
Fui com a família ao Teatro Ambassador há 3 dias para assistir a uma peça nunlm teatro novo na sua noite de estreia. A peça é baseada num livro publicado nos anos oitenta chamado “O Diário Secredo de Adrian Mole Aos 13 Anos e 3/4”. Quando foi editado, eu tinha 13 anos, e Adrian, se fosse uma pessoa verdadeira, teria um ou dois anos a mais do que eu.
Adoro o livro, e li-o à minha filha já que ela tem mais ou menos a mesma idade. Gostámos do espectáculo. É um musical, portanto o enredo (que se passa em 1981) mudou ligeiramente para caber no formato do teatro musical, mas não é assim tão diferente do original. As canções e a actuação foram fantásticos. O palco foi decorado com autocolantes brinquedos e cartazes de 1981, ainda que o calão se tenha afastado da linguagem da época. Estas são coisas que um velhote, tal como eu, perceberia mas para os outros (incluindo as famílias dos jovens do elenco que faziam parte da plateia) não importa muito, e toda a gente gostou e bateu palmas numa ovação em pé no final.
No inicio, havia malas de viagem no palco e um chapéu a flutuar por cima. Quando o espectáculo começou, ficámos boquiabertos. Não posso falar demais sobre o enredo ou a magia porque preciso “guardar o segredo” (os empregados deram a cada membro da audiência uma crachá com esta legenda!) mas basta dizer que os efeitos eram espectaculares. À sério: Es-Pec-Ta-Cu-La-Res. Não tenho palavras. O dialogo é divertido e os actores muito bons (sobretudo os que protagonizam o Scorpius Malfoy e a Moaning Myrtle). A primeira parte termina numa maneira que deixou o público em suspenso até à segunda.
O que mais me impressionou foi o palco. Porquê? Porque não havia só um palco estático. Após cada cena, empregados, vestidos de estilo militar, ou como agentes do serviço secreto entraram na multidão que rodeava o palco e gritaram “Afastem-se! Vamos!” para constranger os espectadores darem espaço, e então um novo palco surgiu, e a ação recomeçou mesmo ali. Por isso, esses bilhetes na área ao redor do palco são os mais baratos. Mas também são os melhores porque lá estávamos e sentimos como se fossemos cidadãos da “cidade eterna” a testemunhar o assassinato, a ouvir os discursos do Bruto e de Marco António, e a fazer parte da história verdadeira. Foi um dia maravilhoso.