seem so clever, doesn’t it? Gain 2 deputados from your new ally, lose christ-knows-how-many potential seats for your own party. What a master-stroke.

But it’s fair to say that even without that anomaly, any vote that sees a bunch of fart-sniffing yahoos like Chega gain one million votes should give us all pause.

I don’t really have anything intelligent to say about all this. Being an optimistic soul, I can imagine a way through all this that leads to a positive outcome, but the negative outcomes seem more likely, and I don’t know anything anyway, so if I waffle on, it is only going to create a lot of pointless noise.

Sigh.

Posted in Portuguese

Night of D’Hondter*

A minha semana política já acabou mas ando a descobrir mais sobre a democracia em Portugal. Falei com uma amiga que explicou o seu raciocínio sobre a votação nas legislativas. Ela não está muito entusiasmada sobre o leque de opções, mas vai votar no PS, principalmente porque ela não quer deixar entrar um candidato do Chega por causa do Método d’Hondt.

Este método é um sistema de votação, inventado por um jurista belga que visa distribuir os mandatos entre os partidos. Tentei ler a página da Wikipédia mas confesso que adormeci após dois parágrafos. Que grande seca! Efetivamente, é uma forma de representação proporcional que é mais limitada do que os outros sistemas disponíveis. Favorece os partidos grandes e as coligações e dá poucas oportunidades aos grupos nas franjas dos sistemas partidários. Se quiseres saber mais, terás de ler o texto na Wikipédia porque falta-me a paciência!

*I can’t tell you how many potential puns I considered before settling on this one “D’Hondt you want me baby?”, “Papa D’Hondt Preach”, “Penny MorD’Hondt” and on and on. In the end, it was the idea of the graphic that swung it for me. If you haven’t seen Robert Mitchum in “Night of the Hunter”, it’s well worth a watch.

Posted in Portuguese

A Semana Política – As Elites Sujas e os Populistas Limpinhos

Há uma crise no ocidente, que, segundo o jornalista Miguel Sousa Tavares “Não é apenas uma deriva política, mas sim civilizacional”: o crescimento da extrema-direita. Acho que não tenho de explicar este fenómeno, porque todos nós já vimos o triunfo do Trump, do Brexit, de Viktor Orbán, entre vários outros. Não há dúvida de que existe mais que um grão da verdade nisto: a falta de confiança na classe política está a impedir os países de agir de uma maneira coerente portanto há uma oportunidade para a extrema-direita explorar.

Rui Tavares
Counterpoint to the idea that voting left avoids ending up with a governemt that is in cahoots with Putin-fondling extremist weirdoes

Tenho uma pequena discordância com o jornalista (ou pelo menos com o seu argumento neste texto): a divisão não é só entre a esquerda e a direita mas entre os que acreditam no sistema democrática e os populistas que querem derrubar tudo. Também há populistas na ala esquerda, que fala do ocidente como se fosse uma fantochada dos Estados Unidos, permanentemente manchado por imperialismo e privilégio e governado pelo “um por cento” sob controlo dos jud… hum, desculpa camarada, queria dizer “dos sionistas”. Mas ainda que esta espécie de populismo exista e esteja a crescer inquietantemente, a curto prazo, concordo que vivemos sob a sombra do crescente poder eleitoral dos partidos da extrema-direita.

A ameaça principal em Portugal vem do Chega, um partido fundado por André Ventura. Ventura tem muito em comum com o Trump: antigamente era uma personalidade televisiva; não se importa com as regras de decência; finge ser cristão; sabe o valor de um insulto afixado ao nome de um inimigo; é fã de vários ditadores estrangeiros como Salvini*, Bolsonaro e Orbán. Mas há diferenças também. Por exemplo, é mais novo do que Trump e como resultado não tem sintomas de demência; não tem ar de quem só queira ser aplaudido e como resultado faz mais esforço para planear o seu empenho num debate, e tanto quanto sei, por ter visto vídeos mais antigos, está a tornar-se mais competente no campo de batalha política.

Os populistas, em geral, exploram três espécies de problema:

  • Problemas difíceis, aos quais eles oferecem soluções fáceis: crime (penas aumentadas, enforcamento), imigração descontrolada (deportação, construção de muros), desemprego (serviço militar, mais deportações), desmoralização do povo (controlo da educação, aumento do poder da igreja), desigualdade (impostos maiores que curiosamente nunca afetam os seus amigos).
  • Problemas imaginários (ou seja teorias de conspiração): vacinas que contêm grafeno, uma rede de pedófilos sediada num restaurante de pizza em Washington DC; políticas que visam substituir os europeus por muçulmanos, milhares de dólares enviado por George Soros para Rui Tavares comprar roupas femininas… ou… ou seja o que for.
  • Corrupção dos membros da classe política. Claro que um escândalo que mostra uma falta de honestidade em alguns governantes do país põe em causa a confiança do povo na classe política. Há vários casos que lançam sombras nos políticos dos dias de hoje, entre eles:
    • O Processo Casa Pia – um deputado do PS esteve entre os acusados num processo contra os donos de um lar para órfãos. As alegações eram nojentas. Ocorreu há muito, mas pelo menos um amigo do deputado, Eduardo Ferro Rodrigues foi, até recentemente, presidente da assembleia da república e foi insultado como “pedófilo” durante uma manifestação contra as vacinas por causa disto.
    • O Caso Tutti-Frutti – Uma investigação sobre o funcionamento de listas de candidatos, incluindo abstração de finanças partidárias, tráfico de influência, branqueamento de capitais e outros esquemas nas eleições autárquicas de 2017. O processo está ainda em andamento e o político mais graduado nomeado até agora é Fernando Medina, o atual ministro das finanças. O próprio André Ventura está entre os acusados (naquela altura era vereador do PSD),
    • A Operação Marques – Um escândalo em torno de 23 milhões de euros obtido por um amigo do ex-primeiro-ministro José Sócrates, que a PSP acredita terem sido obtidos por Sócrates por métodos corruptos. Confesso que não entendo os pormenores porque há muitos mas o caso foi espoletado em 2014 mas ainda está em andamento e o político foi demitido e depois passou 9 meses em prisão preventiva, mas ainda não foi processado.
    • A Operação Influencer – Este é o escândalo mais recente, desencadeado em Novembro do ano passado, que deu cabo do governo de António Costa. Costa demitiu-se mas continua no seu posto até após as eleições em Março deste ano. As alegações têm a ver com grandes projetos de engenharia: Uma mina de lítio, uma fábrica de hidrogénio verde, e o que a Wikipédia chama um “data center” (“data centre” em inglês não-americano, “centro de dados” em português). António Costa ainda é alvo de investigação. Entretanto, o seu chefe de gabinete, Vítor Escária, está entre as 5 pessoas detidas, e o seu ministro das infraestruturas, João Galamba, foi constituído arguido.
Vítor Escária, (mentioned in that last bullet point), is the fella who had €75,800 stashed in the sideboard in his office, thus sparking this amazing Ikea ad and, by extension, any other furniture-related political ads made since.

Podemos descontar a validade do segundo destes grupos de problemas porque são produtos da imaginação coletiva da internet e não há nada a fazer exceto educar o povo em como ignorar tais bitaites. Mas quanto aos outros, como se combatem?

Dificilmente.

Convém lembrar que, por mais que os populistas finjam saber as soluções, sabem pouco, e não conseguem resolver os problemas que nos enfrentam. Igualmente, podem apontar os erros de determinados membros da classe política, mas uma vez que ganham poder, os populistas derrubam as instituições que impõem restrições no poder executivo: a imprensa, o sistema judiciário. Em breve, a corrupção desaparece dos jornais, não por ser eliminada mas sim porque é invisível: não há jornalismo independente e os tribunais também estão sob controle do governo.

Romeu Monteiro e Jovens de Portugal
Prominent IL activist uncovers apparent attempt to drive polarisation by sowing mistrust of the centre

Isto tudo é muito pessimista, não é? Mas não desesperem: apesar de não ter desempenhado bem nos debates** a AD está tão à frente do PS*** que provavelmente ganhará com uma maioria, em coligação com a Iniciativa Liberal, sem precisar de se juntar com o Chega****. Espero que os partidos perto do eixo político aprendam as lições de populismo: comecem a escutar a voz do povo e a serem impecáveis na sua conduta para acalmar a raiva dos eleitores e diluir o veneno do populismo.

* Na versão original deste texto, inclui Vladimir Putin nesta lista mas foi um erro. No debate com Rui Tavares, o líder do Livro afirmou que “O líder de referência de André Ventura tem como referência Vladimir Putin”, que não é igual a dizer que o Ventura é fã do ditador próprio (ref Polígrafo)

**Ao contrário do que eu disse, acho que a maior parte dos comentadores acham que o Luís Montenegro perdeu o debate com Pedro Nuno Santos!

***Agora que penso nisto, não é muito confortante para os militantes do PS… desculpem!

****Porque é que isto é relevante? Havia muita especulação sobre alianças eleitorais e muitas pessoas acusam o PSD de cumplicidade com os “farcistas”. É um pouco hipócrita – o PS colaborou com o PCP, um partido que apoia a Rússia – mas é assim a política!

Coitada de Anfitriã…

Posted in Portuguese

A Semana Política – Geography Fail

Espero que estejas a gostar da semana política. Acabo de ver este génio que nem sequer sabe o nome da ponte principal de Lisboa. Sabes por que é que ele fez este erro básico? A resposta está sob o vídeo.

Propriamente dito, não é um erro mas sim uma escolha. Para quem não saiba, a Ponte 25 de Abril foi construída antes da revolução dos cravos e naquela altura foi nomeada Ponte Salazar. Insistir em usar aquele nome é um bom indicador de que o orador sente uma nostalgia para a época da ditadura. O seu nome é José Pinto Coelho e é o presidente do partido Ergue-te. Já adivinhaste onde este partido se situa no espectro político? Dou-te uma pista: não é social democrata moderado.

(Thanks again to Cristina for pointing out the errors in the first version. This was post number 1666 on this blog so in honour of the Great Fire of London I should have burned it to the ground, really, but hi ho)

Posted in Portuguese

A Semana Política – A Geração Mais Qualificada de Sempre

Escrevi há pouco sobre o movimento Próxima Geração, cujo objetivo é revitalizar a democracia portuguesa, desenvolvendo as capacidades e as consciências dos jovens-adultos. A sua porta-voz, Adriana Cardoso, falou dos desafios específicos aos trabalhadores mais novos que são “A geração mais preparada, a geração mais qualificada de sempre” mas que têm poucas oportunidades para utilizar a sua formação devido ao tecido empresarial ser 99.9% composto de PMEs (Pequenas e Médias Empresas) sem quadros adequados aos talentos e às ambições dos empregados. Portanto, os jovens mais trabalhadores e mais ambiciosos têm um dilema: ou ficar no seu próprio país e ganhar pouco ou ir embora, levando a sua formação com eles.

Acho que a sua descrição do problema é correta até certo ponto: segundo um artigo no jornal Expresso, a frequência de ensino superior aumentou durante a década passada e as taxas de abandono escolar descem todos os anos (embora as estatísticas sejam questionáveis: mais estudantes nas escolas em 2020 e 2021 durante os piores meses da pandemia? Improvável!). O texto aponta uma deficiência na formação profissional e de competência geral relacionado com a transição ao mercado de trabalho. Jovens portugueses têm níveis muito acima da média de aprendizagem de línguas estrangeiras mas paradoxalmente isso é provavelmente um dos fatores que possibilita a transição a outros países!

Claro que estas dificuldades afetam os jovens de todos os países, e a situação piora devido aos efeitos da tecnologia e da globalização do mercado laboral, mas é provável que seja mais acentuado em Portugal por razões históricas.

E daí vemos um desafio para os partidos políticos: como podem falar aos cidadãos mais novos? Há um ditado em inglês: um conservador é um socialista que passou a pagar impostos. Noutras palavras, um cidadão que trabalha e que vê um futuro na sociedade virá a confiar naquela sociedade e a apoiar as suas instituições. E se milhões de jovens nunca chegam a atingir um nível de segurança fiscal? Se não conseguem comprar uma casa ou arranjar emprego digno da sua inteligência? Que espécie de futuro terá o país?

Qualquer partido que queira ganhar poder (e assumo que todos querem porque se não, porque é que estão a desperdiçar tanto tempo em campanhas políticas?) precisa de explicar como as suas políticas possibilitarão uma vida melhor para a próxima geração.

Posted in Portuguese

A Semana Política – Rui Tavares

O exercício de hoje é transcrever um discurso de Rui Tavares, um dos porta-vozes* e um dos fundadores de um partido pequeno chamado Livre. Livre é o partido do qual Joacine Katar Moreira (mencionada neste blogue) era membro antes de se demitir. Tanto quanto sei, ela passou a deputada não inscrita e ainda é membro da câmara, mas não conheço os pormenores de como ou de porquê. Hum… enganei-me, li na Wikipédia que ela perdeu a sua cadeira em 2022.

Eu disse num blogue de uns dias atrás que penso nele como um “pai centrista” (em inglês, “centrist dad”) porque fala contra o extremismo e a favor de as instituições, mas na verdade, o deputado não é nenhum centrista. O seu partido é pouco convencional mas é indiscutivelmente situado à esquerda do espectro político, só que fica nem perto do PCP nem dos outros partidos… hum… esquerdoidos**. Por falar nisso, antes de saber quem era, li um livro de Rui Tavares que fala sobre a divisão entre as duas alas políticas. Muitas pessoas gostam dele, mas, como observou o streamer Tji Pereira, “toda a gente gosta de Rui Tavares mas ninguém vota no Livre”

Enfim, escrevi a minha transcrição e depois liguei as legendas para verificar tudo. Infelizmente, acho que o texto das legendas foi gerado por um IA! Sublinhei os meus erros a laranja e as palavras que (na minha opinião infalível) não batem certo nas legendas e que (também na minha opinião) eu ouvi corretamente, em cor-de-rosa***. Finalmente cinzento significa que não há legendas.

Eu achei curioso que no debate de hoje foi o proponente que falou várias vezes em fascismo e fascistas porque normalmente é uma palavra que se usa pouco nesta câmara porque há uma espécie de receio em utilizá-la. Há muita facilidade a utilizar extrema-esquerda, comunistas, isso mesmo para quem não é do Partido Comunista Português

Senhor deputado, oiça, até agora conseguiu ouvir, conseguirá mais um minutinho. E curiosamente, sobre a tema essencial da história das democracias no nosso espaço geográfico, na Europa ocidental, foi como é que**** os regimes democráticos caíram. E caíram nos nossos países perante os fascismos.

Acerca disso, nunca falamos. Pois eu digo-vos… Não não, esquecequeria, queria o senhor deputado que esquecêssemos, mas não esquecemos porque esse é o tema fundamental. E sabe como é que caíram? Caíram quando as democracias não souberem cuidar de si, não souberam aplicar a lei, não souberam fazer leis que fossem compreen…

Eu compreendo o nervosismo, compreende-se tão bem o nervosismo, de um partido que nunca esclareceu de onde veio o dinheiro da primeira campanha, que foi legalizado com assinaturas falsas no Tribunal Constitucional, que vinha [???] de declarações… Compreendo muito bem que ainda ontem surgiu uma notícia que nos dias que as… Que o conselho consultivo que houve é de financiadores do próprio partido. Não vem falar disso? Saiu na Sábado*****, de ontem, compreendo tão bem o nervosismo. É que vocês ficam nervosos quando se fala daquilo que importa, que é a democracia defender-se…a democracia saber defender-se. Porque reparem numa coisa. Para a democracia (…senhor deputado tem de concluir… ) Concluirei muito rapidamente. Porque para a democracia se defender e ter futuro, ela precisa saber fazer funcionar as instituições. Para a democracia… Para a democracia se perder, é muito simples: perante precisamente partidos como os vossos, basta não fazer nada e eu espero que não seja aí que nós caimos.

*I had to check it wasn’t “portas-voz”!

**I’d almost forgotten this word. It doesn’t actually fit here but I’m leaving it in because I love knowing about terrible internet slang because it makes me feel like an anthropologist or something. “Esquerdista” might make more sense, or “extremista” or a range of other things, I suppose, depending on your point of view.

***I originally wrote “cor de laranja” but was glad to change it because every time I see cor de laranja and cor-de-rosa in the same sentence it reminds me how infuriating it is that one has hyphens and the other doesn’t but eu não faço as regras.

****Worth pointing out that some of the sentences he’s saying don’t seem to be grammatically correct: if you try and parse them out, you know what he’s driving at but the beginnings and endings of the sentences don’t always quite match up as far as I can see. This is an example.

*****I thought this was him mis-speaking but it’s the magazine (revista = feminine) called Sábado and it comes out during the week, not at the weekend, which is why he says it came out in yesterday’s Saturday!

Thanks as ever to Cristina of Say it in Portuguese for helping me sort this lot out.

Posted in Portuguese

A Semana Política – Os Partidos

Há dois anos, criei um blogue intitulado Fight for Your Right to Partidos com um documento no qual juntei tudo o que sabia e tudo o que encontrei sobre o sistema político em Portugal. Mas uma semana é muito tempo na política e dois anos são ainda mais tempo. O país está a preparar-se para uma nova eleição legislativa, portanto chegou a hora de atualizar a descrição.

Os dois principais partidos no sistema português são o Partido Socialista, fundado em 1973 por Mário Soares, que evoluiu ao longos dos anos de um partido revolucionário a um partido democrático do centro-esquerda semelhante ao partido trabalhista britânico antes da época de Tony Blair, e o Partido Social-Democrata, que nasceu logo depois da Revolução dos Cravos e foi fundado por Francisco Sá Carneiro, entre outros. No espectro português, situa-se ao lado direito, mas sem dúvida seria considerado esquerdista se fosse um partido americano! O antigo partido da direita, o CDS-PP, fundado por Diogo Freitas de Amaral, o antagonista de 1986, a série, quase não existe; apesar de ter 79000 membros, ficou sem representação parlamentar nas últimas eleições. No seu lugar, surgiu o Chega, que tinha 1 deputado em Setembro de 2021 mas já tem doze. Vou falar mais neles num outro blogue.

Uma vez que não consigo resumir a plataforma eleitoral de todos os partidos, foquei-me nos mais importantes (os que têm representação parlamentar) e coloquei uma ligação ao manifesto de cada um para quem quiser saber mais.

Aqui está a nova versão

Thanks very much to Cristina of Say it in Portuguese for all the help with this one. The document is hooj, and I really appreciate the time taken.

Posted in Portuguese

É Ou Não É?

Uau, vi este vídeo no insta e chamou-me a atenção. Não sabia quem era aquele homem com um ar tão desconfortável; até achava que fosse um político que ela culpava por isto tudo, mas não é, é um académico chamado Ricardo Ferreira Reis. A senhora falou bem. O seu nome é Adriana Cardoso e ela é fundadora da empresa Próxima Geração. Há homens da minha idade nos comentários do vídeo a queixar-se dos jovens “materialistas”, mas não é justo. Todos nós temos de crer num futuro estável, e estou feliz por ver que ela quer um país com mais oportunidades no qual construir este futuro. É melhor do que desesperar, não é? Então calai-vos*, homens da minha idade! Não sou especialista em política portuguesa (claro!) mas não vejo nada de errado neste vídeo curto.

Se este discurso representa a opinião dos jovens, as legislativas do próximo Março vão ser um terramoto.

*You won’t often find me using that verb conjugation, I can tell you! That might be the first time in 1600-odd posts!

Edited and detypoed post-publication by Cristina of Say it in Portuguese

Posted in Portuguese

Tony Blair

Ouvi uma entrevista hoje com um jornalista chamado Peter Hitchens. Durante a conversa, o jornalista falou dum encontro com Tony Blair antes de passar a primeiro-ministro.  O Senhor Blair acabara de fazer “selfies” * com um grupo de jovens e o jornalista perguntou “quem eram aquelas pessoas?”

“São brasileiros” respondeu Blair. “Muita gente gosta de mim no Brasil”**

“Então o senhor deveria aprender português” aconselhou o jornalista.

“Hum… Português?” questionou Blair.

E foi então que o jornalista constatou que o futuro primeiro-ministro não sabia que o idioma que se fala no Brasil não é espanhol.

* Agora que penso nisso, provavelmente foram fotos tradicionais porque a selfie é um fenómeno mais moderno, não é?

** Probably because his surname is almost an anagram of their country.

Posted in Portuguese

O Primeiro-Ministro

Boris Johnson

Posso falar deste homem sem falar de política porque os seus defeitos são defeitos pessoais. Escrevi vários posts no meu blogue sobre o seu caráter: preguiçoso, gabarola, queque*, com falta de atenção aos pormenores do seu cargo. Fez parte da campanha contra a UE (mas não vou falar dessa decisão porque nunca mais me calaria**!) Recentemente, fez muitos erros de julgamento e mentiu aos deputados no parlamento e foi isso que precipitou o êxodo de ministros do seu gabinete e depois a sua… Demissão… Ou seja o que for.

*If you’re not sure what this means, it’s explained here

*I originally wrote “nunca pararia” (I would never stop) but stopping talking isn’t the same as stopping moving of course, so it’s calar, not parar.