Posted in English, Portuguese

Licença Poética ou Só Crime?

Having tried to write a sonnet the other day, I felt like trying a different poetic form. The Clerihew is something of a lost art form but I was obsessed with them for a few weeks in about 1998. My Favourite was

The people of Spain think Cervantes
Equal to half-a-dozen Dantes:
An opinion resented most bitterly
By the people of Italy.

And I can’t do a direct translation, so I decided to have a crack at recreating the spirit of the thing in Portuguese. I know some of the words are in a weird order, but I hope I haven’t stretched the grammar too far and it’s allowable within the poetic form…

Camões, segundo os portugueses,
Vale mais, uma dúzia de vezes,
Do que Shakespeare, o que provoca uma exclamação
De qualquer cidadão da minha nação.

I crowdsourced an answer to that question and one of the two respondents replied in the positive at least so I’m calling that a victory. Both suggested I sort out the metre, but Clerihews are allowed to be rambling and uneven so I haven’t even really tried to do that. If you’re curious, you could do worse than check out u/urinaRabugenta’s answer under my post here, for a more professional version. It’s better in every way, especially the second line (which is a real dog s breakfast in my version). The only thing I don’t like about it is rhyming – ção with – dão in the last line. Apart from that, it’s a banger! Notes underneath explain the reason for the changes. It’s good stuff.

I love how the AI has made a sexy Camões with an eyepatch that looks suspiciously like sunglasses
Posted in Portuguese

What We Did On Our Holidays

Here’s a series of short texts written over the last few days when we were in holiday in Wales. Thanks to Patis12, Dani_morgenstern and Cataphract for the corrections

Quarta-Feira

Eu e a minha família vamos amanhã para o País de Gales para participar no festival literário. Por isso, os próximos textos irão ser curtinhos, acho eu, mas não quero abandonar o streak!

Quinta-feira

Hoje, pretendo ir buscar um carro (aluguei o durante 3 dias) e conduzir para o país de Gales com* a Minha mulher, a nossa filha e a amiga, dela. Não gosto de conduzir. De todo. É frustrante, portanto ando de carro com a menor* frequência possível.
Além de ser o primeiro dia das miniférias, é o aniversário da minha filha. Faz 17 anos. Atingiu a idade na qual pode aprender a conduzir. Quem sabe, talvez ela vá lidar com tudo isso de volantes e travões e gasolina na próxima vez.

*This word originally had a typo and was written as “come” which is a bit unfortunate given that “comer” means eat (which would be bad) and also has a slang meaning which, if anything, is even worse in this context.

**as rarely as possible. I originally wrote “de menos frequência…” but that’s wrong.

Sexta-feira

Aqui estamos no oeste do Reino Unido. Assim que chegámos*, a minha mulher caiu ao descer uma escada. Torceu o tornozelo e bateu numa parede com a cabeça. Felizmente não tem concussão (sei isso porque ela ainda odeia o Boris Johnson), mas tem dores no tornozelo apesar de usar um curativo e um saco de ervilhas congeladas.
Jantámos num restaurante. Hoje é dia de fazer compras nas livrarias e ouvir vários autores

*I wrote “logo que chegámos” which is fine but assim que is better

Sábado

Estou à espera para ouvir um discurso de uma autora chamada Bernardine* Evaristo. Li um livro dela há uns dias e gostei imenso. Sobretudo, adorei a maneira através da** qual ela estabeleceu ligações entre as várias gerações de personagens.

Ela conta a história de um jovem que encontra uma professora pouco simpática. O capítulo seguinte fala desta mesma professora e explica os motivos dela, mas ela também fica chateada com uma colega da geração anterior que se torna protagonista do capítulo seguinte. Acho que isso é uma boa lembrança de que cada um de nós tem a sua própria história que guia as suas ações

*Since this is quite an unusual name in English and quite a common one in Portuguese, the autocorrect feature changed it to Bernardino, which was quite embarrassing. Did the same in Instagram too. . I dashed the day’s text off in the last 5 minutes before she came on stage though so typos are to be expected!

**I wrote “a maneira na qual” – literally “the way in which” but it seems that the Portuguese say it as “a maneira através de qual” – “the way across which” or “a maneira como” – “the way how”

Domingo

As You Like It
Como Queiram

Ontem à noite, fomos ver uma peça de teatro – o As You Like It* de William Shakespeare – ao ar livre. Foi incrível. Logo depois da peça acabar, começou a chuva. Agradecemos aos deuses do tempo por terem adiado** a tempestade até à noite.

Choveu a cântaros. Ao chegarmos a casa, ouvimos a chuva a bater no telhado como se fosse uma bateria. As ovelhas lá fora, no campo estavam a balir***. Coitadinhos.

*There are various Portuguese translations. Older versions might be called “como vos aprouver” and more recent “como queiram”

**I originally wrote “terem-se travado” aiming for something like “having restrained themselves”. I’m not sure if this was actually wrong or if the marker just thought I was talking nonsense. I have a weird way of expressing myself in English and maybe it just sounds like mistakes in Portuguese….?

***balir os a good word. It means “to bleat”.

Epílogo: Segunda-Feira

As férias devem deixar-nos descansados mas voltamos para casa sempre exaustos* e cheios de sono. Queremos encher os dias todos com atividades, o que torna as férias mais ocupadas do que os dias de trabalho. Preciso de dois dias de descanso em casa depois de três dias de descanso num outro lugar.

*To my shame, I put sempre in the wrong place again.

Posted in Portuguese

Esses Romanos São Loucos

28434743_156611444974990_7757581681065721856_n

No sábado passado, a minha mulher levou-me a assistir uma peça de teatro, nomeadamente “Julius Caesar” de William Shakespeare. Quando me disse, pensei que seria no Globe Theatre (Teatro de Globo), que é um teatro muito antigo à beira do Rio Tamisa, que não tem telhado nenhum. Porém, não foi no globo, mas sim no Bridge Theatre (Teatro de Ponta), perto da ponte Tower Bridge, um dos sítios mais conhecidos na cidade.
A peça foi muito bem feita. Os personagens vestiram-se de roupas modernas tal como fatos, uniformes militares e bonés vermelhos. Bonés vermelhos? Sim, como podem adivinhar, a realização da peça devia muito à iconografia da presidência estadunidense. Os atores foram ótimos, o que ajudou imenso, porque Shakespeare pode ser difícil as vezes por causa da língua antiga, mas até à minha filha que tem doze anos e não tem o mínimo conhecimento do enredo entendeu tudo.

notebook_image_883388O que mais me impressionou foi o palco. Porquê? Porque não havia só um palco estático. Após cada cena, empregados, vestidos de estilo militar, ou como agentes do serviço secreto entraram na multidão que rodeava o palco e gritaram “Afastem-se! Vamos!” para constranger os espectadores darem espaço, e então um novo palco surgiu, e a ação recomeçou mesmo ali. Por isso, esses bilhetes na área ao redor do palco são os mais baratos. Mas também são os melhores porque lá estávamos e sentimos como se fossemos cidadãos da “cidade eterna” a testemunhar o assassinato, a ouvir os discursos do Bruto e de Marco António, e a fazer parte da história verdadeira. Foi um dia maravilhoso.

Posted in Portuguese

Mais Um Dia em Edimburgo

notebook_image_829756O primeiro espectáculo do dia foi “Shakespeare for Breakfast”. Cinco actores protagonizaram “Macbeth”, e a peça foi mudada para ser uma luta pela presidência duma horta comunitária. Foi muito engraçado e conteve referências ao referendo, ao “Game Of Thrones”, àquele gajo cor-de-laranja e ao nosso espectáculo preferido “Hamilton the Musical”. Deram papéis a três espectadores para fazerem parte do drama. Gostámos muito dele.

 

Thanks to Sofia for the corrections