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My History Course Turns Out To Be Both More and Less Interesting Than I Thought

I’ve been thinking for a while about writing a post on the course I’m taking about the history of Portugal, but today’s Twitter news has made me finally stretch my thumbs to do it now because… Wow, I was not expecting this!

The course is bi-weekly, presented online by the Bertrand chain of bookshops. I missed the first one so I’ve only actually attended one class so far. It’s taught by a woman called Raquel Varela, who is Portuguese, and a Brazilian guy called Roberto Della Santa. I was a bit non-plussed by the session I attended. It was about the origins or liberalism and the unification of the national market in the 19th century but there weren’t many references to actual historical events; the bulk of the lesson was given over to explaining Marx’s theories about capitalist production. OK, well, Marx does set out to explain historical processes so yeah, fine, but it seemed likes strange digression for a course on Portuguese history, going into abstract realms of economics and historiography without much reference to the real sequence of events. It felt more like a come-to-Jesus, or rather, a come-to-Karl… appeal than a lesson. That’s OK though, I’ve studied Marx at uni, and I’m quite happy to listen to other people’s points of view. I’d have asked a question if my grasp of the language was more secure but no, not today!

I’m not complaining – I enjoyed it. I hope the remainder of the course will be less abstract though.

Anyway, fast forward to today. I open twitter and there’s a tweet right at the top of my feed with a link to an article and a picture that looks familiar. It takes a while to realise it’s one of the course teachers, Raquel Varela, and the article is about a petition signed by “more than a hundred intellectuals” in support of academic freedom in general and of her specifically. It turns out she is quite a well-known figure. This surprised me because the price of the course is so low I’d assumed the teachers were just keen amateurs they dragged in from the store’s popular history counter. I wasn’t expecting star power! Its like attending a year-long study group at your local Waterstones for a hundred and forty quid and finding it’s being run by Simon Schama. You’d go “bloody hell, i wasn’t expecting this!” She’s a kind of public intellectual, attached to the Universidade Nova de Lisboa, author of several books and occasional TV pundit. She’s taken a lot of fairly controversial positions, not least on covid, but that’s another story for another day.

Anyway the reason she was in my twitter feed was to do with a public hoo-ha that has been going on for a couple of weeks now. It started when rumours began appearing on social media that her academic CV had been inflated by repeating items multiple times to make it seem like she had more academic clout than she really has. I don’t know where these rumours came from originally but she refers to them in her blog in July, describing them as a “campaign of defamation”. The matter came to a head around the 20th of September when the newspaper Público reported that the Instituto de História Contemporânea had withdrawn its support for her candidacy in a scheme run by the Fundação para a Ciência e a Tecnologia called the Concurso de Estímulo ao Emprego Científico Individual after checking the allegations and finding that she appeared only to have published about half as many articles as she claimed. Now, I know inflating your cv is not exactly uncommon, but integrity is a big deal in academic circles, especially when you are using your track record as a platform for competing against other academics as in this case.

Varela didn’t take this lying down, instead using her legal right of reply to demand (the verb is “exigir”) an apology from Público,

Varela Claps Back

But it didn’t come and they continue to report on the progress of the ongoing investigation.

This brings us back to the present day where Sapo’s i online site reports on the letter of support from a hundred or so writers and academics. Their petition refers to a “campaign of character assassination”, involving Público, which it accuses of “promiscuity” with anonymous sources spreading misinformation. It also mentions other, more unpleasant allegations in “ultra-Conservative” sources and throws in a reference to “o crescimento de fake news e da extrema-direita”. In one particularly weird flourish of denunciation they say “Este é um caso exemplar de como o nepotismo dentro de um sector da academia e a necrofilia de alguma imprensa procura silenciar uma intelectual”. Wait… What? Nepotism? Necrophilia? Calm down lads.

The effect seems to be to associate the (perfectly legitimate, it seems to me) story in Público with some more shadowy stuff online, implying they are somehow part of a co-ordinated smear campaign. This seems a little unfair, since whatever the online muckrakers are doing, Público are at least reporting on matters of public record: either her CV is padded or it isn’t, and that question is being adjudicated by the relevant scientific bodies. Whether they find in her favour or not is up to them but fairness and transparency seem to be essential in upholding trust in the scientific process. Mixing it up with conspiracy theories doesn’t help either side.

Anyway, I will certainly carry on attending the course and I’ll enjoy it a lot more knowing the backstory!

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O Superman – Augusto Cid

António Ramalho Eanes (Eones, Superman) and Ernesto Melo Antunes (Melro). The image is, of course, aligned left

Ouvi falar deste livro no instagram. A Ana Luiz li-o há umas semanas. Naquela altura, eu estava a ler A Construção da Democracia em Portugal. “Epá!” pensei (mas confesso que pensei em inglês) “este livro tem bom aspeto e pode ser uma boa sobremesa depois de todo este espinafre não ficção” Comprei um exemplar duma loja de segunda mão porque é antigo e não é disponível nas livrarias online. Vale mesmo a pena. De súbito, todas as personagens da história que tinha lido anteriormente animaram se cá diante dos meus olhos. Eanes (EONES) no papel de Superman, nasceu no planeta CROPCON (baseado em Copcon que realmente na época pós-revolução) e viaja para Portugal onde tenta cumprir a sua missão histórica apesar dos esforços dos seus inimigos e concorrentes tal como Solares (Soares) e Fiasco (Vasco) Lourenço. Augusto Cid é, claro, um artista talentoso. O livro foi lançado em 1978, na época de instabilidade depois da revolução (Abril 1974) e a contrarrevolução (Novembro 1975), mas a sua carreira continuo até o seu falecimento recente. Dá para entender muito sobre o espírito do época, mas é óbvio que o autor tem desgosto do Eanes. A história não tem nada de simpatia pelo seu cargo. Portanto não é justo (mas quem disse que livros satíricos devem ser justos?) Recomendo a opinião de Ana Luiz neste site porque ela sabe mais do que eu e menciona algo da história do livro em si, e a resposta polémica do governo.

I usually put a link to the books I review on here but I don’t think you can get this easily. Augusto Cid has some more recent books though and you can buy those here.

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O Futuro Tem 100 Anos

Esta BD foi lançado para comemorar o centenário da CUF, uma empresa que (nas suas próprias palavras) trouxe a revolução industrial para Portugal on 1908. A história é contada do ponto de vista de uma mulher de 2008, que é a bisneta dum engenheiro francês, um empregado da empresa. Até certo ponto, esta decisão, faz todo o sentido porque o leitor pode ver as ligações entre o mundo de hoje e os eventos do passado. Mas… Para mim, os autores focam demais na protagonista (que é jovem, bonita, mais fácil no olho do que o bisavô dela!) e por isso não temos um entendimento nítido do crescimento da empresa, o impacto dela na vida do país, os raízes dos problemas laborais (tal como a greve), e a evolução da empresa desde o século XX até agora (acredito que se trata de um rede de hospitais hoje em dia não é?)
Ainda por cima o arte não é assim tão incrivel.
Meh. Interessante mas não passa de ser um panfleto de publicidade. 3 estrelas.

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1890: Portugal, Uma Retrospectiva – Opinião

Recebi este livro como oferta de uma amiga. Fiquei muito entusiasmado como a ideia de o ler porque tenho um projecto intermitente de aprender a história do país.

Ler este livro nos dias de hoje, durante os protestos contra (entre outras coisas) estátuas de pessoas envolvidas em imperialismo e escravatura foi uma experiência surrealista. O livro trata do ultimato Britânico, com o qual o país onde nasci ameaçou o seu antigo e mais fiel aliado com as mais graves consequências se não cedesse o território entre Angola e Moçambique sem demora. Os protestos sublinharam o que deve ser óbvio para qualquer leitor deste século: a história desta época é uma história de dois países a brigar um com o outro por causa dum sítio no estrangeiro, como duas crianças a lutar por causa dum brinquedo.

O livro está muito bem escrito e dá para entender o contexto da disputa e as suas consequências , principalmente a queda da monarquia.

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Discurso

Notes for an extended video book review and wiffling about the Marques de Pombal.

Hoje vou falar sobre este livro “A Vida e a Obra do Marquês de Pombal” de José Barata. É uma biografia fina e básica. Acho que o autor tentou fazer uma hista equilibrada. Não é um elogio do homem mas também não entrou a matar. Parece que quer ser justo mas não sou especialista e não sei se ou não sucedeu.

Fiquei com vontade de ler depois de ouvir e ler várias coisas sobre esta figura histórica durante o meu projecto de aprender história portuguesa. 

Antes de ler, não sabia muito sobre o M de P. Já sabia que estabeleceu a cidade de Lisboa quando foi destruído pelo terramoto de 1755, que fez uma decreta contra escravidão que acabou finalmente com transportes de escravos para o Reino, e lançou algumas reformas na esfera de educação, e ouvi a minha esposa a dizer que era uma desgraçado maluco (ela disse “crazy bastard” porque esqueceu-se falar português) mas é isso mesmo. Do lado escuro do Marquês é que  não sabia nada. Há uma teoria de história que diz que, quando um país precisa de fazer uma grande mudança, é necessário que haja um “homem forte” que pode forçar o país transformar-se. “homem forte” é a palavra eufemística para este tipo de pessoa quando apoiamos as polícias deles, mas a outra palavra é “ditador” e escolhemos a palavra que depende dos nossos preconceitos. Claro está que este homem era um ditador, quer apoie quer não, e claro está que fez erros, abusos do seu poder e provavelmente crimes. Não quero o julgar pelos valores de hoje em dia, confesso que gosto de alguns objectivos seus, mas lá está. 

Tenho algumas dúvidas que ofereço com humildade porque este livro é mesmo básico e ainda por cima é possível que perdi alguns pormenores, mas cá para mim, havia algumas pontos puouco claros. 

Por exemplo, vamos falar do execução, do modo mais sangrenta e injusto da família Távora, que era o pior acto na biografia. Antes de mais, não tinha certeza se ou não uns membros da família realmente tentaram assassinar o rei, ou se devemos acreditar que o Marques tentou incriminá-los para apagar os seus rivais

De qualquer maneira nunca pode ser justificado matar a família toda, mas vou pôr esta questão para o lado porque, a maior dúvida que tenho é o seguinte: quando vemos o balanço deste crime, quanto devemos culpar o M de P, e quanto culpa merece o próprio rei Dom José 1. Porque parece muito improvável que o rei perdoaria alguém que tentou matá-lo. Os reis de qualquer país costumam de lidar com assassinos com mãos de ferro e de forma geral, as opiniões dos outras não lhes importam muito. Quiçá o M de P não merece a culpa toda. Mas não tenho certeza. Ouvi que Dom José era indeciso e deixou o Marques controlar tudo. Quem sabe? Se calhar disse “alguém tentou matá-me hoje mas não quero fazer nada. Irei assistir esta caixa e ficar à espera de alguém inventar o Netflix. Seja à vontade fazer o que queiser ó Marques”. É possível mas não sei. Parece igualmente provável que o rei deixou o povo culpar o Marques para não ser enlameado pelo acto de vingança. 

Tinha algumas dúvidas menores. É difícil imaginar quão bem as ordens de Reis e políticas transmitem-se aos funcionários que as executam e por isso o “grande homem” de história leva sempre mérito e censura que, as vezes não merecem. Mas… Ao final de contas, fiquei com a impressão que o M de P é um exemplo dum fenómeno bem conhecido aos leitores de história inglesa. Existe um livro chamado “1066 and All That” de  W. C. Sellar and R. J. Yeatman, que é uma história humorística de Inglaterra. No percurso, diz-se várias vezes “He was a bad king but a good thing” ou seja “Era um mau rei e uma boa coisa”. Este livro deixou-me como mesmo sentimento para o M de P. Como homem, não era muito simpático, mas durante a sua carreira, aumentou a vida do país: abrandou a influência da Igreja sobre educação, desenhou uma nova cidade nas ruínas da velha, ajudou leva cabo à escravidão. Deixou um país melhor… A menos que o teu nome é Távora. 

Mas sei menos que nada. 

Cada história tem dois lados e por isso quero agradecer José Santos por ter me enviado este livro. Chegou anteontem. É um romance histórico, nem uma verdadeira história mas acho que é baseada em factos verídicas e por isso lê-lo-ei na próxima vez que me apetece aprender mais história portuguesa. Muito obrigado. 

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A Vida e a Obra do Marquês de Pombal

Este livro faz parte do meu projecto de aprender a História de Portugal. Conta a história deste estadista numa maneira bastante concisa, sem muitos pormenores, mas parece que o autor deu uma opinião equilibrada: trata dos crimes do Marquês tanto quanto as realizações. Ou seja, descreve as reformas a educação mas também o assassinato dos Távoras; a reconstrução de Lisboa mas também a perseguição da oposição às companhias monopolistas. O estilo do autor não é nada fácil: embora o livro seja fininho e o texto simples, não é isento de complicações. Havia muitas palavras desconhecidas, para mim, mas não só para mim: há umas que a minha professora também não conhecia! Por isso, recomendo este livro para estudantes da História Portuguesa que querem um desafio linguístico além de uma lição de História!

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Rapaz’s Delight

Listening to an episode of Cromos M80 the other day I heard about “Os Lusitansos” by Luís Filipe Barros. It’s a history of Portugal in the form of a rap, with the beat basically pinched from the Sugar Hill Gang. It’s er… Well, it’s something from the 80s, simultaneously the best and worst decade in history.

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O Mosteiro da Batalha.

O Mosteiro da Batalha é um dos grandes monumentos de Portugal e é considerado parte do património mundial pela UNESCO. O nome do mosteiro não é propriamente “Mosteiro da Batalha” mas, sim “O Mosteiro da Santa Maria da Vitória”, mas fica na vila de Batalha (Portugal, assim como Inglaterra, tem uma vila chamada Batalha/Battle para comemorar a batalha mais significativa na sua história). No caso de Portugal, a batalha é a Batalha de Aljubarrota em 1385. Dom João I, Mestre de Avis, vencedor da batalha mandou construir o mosteiro para agradecer à virgem Maria pela sua ajuda.

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O Padrão dos Descobrimentos

298px-Monumento_a_los_Descubrimientos,_Lisboa,_Portugal,_2012-05-12,_DD_19O Padrão dos Descobrimentos foi construído pelo arquitecto Cottinelli Telmo antes da exposição do Mundo Português. Porém, apesar de ser construído naquela altura, o padrão que nós turistas fotografamos à beira do Tejo não tem 79 anos, porque o padrão que fez parte da Exposição foi efémero e foi desmontado após do festival.

Em 1960, o padrão foi reconstruído no sítio actual para comemorar quinhentos anos desde a morte do Infante Dom Henrique, o navegador mais importante na história do país, e o impulsionador dos descobrimentos. A partir daí, tornou-se num dos monumentos mais famosos do país.

O monumento tem a forma de uma caravela (um tipo de navio) com exploradores e navegadores nas laterais, de pé ao lado do Infante. Tem 56 metros de altura, 20m de largura e 46m de comprimento.