Another text that hasn’t been proofread #UNCORRECTEDPORTUGUESEKLAXON
Hello, ladies!
Este senhor, Tristão Vaz Teixeira, também conhecido por Tristão das Damas, aparece em pacotes de açúcar na Madeira. Ao ver o nome dele, assumi que haveria uma outra explicação pelo apelido. Por exemplo, uma dama é uma peça num jogo. “Talvez”, pensei, “os cabeços de amarração, que parecem estas peças, também sejam chamados por damas, e este homem era um capitão dum nave ” Mas enganei-me, ele era um poeta madeirense cortês, que fez vários motes a mulheres e por isso ficou conhecido por esse apelido. Contudo, o seu pai, Tristão Teixeira era navegador mesmo, portanto, eu não era assim tão longe da verdade!
Começando este livro, custou-me a entender o primeiro capítulo porque havia tantas personagens em duas linhas de tempo distintas que perdi logo o fio à meada. Desenhei uma árvore genealógica de como as várias pessoas estavam ligadas, que tornou a compreensão mais fácil, e depois fiquei absorvido na história.
O enredo anda à volta de uma família madeirense, principalmente um casal que vive nos finais do século XIX. Há uma narradora que está a contar a história mas ela é quase invisível. Poucas vezes faz referência ao seu próprio ponto de vista, cem anos depois, quando herda uma escrivaninha e vários papéis da sua tia, que também é neta do casal.
Cada capítulo é dedicado a um familiar, principalmente os elementos femininos, e a sua perspetiva. Embora Marcos, o marido do casal, seja central ao enredo, não é o protagonista. A autora está mais interessada na experiência das filhas e irmãs e outras mulheres; na primeira página há uma citação de Herberto Hélder* “Começa o tempo onde a mulher começa”.
Seria muito fácil para um livro que tem lugar numa ilha ser insular ou paroquial, mas a autora deixa uma janela aberta para o mundo lá fora: Marcos participou na luta contra a escravatura em África após a sua abolição na Europa e nos Estados Unidos, e outros capítulos abordam o movimento pelos direitos das mulheres, conhecido por sufragismo, o crescimento do sentimento republicano e até o desenvolvimento de infraestrutura tecnológica na forma de um cabo telefónico sob o Atlântico. Assim situando o seu elenco num palco mundial, pintando numa tela grande (estou a misturar metáforas mas não me importa), a autora evita um sentido de claustrofobia.
Adorei o livro e estou muito contente que mo tenham recomendado antes das nossas férias na Madeira.
*i originally wrote this as “há uma citação na primeira página de Herberto Hélder” (there’s a quote on one first page from Herberto Hélder) but that is confusing because “a primeira página de Herberto Hélder” makes it sound like HH has pages, and he probably doesn’t.
Well, as you can see from that last update, we’re back at home, doing laundry and catching up on sleep. I seem to have picked up a cold, or maybe it’s just the change of weather, but I’m all snotty. Better to have it at home than while I’m away though, so I’m not complaining. And I have to work today too. Le sigh.
Luckily, the weather has been pretty wet and cool in London. Why is that lucky? Well, I’m sorry your barbecues were ruined, fellow Londoners, but I’m just relieved all the plants in the allotment didn’t die of thirst as I’d expected, after being left unwatered for two whole weeks in July.
Anyway, I’ve been publishing contemporaneous, uncorrected journals of each day, as you can see, and I’ll be updating them with corrections as they come in. I’m up to day 8 now, (thanks, Dani), but day 9 onwards ate still uncorrected and probably pretty terrible.
Agora que escrevo isto, pergunto-me como é que fizemos tanto num só dia, mas fizemos e nem sequer nos sentiamos apressados. último dia, conseguimos tudo que tínhamos planeado: eu corri logo de manhã antes dos outros acordarem. Tomámos o pequeno-almoço no café Penha D’Aguia e visitámos duas igrejas, incluindo a Sé e o Museu de Arte Sacra. Depois, fui buscar o carro ao estacionamento e fomos todos à praia para um breve mergulho, e fomos ainda ao topo do Pico do Areeiro acima das nuvens. A vista era incrível. Quando voltamos para o Funchal, estacionámos o carro num lugar estratégico e fomos comer num restaurante de que tinha gostado quando jantámos lá há uns dias. Experimentei a poncha e a cerveja madeirense, Coral. Deitei-me cedo para estar pronto para o dia seguinte porque temos um voo muito cedo.
Agora que escrevo isto, pergunto-me como é que fizemos tanto num só dia, mas fizemos e nem sequer nos sentíamos apressados.
Hoje, fomos de carro ao longo da costa para visitar vários sítios : o Centro da Banana da Madeira, um restaurante em Porto do Sol, a Câmara de Lobos, Cabo Girão, a Igreja de São Mateus, e uma livraria num bairro nos arredores do Funchal onde há muitos hotéis e prédios altos modernos. Parece um trecho de terra a beira do rio Tamisa! Chegámos a casa às 8 horas da noite e jantámos pão, manteiga, queijo e chouriço.
Câmara de Lobos, decked out in its reclaimed-plastic finery. The name doesn’t refer to actual wolves. There’s a section of rock that forms a kind of chamber (câmara) and when it was discovered, the sailors saw a bunch of fur seals (Lobos Marinhos) chillin’ out there.
Amanhã será o último dia das férias e estamos ansiosos para não desperdiçar o tempo restante. Planeamos em nadar mais uma vez, em visitar um museu, e em comer e beber várias coisas que ainda não experimentámos. Ainda não tive a prazer de provar esta ‘poncha’ com a qual toda a gente está tão entusiasmada. A tragédia de ser o único condutor!
Antes de a família acordar, saí de casa e corri pelas ruas da cidade, desfrutando do ar fresco e das calçadas vazias.
Mais tarde, fomos todos à estação do teleférico e viajámos até aos jardins da Quinta “Monte Palace”. Almoçámos e demos uma voltinha de pé. Numa parte do jardim havia um grupo de fotógrafos à espera de duas pessoas: um homem e a namorada. Ele fizera planos para a pedir em casamento. Ficámos por perto e, a julgar pelos gritos, ela aceitou e já está a sua noiva!
We passed right by the tobogan place but nobody wanted to do it with me – miserable gits! It didn’t seem like it’d be much fun on my own. Well, you can see from the look on this bloke’s face. His wife and daughter wouldn’t go with him either. I feel his pain.
Às 4 horas e meia, a madrinha da Catarina chegou à entrada dos jardins botânicos. Ela e o marido levaram-nos a sua casa onde passámos três horas agradáveis. Moram numa casa que construíram do princípio numa colina. É bonita e a vista da varanda é incrível. Comemos uma fatia de bolo caseiro e bebemos um copinho de ginjinha, também caseira*, e uma chávena de chá. A Catarina e a madrinha falaram das suas vidas e de pessoas conhecidas de** ambas. Eu tentei falar com o marido mas além de ele ter o sotaque madeirense tinha tido um acidente vascular. Portanto era difícil entendermo-nos, mas eu disse algumas coisinhas sobre a nossa vida, e até consegui fazer umas piadas. A Olivia ficou tão entediada que ocorreu*** um milagre: ela estava incentivada a falar português, o que basicamente nunca acontece. Com as poucas palavras que ela tem, e o francês da escola (a madrinha tinha sido professora de francês antes de se reformar), ela conseguiu comunicar. A madrinha é muito simpática e a família também. Segundo a Wikipedia, o papel dos padrinhos é serem “pais espirituais” e “no batismo, têm a obrigação de**** auxiliar os pais da criança na sua educação religiosa”. A Catarina é casada, não só com um ateu, mas um ateu protestante, mas se a madrinha dela estava desiludida com a sua afilhada, escondeu bem a desaprovação! Sou introvertido e regra geral fico desconfortável com desconhecidos mas não houve problema porque foram tão acolhedores.
Depois, o casal deu-nos uma boleia para a cidade e nós jantámos na varanda dum restaurante ótimo, olhando os transeuntes em baixo.
Foi um dia muito agradável.
*I wrote “caseiro”, which would have been right if she’d made the glass but as you’ve probably guessed, it was only the drink she’d made! Adjective endings can change the actual meaning if a sentence!
**Wow, unexpected preposition here: “known of both”, not “known to both”
*** I used “passar-se” instead of “ocorrer” but it doesn’t work on its own like that: it means “freak out”
****I the original it says “têm como obrigação auxiliar” but I lost the “como” and didn’t change the test of the sentence to compensate. Bad paraphrasing.
Living in the moment (the moment is 1879, but I keep being reminded of 2023)
Começámos por tomar o pequeno-almoço no café Brunch Club. Como provavelmente já adivinharam, este café não é um autêntico café madeirense. Não, é uma armadilha para influenciadores. Depois, explorámos mais lugares da juventude da minha esposa, e andámos à vontade. Embarcámos num barco turístico às três horas e passámos 3 horas no mar entre o Funchal e as ilhas Desertas*. Vimos dois grupos de baleias-piloto, que me chatearem muito porque senti-me obrigado a largar o meu livro para vê-las. Mas consegui ler dois capítulos apesar da distração.
À noite, comemos sopa com pão de casa** e manteiga.
Por falar em “Armadilhas de influenciadores”, o que mais me chamo a atenção no Nono Dia das férias foram os cartazes colados a várias paredes que deploram a presença de tantos turistas na ilha. “Não sou turista, eu vivo aqui. A cultura da Madeira tem que*** voltar a ser a cultura da Madeira – QM Antifascismo”
Pois é. Também vivo numa ilha onde temos turistas e imigrantes, incluindo madeirenses (sou casado com uma!), mas este ponto de vista: “há estrangeiros a mais, temos de preservar a nossa cultura” não é chamado “Antifascismo” por cá. Quase o oposto. É estranho como a política tem formas diferentes em lugares diferentes. Mas é um verdadeiro problema: em qualquer parte, temos de estabelecer um equilíbrio entre uma sociedade com as suas próprias tradições e a vontade das pessoas de viajar, migrar e trabalhar onde quiserem. Por causa do globalismo, esta tensão vai aumentar cada ano mais e não é nada fácil de resolver.
Tirei fotos dos cartazes como nós turistas costumamos fazer.
*The name of the island, not just deserted islands
**This isn’t just a way of saying “homemade bread” it’s an actual type of bread. Recipe here.
***Grammatically, it’s more correct to say “tem de” but that’s how it appears in the poster.
Liguei ao oculista logo de manhã. Disse que os meus óculos já chegaram. Ótimo! Apanhei o autocarro para os recolher. Depois fui ter com a minha família a um café chamado A Penha da Aguila onde comemos bolos e sandes.
Passámos a tarde a andar a pé* pelas ruas. A Catarina mostrou-nos a sua escola primária (que é mil vezes mais bonita do que o edifício quadrado dos anos sessenta onde passei a minha infância entre os 5 e os 10 anos) e secundária (o Castelo de sonho da Barbie) e vários lugares da juventude dela. Também visitámos duas livrarias: uma Bertrand e a Livraria Esperança, que é uma loja vasta com três andares onde se vendem livros em** segunda mão, que ficam seguros*** por clipes e pendurados de ganchos nas paredes. As senhoras foram fazer manicura num salão e voltaram com as unhas pintadas de azul-turquesa e de verde brilhante.
O Castelo de Sonhos da Barbie Moniz
A Madeira é uma ilha onde as plantas crescem em toda a parte: há sol e chuva suficiente que qualquer espécie de planta pode florescer. E a cidade capital não é exceção: olhe onde olhar, há hortênsias, aloe veras, estrelícias (também conhecidas por “aves-do-paraíso”), azáleas e até bananeiras por todo lado, com as montanhas ou o oceano como pano de fundo. É uma festa de beleza. O governo proibiu a cor cinzenta há 30 anos mas ninguém reparou, porque já não existia.
*A couple of times in these accounts I’ve said “andar de pé” but de pé means standing. I should be “andar a pé”.
** em segunda mão, not de segunda mão.
***seguros not segurados. The past participle of segurar is segurado, but if they’re held there, we want the adjective form, seguro.
Saímos do alojamento no Porto Moniz e mudámos de casa para um apartamento no Funchal. Parámos duas vezes durante a viagem: em Santana, para ver as casas Típicas e comer os melhores pregos de sempre, e depois perto do cume* do Pico Ruivo, onde fomos montanha acima a pé. Doía-nos a barriga por causa de termos comido os pregos ótimos. Havia nuvens de ambos os lados do trilho, e sentíamo-nos como se estivéssemos a caminhar pelo céu. Era tão dramático! Estamos no Funchal agora. O estacionamento não é nada fácil e as ruas são muito caóticas, mas precisamos menos do carro. Sei lá, talvez possa ficar no parque de estacionamento até ao fim da semana ou até ser devolvido à empresa de aluguer. O apartamento é aconchegante. É há uma máquina de café que não usa aquelas cápsulas das quais os portugueses gostam tanto por qualquer razão!
Pico Ruivo in a brief moment of relatively little cloud
Fiquei encantado com os lagartos que vemos por todo o lado. Fez-me perguntar à minha esposa se havia ratos e ratazanas na ilha, porque achava que a população seria menor se houvesse roedores para os comer. Ela só respondeu “Jesus!”, que levei como “sim, temos.”**
*I wrote “pináculo” originally, but although that can mean the pinnacle of a mountain its primary meaning is as the high pint of a building. Cume seems to be better.
**The following day, I started seeing signs around the place saying “Perigo! Zona em Desratização” Danger – area in de-ratification, warning people about poison having been laid out.