I’ve written about my grandpa’s memoirs before but I’ve been digging some more and decided to do a longer post about some of his career highlights. Thanks to Dani for the help.
Passei algum tempo no arquivo nacional hoje. Durante a estadia, reli algumas páginas das memórias do meu avô. Meu Deus. Lembro-me dele como um idoso que não dizia muito de interessante ou fora do comum.
Nasceu na Irlanda (que, àquela altura era unida e fazia parte do Reino Unido). Assistiu ao lançamento do navio “Titanic” em 1911 com 8 anos de idade. Depois, a maior parte da Irlanda tornou-se independente mas ele vivia num dos condados que permaneceram no RU. O meu avô costumou ir ter com os habitantes da aldeia durante a noite enquanto eles treinavam como membros dum grupo paramilitar. Erguia uma lanterna para que eles tivessem luz o suficiente. Tinha nove anos. Nove. Estavam constantemente à espera duma emboscada dos católicos. Um dia um navio trouxe um carragemento de armas oriundas da Alemanha para abastecer os paramilitares protestantes. Porquê? Acho que tem algo a ver com a Grande Guerra que teria lugar dois anos depois: os protestantes não queriam lutar com França (católica) contra os alemães (protestante) portanto seria vantajoso para a Alemanha se os protestantes ganhassem mais poder no país.
Muitos anos após a divisão* da Irlanda, o meu avô trabalhava num hospital na Birmânia quando os japoneses invadiram. Era responsável por muitos doentes de cólera e permaneceu até ao último minuto, muito depois da maioria dos ingleses se terem ido embora. Antes de sair, explodiu os carros abandonados para não dar aos invasores oportunidade de usá-los. Ganhou uma medalha por destruir carros. Hoje em dia há quem destrua carros sem incentivo mas, sei lá, ele tinha um talento.
Participou na guerra como médico militar.
O irmão dele, que também vivia na Birmânia, bazou na mesma altura, mas voltou ao país no ano seguinte com as forças especiais para cometer atos de sabotagem. Foi atingido por uma bala, foi preso e morreu numa prisão japonesa em 1943.
Após a guerra, o meu avô também regressou à Birmânia. Trabalhava no hospital de Rangoon em 1948 e ajudou a mãe do cantor Nick Drake quando ela deu à luz.
E estes são apenas os fatos que já sei da sua vida intensa!
*I wrote “partição” (partition) but that was changed. That sense of the word does exist but seems not to be the narural one to use in this context.