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Herança de Sangue – Penina Baltrusch

Conheci esta autora no FLILP há três meses. Achei-a muito simpática e é evidente que a sua obra tem muitas fãs no seu próprio país (aqui está uma brasileira a falar sobre o mesmo livro, por exemplo).

O romance é um thriller, que se passa em Inglaterra, e conta a história de uma funcionária de um call centre inglês chamada Ella, que descobre que foi adotada e que é a herdeira de um milionário. Em breve, apaixona-se por um rico e os dois casam-se, mas nem tudo é como parece. Em breve, a sua amiga está morta, ela mesma quase morre num acidente de trânsito e durante a sua lua de mel, ela cai montanha abaixo. Então é evidente que há alguém que quer se livrar da nossa heroína. Mas quem?

A escritora escreve bem: o diálogo parece-me natural e a ação não pára*. Infelizmente, achei o enredo um pouco rebuscado. Os planos do antagonista não têm pés nem cabeça, e há vários outros aspectos pouco credíveis. Basicamente, a experiência de ler este livro não é nada má, mas deixou-me insatisfeito. Talvez um conhecedor deste género, que esteja mais acustomado à suspensão de descrença possa gostar mais.

*Strictly speaking should be “para” following the Acordo Ortográfico but it’s the least popular change in the AO for obvious reasons, and even people who usually take care to follow the new rules tend to rebel on this one. I feel like I’ve written about this before but I can’t find it now, so here’s a Ciberdúvidas article for anyone who isn’t familiar.

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Águas Passadas de João Tordo

Review of this 500-page beach book which is available from Bertrand. It’s one of my favourite portuguese thrillers even if there was more shagging than really necessary.

Águas passadas de João Tordo

Gostei muito deste romance policial. A protagonista é uma agente da polícia, Pilar Benamor, que está a investigar a morte duma adolescente encontrada na praia de Assentiz. Em breve, uma nova vítima aparece, cruelmente esquartejado. A sua investigação revela ligações com crimes do passado e daí constata a malvadez que resultou nestes crimes chocantes. Pilar é uma heroína simpática. É forte mas é realista. A minha única queixa é sobre o seu “defeito fatal”. Não é fora do comum, os autores de thrillers darem aos seus protagonistas um problema pessoal (uma dependência de álcool, por exemplo, ou uma incapacidade de separar o trabalho da vida doméstica). Queremos os nossos heróis a terem de lutar contra os seus próprios demónios, ao mesmo tempo que lutam contra os criminosos, mas, neste caso, a sua falha é adição ao sexo. Isto parece-me parvo. Não tem a mínima relevância para a história. Fiquei com a impressão de que era uma desculpa para inserir cenas de sexo no enredo, que interromperam a história sem revelar nada sobre a personalidade dela.