Posso falar deste homem sem falar de política porque os seus defeitos são defeitos pessoais. Escrevi vários posts no meu blogue sobre o seu caráter: preguiçoso, gabarola, queque*, com falta de atenção aos pormenores do seu cargo. Fez parte da campanha contra a UE (mas não vou falar dessa decisão porque nunca mais me calaria**!) Recentemente, fez muitos erros de julgamento e mentiu aos deputados no parlamento e foi isso que precipitou o êxodo de ministros do seu gabinete e depois a sua… Demissão… Ou seja o que for.
*If you’re not sure what this means, it’s explained here
*I originally wrote “nunca pararia” (I would never stop) but stopping talking isn’t the same as stopping moving of course, so it’s calar, not parar.
António Costa nasceu em 1961 em Lisboa. A sua família tem raízes em goa, e na França. O seu pai era escritor e militante do partido comunista goês, portanto o jovem António ficou interessado na política. Filiou-se com a juventude socialista em 1975, uma época muito conturbada logo depois da revolução contra o fascismo e com o “espetro do comunismo” a assombrar o país.
Costa (holding the flag) in his finest hour
Durante os anos oitenta, Costa, já licenciado em direito, começou a sua carreira política. Foi eleito à câmara municipal de Lisboa e desempenhou vários cargos no partido nacional como por exemplo, diretor da campanha de Jorge Sampaio para a liderança do PS. Mas foi em 1993 que ganhou a atenção do povo, durante a sua campanha contra a CDU* nas legislativas. Apesar da sua candidatura não obter êxito ficou famoso durante a campanha por ter organizado uma corrida entre um burro e uma Ferrari à hora de ponta (spoiler alert, o burro acabou por ganhar)
Ao longo dos anos, o Costa cumpriu vários papéis nos governos de António Guterres (nos anos noventa) e de José Sócrates (na primeira década deste século) e também no parlamento europeu e como presidente da câmara municipal lisboeta. Em 2014, passou a ser líder do partido socialista e um ano mais tarde tornou-se primeiro-ministro do país, como cabeça do partido com mais votos do que os outros (apesar de não ter maioria absoluta) em coligação com dois partidos à sua esquerda. Ainda é** primeiro-ministro*** neste governo atual com maioria absoluta
*I guess I thought that this would be masculine because it’s a political party (partido) but the C stands for Coligação apparently.
**One of those situations where a temporary state (being prime minister) is nevertheless permanent enough, and enough of a defining quality of who a person is, rather than what they happen to be doing, that it takes ser not estar
***The hyphen is mandatory in the Acordo Ortográfico