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Full MECs

É-me interessante que chumbei dolorosamente em tantos exercícios mas logo que encontro um texto de um autor cujos livros conheço e cujo sentido de humor aprecio muito, não fiz um único erro. Será que a simpatia que eu sinto face ao autor me dá uma vantagem em desenroscar a gramática do texto? Faço figas na esperança de receber um exame com textos de Ricardo Araújo Pereira e letras dos Deolinda!

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Subjunctive Snooker

Eis uma questão do caderno de exercícios do “Português em Foco”:

Selecione a resposta correta, de acordo com as informações fornecida pela frase

A. Mal estivessem na praia, eles faziam surf.

  1. Eles fizeram surf.
  2. Não sabemos se eles fizeram surf.
  3. Eles não fizeram surf.

Tive de pedir ajuda da gente simpática do r/portuguese para entender porque é que a resposta dada é 2 mas, na verdade, não é assim tão difícil. Fiquei confuso porque a ação tem lugar no passado. Se o narrador falasse sobre eventos um tempo no futuro teria dito “quando estiverem” (when they get to the beach) e não haveria qualquer dúvida de que o narrador não sabia o resultado pois ainda não aconteceu! Mas “estivessem” é pretérito imperfeito, certo? Portanto isto já aconteceu? Sim, mas isso não significa que sabemos a história inteira. Não significa “as soon as they were at the beach they went surfing” (mal estiveram na praia…), mas sim “When they got to the beach they were going to go surfing”. Ou seja, o falante está a descrever os planos que o grupo tinham feito antes de partir, mas não tem a certeza de se vieram a pôr os planos em prática.

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Zé do Telhado

Este texto é batota porque a pergunta (do Português em Foco) diz que tenho de escrever sobre uma personagem literária mas escolhi uma pessoa verdadeira. Contudo, tenho uma desculpa. O protagonista desta história também estrelou em várias obras literárias, cinematográficas e dramáticas.

José Teixeira da Silva nasceu em 1818 e trabalhou como destomateficador* de animais na herdade do seu tio. Na sua adolescência, juntou-se ao exército, nos Lanceiros da Rainha (Maria II, caso tenhas interesse em saber qual a rainha!) mas após uma derrota, refugiou-se na Espanha.

Ao regressar, meteu-se em outros movimentos contra o governo daquela época, e acabou por fazer parte da Revolução da Maria da Fonte em 1846, na qual foi um dos líderes, mais tarde ficando às ordens do general Sá da Bandeira. Foi condecorado, mas após isto tudo, foi expulso pelo partido por não pagar os impostos exigidos pela nova administração.

Foi nesta altura que o nosso herói assumiu o nome José do Telhado. Sob este pseudónimo, cometeu um grande número de assaltos durante um período de grande transtorno no país. Enfim, foi preso e desterrado para África onde se tornou negociante de borracha, cera e marfim.

Segundo a lenda, Zé do Telhado roubou dos ricos para dar aos pobres, como o nosso Robin Hood. A Wikipedia não dá exemplos deste comportamento, mas diz que os Angolanos o consideravam como um “bandido bom”.

* I just made this word up. He was working with animals and castrating them was one of his duties. I am paraphrasing Wikipedia and I don’t know many synonyms for “person who cuts the bullock’s bollocks off”, but tomates is a slang word for bollocks (fica a dica – careful when using it!) so I just decided to wing it!

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A Feel For It

I don’t really know what the rule is here, so was expecting at least one to be knocked back but got them all right first time. I suppose it’s one of those things where reading books just makes it “feel right” in a particular order.

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Certo Dia

Certo dia os executivos da empresa Blinklearning reuniram-se para criar um plano para arruinar a minha vida. A bomba mais recente é esta mensagem que acabou de aparecer no meu navegador quando tentei iniciar uma sessão.

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Homeworkposting

This exercise from PeF seems interesting enough to be a blog post. The questions relate to a short biographical piece about Mia Couto.

  1. Caracterize a família de Mia Couto.

É uma família de emigrantes que mudou de país para Moçambique nos anos cinquenta do século passado. O seu pai era escritor (jornalista e poeta) cujos avós enriqueceram no setor automotivo mas sabe menos sobre a sua mãe porque ela era órfã que foi criada por um padre que dizia que era o tio dela.

  1. Por que motivo os pais de Mia Couto foram para África?

Foram para África em meados do século XX porque queriam mais espaço e um novo começo, e o pai achava que teria mais hipótese de sucesso na sua carreira jornalística no estrangeiro.

  1. De acordo com o autor, qual era o ambiente racial que se vivia na cidade da Beira durante a infância do autor? Dê exemplos retirados do texto.

DIz que a Beira é uma cidade “atravessada” (ou seja, havia muitas pessoas de diversas raças) e uma vez que o seu pai mudou de bairro muitas vezes, cada vez num sítio com poucas famílias brancas, o jovem Mia brincava e andava na rua com jovens negros.

  1. “O meu pai tinha muito esta coisa que eu era o filho que lhe ia continuar a veia”. Justifique esta frase do autor.

O pai já era escritor e os seus irmãos também escreviam mas na mesma, o pai achava que Mia seria quem continuaria a tradição de trabalhar como escritor profissional.

  1. Como caracteriza o autor o seu primeiro livro?

Foi uma coleção de poesia lírica que ele escreveu para contrariar a tendência de escrever poesia Marxista falando da condição dos proletários. 

  1. Quais foram as influências literárias de Mia Couto?

Fala primeiro do poeta José Craveirinha. Depois de vários brasileiros e finalmente de três portugueses: Sophia de Mello Breyner Andresen, Eugénio de Andrade e Fernando Pessoa. Acho que estas são influências poéticas; presumo que também foi influenciado por romancistas.

  1. Que tipo de escritor se considera Mia Couto? Justifique com uma frase retirada do texto.

Segundo os amigos dele, é “mais uma contista do que um poeta”. Eu sei que escreveu poemas mas tendo a pensar nele como escritor de contos também. Também diz “O que escrevo é Moçambicano”, que indica que o autor pensa de si próprio como nativo do país adotado pelos seus pais.

  1. Nas suas crónicas, contos e poemas, Mia Couto usa muitas vezes palavras inventadas (neologismos). À luz deste facto, explique o sentido da frase “Eu acho que não tem que haver um polícia de trânsito a regulamentar a língua, dizendo: Por aqui não se pode andar. Pode tudo!”. Concorda com o autor?

Está a comparar pessoas pedantes com os polícias que aplicam as leis de trânsito.

Concordo sim, quem pode contrariar? Uma palavra inventada que explica algo novo ou que traz mais nitidez, mais graça ou mais especificidade, enriquece a língua. Shakespeare inventou centenas de palavras. Há palavras que trazem apenas confusão e regra geral reagimos não as usando. Como a palavra “Fetch” no filme “Mean Girls”. E em casos raros as palavras mudam os significados numa maneira desajeitada, tipo a palavra “literally” (literalmente) em inglês. Mas regra geral as novas palavras fornecem mais cor à nossa fala.

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The Vaz’t and the Vurious

Brief resumé of Portugal’s favourite one-eyed son. This is an exercise in summarising a longer text from Português em Foco.

Luís de Camões

Existe muita incerteza sobre a vida deste poeta mas tanto quanto podemos constatar, nasceu nos anos vinte do século XVI e pertencia à pequena nobreza. 

Estudou filosofia em Lisboa. Lutou em Ceuta, onde perdeu um olho. Em 1547, passou 3 anos em Constância para escapar às consequências de ter ofendido uma dama da corte.

Tendo regressado para Lisboa, ficou preso por mais uma ofensa (a cultura do cancelamento já estava em curso!) mas foi libertado após um ano, em 1553. 

Nesse ano, partiu para Goa para escapar à vida alfacinha. Ali, pensa-se que Camões começou a escrever os Lusíadas. Não estava feliz em Goa, portanto viajou em seguida para Macau onde trabalhou como provedor-mor dos defuntos e continuou a escrever a epopeia.

Durante a viagem de volta para Goa o navio naufragou perto do Vietname. O poeta salvou o seu manuscrito mas deixou afogar a sua amante, Dinamene, numa vitória da arte contra o cavalheirismo. 

Voltando para Lisboa, com as mãos a abanar, após 16 anos de exílio, o poeta publicou os Lusíadas em 1572, dedicando-o ao D.Sebastião. 

Apesar da tença anual paga pela coroa em reconhecimento da sua obra, Camões viveu os seus últimos anos doente e empobrecido.

Quando morreu em 1580, um amigo, filho de um nobre e apreciador de literatura, mandou escrever um epitáfio na campa rasa do poeta “Aqui jaz Luís de Camões, príncipe dos poetas do seu tempo. Viveu pobre e miseravelmente e assim morreu.”

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Today’s Homework was to Write a Sonnet, So Here’s a Blog with Words Written On It

My inner poet (colourised).
Image by Oberholster Venita from Pixabay

Following yesterday’s blethrings about someone else’s sonnet, Português em Foco was like “OK, so why not try one yourself?”

Happy to report the number of errors was pretty low, which is a relief, because it would have been hard to correct without knackering the syllable count! Thanks as always to Cristina for helping weed out the mistakes.

Os anos passam, a vida avança,
Piso sempre esta minha trilha,
Olho com saudades a maravilha
Desta, minha sempre-crescente pança.

Estamos neste baile, então, dança
Até perderes uma sapatilha.
Tu és a minha única filha
Ainda que já não sejas criança.

És mulher, cada dia mais capaz
Mais bela e forte do que toda a gente
Igual ao teu pai, brilhante e sagaz.

Segue os teus sonhos. Por mais que tente
O tempo nunca anda para trás
Então, filha, vive e anda em frente.
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Português em Foco Being Português em Foco

Spent ages trying to work out what “a persona poética Império” might mean and couldn’t find it in the original text the question is based on. Turns out it’s just a mistake and the last word only appears on the page where you write the answers, not in the printed book. 😠

Why you do dis to me, Português em Foco?