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Apresentação

This is an outline I did for the self introductory piece of the speaking bit at the end of the exam. It’s actually a bit long and even if I had a memory I still wouldn’t want to learn it by rote because it’d sound robotic, but I’ve recorded it to listen over and over again and I’m going to try and at least get an outline of it in my head and try and hit all the points in the right order.

The last line sounds a bit up itself doesn’t it? I want to have something concrete to say to round it off because I tend just to collapse atbthe end and say something lame like “é isso”. I might tweak it though.

O meu nome é Colin. Tenho 54 anos. Sou escocês por nascimento mas quase sempre morei em Inglaterra. Estou casado com uma madeirense e temos uma filha com dezoito anos que está a estudar programação de videojogos numa faculdade na Escócia. Sou consultor de informática. Gosto de correr. Não sou muito desportivo mas cheguei a uma idade na qual fiquei com uma escolha: ou correria para perder peso ou correria riscos de infarto e outros problemas de saúde. A corrida é um desporto solitário e não sou fã de desportos da equipa, portanto a seleção da atividade era fácil. Adoro correr logo de madrugada quando há pouca gente no parque, apenas veados, coelhos, pássaros e outros homens gordinhos de meia idade. Consigo pensar, ouvir um audiolivro, e ver o sol nas copas das árvores. Treino forte e feio para aumentar o meu desempenho, mas é difícil porque como bolos a mais. Pretendo participar na Meia Maratona dos Descobrimentos em Lisboa daqui a duas semanas. Uma vez, consegui esta distância em duas horas mas agora tenho mais dez anos e mais dez quilos e duvido que seja capaz de atingir o mesmo ritmo de corrida.

Comecei a aprender português a sério em 2016, mas já tinha feito algumas tentativas esporádicas anteriormente. Embora a minha esposa fale inglês fluentemente, a sua tia não falava e queria comunicar com ela.

Pedi dupla cidadania em 2019, mas havia um problema por causa da minha residência outrora nos Estados Unidos e o processo foi por água abaixo durante a época da pandemia. Fiz um segundo pedido mais recentemente e estou à espera da resposta. Não gosto de voar e por isso, fui a Portugal poucas vezes, mas visitei Lisboa, o Porto (3 vezes), Coimbra, o Algarve (2 vezes) e a Madeira que é, sem dúvida o meu lugar favorito, e não só porque a minha mulher vivia lá!

Sendo um pouco introvertido, falo pouco com outras pessoas mas gosto de ler, e isso, para mim, é o meu principal contacto com a língua portuguesa: leio muito. Há uma citação de Fernando Pessoa que diz “A minha pátria é a língua portuguesa”. Identifico-me com este sentimento, porque estou a pedir dupla cidadania mas acho que passo mais tempo a ler livros portugueses do que passei no país. É uma situação invulgar.

Às vezes, quando comecei, custava-me muito ler livros como “Bichos” de Miguel Torga (que tem muito vocabulário desconhecido que tem a ver com a vida bucólica), “A Costa dos Murmúrios” de Lídia Jorge (cujo estilo é um pouco denso) ou os livros do João Reis, que é um autor moderno e muito simpático (falamos no Instagram de vez em quando), mas achei o seu humor difícil de entender. Mas fui melhorando cada dia mais e, em 2023, é raro perder o fio à meada. Até me apetece voltar a ler alguns livros que li há anos e mal entendi. Leio qualquer espécie de livro: adoro os livros de Ricardo Araújo Pereira, de Miguel Esteves Cardoso, de João Tordo, e de Djaimilia Pereira de Almeida mas também leio não-ficção: uma Biografia do Marquês de Pombal, a Brevíssima História de Portugal e vários ensaios sobre a língua, a história e a cultura do país. Também li um livro sobre a corrida, escrito pela atleta portuguesa Jéssica Augusto.

Sou membro da Sociedade Anglo-Portuguesa, a qual tem os seus encontros lá no outro lado da rua. É um bom método para ficar a par de aspetos da cultura, mas convém lembrar que existem muitas maneiras de nos encontrarmos com a cultura portuguesa em Londres: concertos de Fado, restaurantes, exibições de arte, como a de Paula Rego que decorreu no Tate há um ano, e até existem comediantes portugueses que montam espetáculos em Londres, porque como há tugas suficientes aqui eles encontram público disposto a ouvir comédia na sua própria idioma. Fui ver o Manuel Cardoso ontem, por exemplo.

Em resumo, pretendo viver uma vida interna que é meio portuguesa, mesmo que não fale muito.