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A Miséria na Estrada Para Sintra

Apesar de ter corrido 42.2 quilómetros anteontem, acordei esta manhã sem dores nas pernas. Aluguei uma bicicleta e pus-me a pedalar em direção a Sintra. Escolhi a rua à beira do mar mas esta acabou por atravessar as colinas do parque. Enfim, 4 horas depois, cheguei à Quinta das Regaleiras, suado mas feliz. Houve vezes durante a viagem nas quais me arrependi de não ter ido de autocarro, mas se tivesse optado pelo transporte público, não teria visto as nêsperas selvagens, as borboletas gigantes, a ave de rapina e todas as flores e plantas desconhecidas.

Estou a escrever este texto na fila onde estou há quase uma hora. Planeei em visitar o Palácio Nacional da Pena depois disto mas sinceramente não acho que tenho paciência para mais sítios turísticos, e ainda por cima não me apetece voltar para Cascais na escuridão. O filósofo Eduardo Lourenço disse uma vez “Mais importante que o destino é a viagem” e acho que tinha razão, mas o destino não é irrelevante. Fico contente por ter um dia fantástico na rua e (em breve) uma vista do Poço Iniciático.

Confesso que não sabia que havia tantas tantas estruturas incríveis nesta cidade. Há cenas espantosas por todo o lado. A entrada deste parque custa €12 euros que é menos do que os jardins botânicos de Kew, e… Peço desculpa, Kew, mas não há nada aí que chegue aos calcanhares do Poço Iniciático.