I got curious about this because it was covered by Amor Electro on one of the albums I listened to a few weeks back, and although I knew most of the songs they’d done, I’d never heard of this or even of the artrist who performed it originally so I sought it out. Disappointing, to be honest. It feels very dated and uninspiring. I actually liked the cover version better.
Portuguese
English
Há luz sem lume aceso Mas sem amar o calor Há flor de um fogo preso Há luz do meu claro amor
There is a light without a flame But without loving the heat There is a flower of a captive fire There is a light of my clear love
Há madressilvas aos pés E águas lavam o rosto Dedos que tens em resvés Ó meu amante deposto
There are honeysuckles at your feet And waters wash your face Fingers you have, so close Oh my former lover
Não foram poemas nem rosas Que colheste no meu colo Foram cardos, foram prosas Arrancadas do meu solo
There were no poems or roses That you picked in my lap They were thistles and prose Uprooted from my soil
Porque tu ainda me queres O amor que ainda fazemos Dá-me um sinal se puderes Sejamos amantes supremos
Because you still love Yje lobe we still have Give me a signal if you can Let’s be supreme lovers
Será sempre a subir Ao cimo de ti Só para te sentir
It wlll always be rising Above you Just to feel you
Será no alto de mim Que um corpo só Exalta o seu fim
It will be above me Because just one body Exalts at its end
OK, well this is one of the bands I listened to the other day and liked enough to want to dive into their lyrics. It’s not an easy one because a lot of it is lists of things and events, like the lists in “Its the End of the World as we Know It” by REM or “We Didn’t Start the Fire” by Billy Joel and I am pretty sure I am missing some of the references. I’ll put links on the ones I recognise because it’s probably easier than writing 30,000 words of footnotes. Speaking of feet, there’s a really excellent live video out there and teh lead singer has a cast on his ankle, so well done him for not calling in sick that day!
🇵🇹
🇬🇧
Siga em fila vai Nove emprego cinco sai Quinto império do atalho Bomba, escola, pão, talho
Form a line, go Nine employed, five leave Fifth empire by a shortcut Bomb, school, bread, meat
Trívia e televisão Aurora do quadrilião No ar um cheiro a esturro Bom pró esperto, mau pró burro
Trivia and television Glow of the quadrillion In the air a smell of burning Good for the smart, bad for the stupid
Perto, tão perto do oásis no deserto Longe, tão longe de ir lá hoje Mora, demora O que é bom nunca é pra agora Quem me dera ir daqui pra fora
Close, so close to the oasis in the desert Far, so far from getting there today Lay, delay What is good is never for now I wish I could get out of here and away
Trânsito no Jamor A ouvir notícias do terror Troika, bolha imobiliária É cara a vida e a pensão precária
Traffic on the Jamor Hearing news of terrorism The Troika, a property bubble Life is expensive, and pensions at risk
Fraco tão fraco o sol neste buraco Boa, tão boa a vida boa Mora, demora O que é bom nunca é pra agora Quem me dera ir daqui pra fora
Weak, it’s so weak, the sun in this hole Good, so good, the good life Lay Delay What is good is never for now I wish I could get out of here
Mergulhar mãos no volante e adiante Pra qualquer lugar Vidro aberto, rádio alto, no asfalto Sem me apoquentar Saborear o mar, as serras Cobrir-me de pó e geada Roer o osso desta terra Na vida de estrada
Grab the steering wheel and go To anywhere Window open, radio loud, on the asphalt Without fear To enjoy the sea, the mountains get covered in dust and frost Chew the bones of this land In life on the road
Sismo no Japão Zara, nova coleção Espionagem, guerra, muda o tema Woody Allen no cinema
Earthquake in Japan Zara, new collection Espionage, war, change the subject Woody Allen at the cinema
Zapping e jornal Série e logo futebol O vizinho num concurso A fazer figura de urso
Channel-hopping and news Series and then football The neighbour in a competition To act like an idiot
Chato, tão chato papar grupo barato Oco, tão oco o circo louco Mora, demora O que é bom nunca é pra agora Quem me dera ir daqui pra fora
Annoying, so annoying, support cheap group* Hollow, so hollow, the crazy circus Live, delay What is good is never for now I wish I could get out of here
Mergulhar mãos no volante e adiante Pra qualquer lugar Vidro aberto, rádio alto, no asfalto Sem me apoquentar Saborear o mar, as serras Cobrir-me de pó e geada Roer o osso desta terra Na vida de estrada
Grab the steering wheel and go To anywhere Window open, radio loud, on the asphalt Without fear To enjoy the sea, the mountains get covered in dust and frost Chew the bones of this land In life on the road
Onde não há prazos nem obrigações Não há debates nem euromilhões Onde o sol eleva e a frescura acata Sem consulta ao homeopata Onde a cura é sem vacina E a cardina é sem pesar Por lagoas e colinas Vê-se a lágrima a secar Dá o vento na cara E nada nos pára Nada nos pára
Where there are no deadlines or obligations No debates, no euromillions Where the sun lifts you and the coolness follows you Without an appointment with the homeopath Where the cure doesn’t take a vaccine** And the grime doesn’t weigh you down Through lakes and hills Feel the wind in your face And nothing will stop us Nothing will stop us
Perto, tão perto do oásis no deserto Longe, tão longe de ir lá hoje Mora, demora O que é bom nunca é pra agora Quem me dera ir Quem me dera ir daqui Quem me dera ir daqui pra fora
Close, so close to the oasis in the desert Far, so far from getting there today Delay, delay What is good is never for now I wish I could get out I wish I could get out of here I wish I could get out of here and away
Mergulhar mãos no volante e adiante Pra qualquer lugar Vidro aberto, rádio alto, no asfalto Sem me apoquentar Saborear o mar, as serras Cobrir-me de pó e geada Roer o osso desta terra Na vida de estrada
Grab the steering wheel and go To anywhere Window open, radio loud, on the asphalt Without fear To enjoy the sea, the mountains get covered in dust and frost Chew the bones of this land In life on the road
*best guess is that he’s saying you should support independent artsists
**They broke up in 2019, in case you were wondering if this was some sort of covid reference
A tradução de hoje é “Fado Português”. Se Amália cantou alguma canção, acho que convém usar a versão dela como base duma tradução, mas não existe um vídeo dela a cantar esta, e olha, a versão de Sara Correia é ótima, então porquê é que estás a resmungar? Vi-o na app Lingoclip, que estou a usar diariamente. Para ser sincero, é frustrante. Prefiro usá-la no modo especialista porque é mais fácil digitar tuuuuudoooo do que andar de um lado para o outro entre as letras e as opções, mas é preciso ter dedos extraordinariamente rápidos! Mas um fado é mais fácil do que um rap, portanto, se gostares de experimentar, recomendo que comeces com algo deste género.
Português
Inglês
O Fado nasceu um dia Quando o vento mal bulia E o céu o mar prolongava Na amurada dum veleiro No peito dum marinheiro Que, estando triste, cantava Que, estando triste… cantava
Fado was born one day When the wind was barely stirring And the sky held back the sea On the hull of a sailing ship In the breast of a sailor Who, being sad, was singing, Who, being sad, was singing.
Ai, que lindeza tamanha Meu chão, meu monte, meu vale De folhas, flores, frutas de oiro Vê se vês terras de Espanha Areias de Portugal Olhar ceguinho de choro
Oh so much beauty My ground, my mountain, my valley With leaves, flowers and golden fruit See if you see the lands of Spain, Sands of Portugal Vision nearly blind from crying
Na boca dum marinheiro Do frágil barco veleiro Morrendo a canção magoada Diz o pungir dos desejos Do lábio a queimar de beijos Que beija o ar e mais nada Que beija o ar… e mais nada
In the mouth of a sailor Of the fragil sailing boat The tortured song, dying Tell of the torment of desires From the lip burning with kisses That kisses the air and nothing else That kisses the air and nothing else
Mãe, adeus, adeus, Maria Guarda bem no teu sentido Que aqui te faço uma jura: Que ou te levo à sacristia Ou foi Deus que foi servido Dar-me no mar sepultura
Goodbye mother, goodbye Maria Remember what you see and hear* That here I make an oath That I will either take you to the sacristy Or it was God that served me By giving me a grave in the sea
Ora eis que embora outro dia Quando o vento nem bulia E o céu o mar prolongava À proa doutro veleiro Velava outro marinheiro Que, estando triste, cantava Que, estando triste, cantava
Well so it was that the next day When the wind was hardly stirring And the sky held back the sea At the prow of another sailing ship Sailed another sailor Who, being sad, was singing, Who, being sad, was singing.
Ai, que lindeza tamanha Meu chão, meu monte, meu vale De folhas, flores, frutas de oiro Vê se vês terras de Espanha Areias de Portugal Olhar ceguinho de choro
Oh so much beauty My ground, my mountain, my valley With leaves, flowers and golden fruit See if you see the lands of Spain, Sands of Portugal Vision nearly blind from crying
*Not very literal at all but I couldnºt make it make sense if I did it word for word.
Li uma conversa no Reddit sobre os melhores álbuns de Rock portugueses. O “OP” (a pessoa que fez a pergunta, na lengalenga daquele site) colocou esta colagem no topo do texto para ilustrar alguns candidatos. Muitos escolheram opções da lista, mas outros sugeriram outros discos. Gosto de encontrar novas bandas, portanto decidi ouvi-las todas para avaliar quais são os diamantes entre os calhaus*. Além de quanta loiça é que partem, vou dar uma avaliação sobre quão fácil é cada um para um estrangeiro ouvir as letras. Somos estudantes, não é, portanto isso importa muito!
Censurados – Censurados
Este disco lembrou-me da obra dos Stiff Little Fingers. O ritmo da música é rápido e agressivo, como nos primeiros anos do movimento Punk. Foi lançado em 1990, quando aquele género de música estava prestes a fazer um ressurgimento com bandas como os Green Day, os Offspring e os Blink-182 a nascer nas vésperas da década de 1980 e os primeiros anos da década de 1990. As canções são interessantes para quem gosta do Punk e, apesar do cantor gritar sempre, não é assim tão difícil entender as letras. Depende da canção mas, na verdade, é mais fácil do que dezenas de bandas anglófonas!
Qualidade ⭐⭐⭐
Compreensível? ⭐⭐⭐⭐
Silence Becomes It – Silence 4
Tenho de desqualificar este disco porque quase todas as faixas se cantam num idioma estrangeiro chamado “inglês” que ninguém sabe falar. É uma pena, a sério, porque a música é boa. O género é rock/pop, muito bem realizado. Tocam uma versão de uma canção de Erasure, o que nos dá uma pista sobre os artistas que influenciaram a sua música, e uma das duas canções portuguesas é uma colaboração com Sérgio Godinho.
Qualidade ⭐⭐⭐⭐
Compreensível? 💩💩💩💩💩
Cai o Carmo e a Trindade – Amor Electro
Esta é uma escolha esquisita porque acho que é composto principalmente por covers. Reconheci o “Barco Negro” (de Amália), “Capitão Romance” (dos Ornatos) e “Estrela da Tarde” (de Carlos do Carmo) e acho que Sete Mares também é um empréstimo dos Sétima Legião. Sem fazer uma pesquisa, apostaria que não são os únicos exemplos. A cantora canta bem, e a música é muito suave. Fez-me pensar em várias bandas esquecíveis dos anos noventa. É perfeitamente agradável mas não me agarrou a atenção.
Qualidade ⭐⭐⭐
Compreensível? ⭐⭐⭐⭐⭐
10000 Anos Depois Entre Vénus e Marte – José Cid
Sem dúvida, este tem o melhor título de todos! E uau, esta escolha é fora da caixa. O disco foi lançado em 1978, na época do álbum conceptual. Lembrou-me álbuns como “Close to the Edge” dos Yes, a banda sonora do “Jesus Christ Superstar” e…. Hum… Ouso mencionar o “Rocket Man”? Acho que José Cid é comparado muitas vezes a Elton John mas ele acha-o uma “ataque” por qualquer motivo… Vejo porquê tantas pessoas gostam: é um projeto ambicioso e bem produzido, mas não é um género de que gosto assim tanto e soa muito antiquado em 2024! Ainda por cima, não é nada fácil entender o que está a cantar por causa dos efeitos auditivos.
Qualidade ⭐⭐⭐⭐
Compreensível? ⭐⭐
O Monstro Precisa de Amigos – Ornatos Violeta
Já traduzi uma canção deste álbum: Ouvi Dizer, que é um clássico, e adoro que a banda tenha convidado Gordon Gano, um dos meus músicos preferidos de sempre, para colaborar com eles no Capitão Romance. E o seu sotaque é incrível apesar de ser americano; o cantor é um exemplo que nós estudantes todos devemos seguir! O álbum foi gravado em 1999 e a atmosfera é ligeiramente semelhante aos álbuns daquela altura, tal como o “Yankee Hotel Foxtrot” do Wilco ou o “Peloton” dos Delgados, é até os álbuns dos Violent Femmes da mesma época, mas não é uma cópia: a banda tem um som distinto.
Qualidade ⭐⭐⭐⭐⭐
Compreensível? ⭐⭐⭐
Mingos e os Samurai – Rui Veloso
Ouvi** a música de Rui Veloso anteriormente e achei-o muito influenciado pelo blues, mas este disco tem mais diversidade de estilos e emoções. Estou curioso sobre as letras e penso fazer uma tradução de uma canção no futuro.
Qualidade ⭐⭐⭐⭐
Compreensível? ⭐⭐⭐⭐
Mutantes S.21 – Mão Morta
Cada faixa tem o nome de*** uma cidade: Paris, Barcelona, Amsterdão, Lisboa. É muito Punk. A música é ótima mas infelizmente não gosto dos gritos do cantor, como um bêbado à porta de uma tasca após a hora de fecho.
Qualidade ⭐⭐⭐⭐
Compreensível? ⭐
Ar do Rock – Rui Veloso
Ouvi este álbum depois do outro do mesmo artista e achei-o melhor realizado em termos musicais, mas depois voltei ao primeiro e mudei de opinião. Ambos têm o seu próprio estilo. Ar do Rock é mais pesado, e está a enfatizar os elementos de rock. É semelhante a Eric Clapton em vez das influências brasileiras…? Ou pelo menos achei assim, mas talvez precisasse de ouvir mais.
Qualidade ⭐⭐⭐⭐
Compreensível? ⭐⭐⭐⭐⭐
Cão – Ornatos Violeta
Ornatos Violeta, assim como Rui Veloso, tem dois álbuns na lista, mas este tem um sabor muito diferente de “O Monstro Precisa de Amigos” o título da primeira faixa é “Punk Modo Funk” o que assinala a direção deste lançamento: tem mais em comum com a obra dos Red Hot Chilli Peppers ou os Fishbone. O tom é mais animado e mais acessível.
Qualidade ⭐⭐⭐⭐
Compreensível? ⭐⭐⭐⭐⭐
Eis uma seleção das sugestões da seção comentários: qualquer coisa que soou interessante e cujo título não era em inglês. Vou ouvir apenas as primeiras canções de cada um para dar um resumo, e se gostar, pode ficar na minha playlist
Casa Ocupada – Linda Martini
Fixe!
Qualidade ⭐⭐⭐⭐⭐
Compreensível? ⭐⭐⭐⭐
Pharmácia Ananaz – Comme Restus
Rock muito pesado. Escondi-me atrás do sofá. Não entendi nada das letras e não só por causa das almofadas a tapar os meus ouvidos.
Qualidade ⭐⭐
Compreensível? ⭐
Capitão Fausto Têm os Dias Contados – Capitão Fausto
Chato
Qualidade ⭐⭐
Compreensível? ⭐⭐⭐
Virou – Diabo na Cruz
A primeira faixa soa como uma música folclórica, mas se odiares aquele género, não desesperes já – fia-te na virgem e não corras****, porque o resto do álbum é incrível. É rock, pois, mas há outras influências mais tradicionais também, que dão um tom inédito ao seu estilo. Acho que vou voltar a este álbum e aos outros discos da mesma banda no futuro. Infelizmente, o cantor canta rápido, portanto às vezes, torna-se ligeiramente difícil entender o que está a dizer.
Qualidade ⭐⭐⭐⭐⭐
Compreensível? ⭐⭐⭐
Ao Vivo (1988) – Xutos e Pontapés
Sinto-me disposto a gostar dos Xutos, ainda que não conheça bem a sua obra. São trabalhadores (lançaram um álbum chamado “40 Anos a Dar no Duro” e aquele disco já tem cinco anos!), o seu cantor chama-se Tim, e deram à luz o hino não oficial do país, (eu sei que é um cover mas não me importa: já pertence a eles). Este disco é mais velho e contém muitos clássicos dos avôs do Rock português. Claro que gosto, mas acho que seria mais fácil ouvir as letras num álbum gravado num estúdio.
Qualidade ⭐⭐⭐⭐⭐
Compreensível? ⭐⭐⭐
Rock Radioativo – Mata-Ratos
Não é mau mas não me agarrou a atenção
Qualidade ⭐⭐⭐
Compreensível? ⭐⭐⭐
In Vivo – GNR
Hum…. Não consigo justificar esta opinião mas acho que a música dos GNR é um gosto adquirido. A voz do cantor é fraca e desafinada, mas tem um certo fascínio, e é claro que o público que está na sala de concertos os adoram, apesar dos integrantes serem velhos após de tantos anos a virar frangos. Não gostei assim tanto mas posso imaginar que, ao longo do tempo, podia aprender a apreciar a sua obra
Qualidade ⭐⭐⭐
Compreensível? ⭐⭐⭐
Cairo – Taxi
A música dos Taxi é o que nós chamamos “ska”, e lembrou-me de várias bandas inglesas da mesma época (1982). A canção mais famosa (tanto quanto sei) é Chiclete, que nem sequer está neste disco, mas as faixas todas têm a mesma “vibe”… eh pá, que batota… está bem, têm a mesma atmosfera.
Qualidade ⭐⭐⭐
Compreensível? ⭐⭐⭐⭐
Lambe-Botas – Tara Perdida
Terminamos com um dos meus favoritos deste conjunto: este Lambe-botas nunca para de entregar música acelerada. O baterista é a estrela do disco. Tocar tão rápido deve ser um bico de obra.
Qualidade ⭐⭐⭐⭐⭐
Compreensível? ⭐⭐⭐⭐
O meu Top 3:
Virou – Diabo na Cruz
Lambe-Botas – Tara Perdida
Casa Ocupada – Linda Martini
Mas o primeiro está muitíssimo distante do segundo!
*Not a portuguese expression – “separar o trigo do joio” would be better but I like my made up version so I am sticking with it.
**I used “experimentei” here, aiming to say I sampled his music, without putting any effort into it, but it didn’t seem to be understood so I guess that’s not a thing in portuguese.
***Changed from “é nomeado para” which doesn’t mean ‘is named after”, but more like “is appointed to”
****Is it obvious I just found this randomly while looking up a different expression for another review and liked it so much that I decided I had to crowbar it in somewhere?
I am shocked at how many obvious mistakes I miss on proofreading my own stuff. My brain obviously skips over some real howlers because it already knows what I was trying to say so can’t see what I actually did say.
Já publiquei uma tradução de outra canção de Chico Buarque, mas ouvi falar desta em relação às comemorações do aniversário da Revolução dos Cravos. Hum… não me sinto grande fã deste artista, mas cada vez que escuto com mais atenção uma música dele, adoro-a e aprendo muito. Acho que chegou a hora de ouvir os seus discos todos.
(Ah ah ah, discos, sim, escute os seus discos, avô, nós estamos a ouvir no Spotify)
“Tanto Mar” é uma música que ilustra certas coisas sobre a época e sobre a relação entre os dois países, Portugal e o Brasil. Existem duas versões na Internet, e eu pensei, “está bem, a segunda é uma gravação nova da mesma canção”. Mas não é! O cantor escreveu a primeira versão em 1975, um ano depois da revolução e dedicou-a ao povo português – ou melhor, à revolução em si. Naquela altura, o Brasil também estava em plena ditadura militar (um governo que permaneceu em vigor desde 1964 até 1985), portanto a revolução no país menor deu motivo para esperança no maior. As letras refletem aquela esperança mas por isso mesmo, foram censuradas pela ditadura brasileira.
A segunda versão foi lançada 3 anos depois, em 1978, mas desta vez com letra atualizada. Existe um sentimento agridoce perante a crise de 25 de Novembro, o enfraquecimento dos objetivos da revolução e a realidade que a passagem dos anos trouxe. Mas apesar de tudo, a esperança é ainda evidente.
Em baixo, traduzi as duas versões. Gosto da simplicidade da poesia. Um escritor menos talentoso teria tentado escrever algo maior, e teria enchido cada verso de sentimentalismo e cliché, mas esta letra é curta e limpa e não tem uma única palavra a mais.
Just a reminder, obviously, this is in PT-BR, so in case anyone is avoiding brazilian accents on their learning journey, allow me to sound the 📢#BRAZILIANPORTUGUESEKLAXON📢 as a warning.
Português
Inglês
Sei que estás em festa, pá Fico contente E enquanto estou ausente Guarda um cravo para mim
I know you’re having a party, man I’m glad And while I’m away Save a carnation for me
Eu queria estar na festa, pá Com a tua gente E colher pessoalmente alguma flor No teu jardim
I wanted to be at the party, man With your people And pick a flower in person in your garden
Sei que há léguas a nos separar Tanto mar, tanto mar Sei também quanto é preciso, pá Navegar, navegar
I know there are miles* between us So much sea, so much sea And I know how much we’d have to Navigate, navigate**
Lá faz primavera pá Cá estou doente Manda urgentemente Algum cheirinho de alecrim
It’s spring there, man Here, I’m sick Send, urgently, some Fleeting scent of rosemary
Português
Inglês
Foi bonita a festa, pá Fiquei contente Ainda guardo renitente Um velho cravo para mim
It was a great party, man It made me happy I still hold stubbornly An old carnation for myself
Já murcharam em tua festa, pá Mas certamente Esqueceram uma semente Em algum canto de jardim
The (flowers) withered at your party man But certainly They left a seed In some corner of the garden
Sei que há léguas a nos separar Tanto mar, tanto mar Sei também quanto é preciso, pá Navegar, navegar
I know there are miles* between us So much sea, so much sea And I know how much we’d have to Navigate, navigate**
Canta a primavera, pá Cá estou carente Manda novamente Algum cheirinho de alecrim
Sing the spring, man Here I am in need Send me again Some fleeting scent of rosemary
* =Léguas is more like leagues but it would sound confusing in english so I fudged it
**Maybe I should have fudged this one too: naveger is much more specifically about travelling in a ship, as opposed to english where it’s more like “finding your way”
It’s been a while since I did a translation. Here’s Madredeus doing “Faluas do Tejo”. I’m not even going to translate the title because Falua is a kind of cargo-boat used on the Tejo and we don’t really have a word for that and I think writing “Cargo Boat Used on the Tejo” in the lyrics would be clunky.
The name comes from the arabic word Felucca, apparently.
Português
Inglês
Faluas, Vaga lembrança Qu’eu de criança Guardei pra mim
Faluas, Vague memories That I as a child Kept for myself
Se as vejo ainda Às vezes no Tejo Revivo a alegria Do tempo em que as via no rio a passar
If I see them still At times on the Tejo I relive the happiness Of when I saw them passing on the river
Faluas do Tejo Que eu via a brincar E agora não vejo No rio a passar Faluas vadias Que andavam ali Em tardes perdidas Qu’eu nunca esqueci
Faluas of the Tejo That I used to see playing And now I don’t see Passing on the river Lost Faluas That used to go around there On lost afternoons I never forgot
E era tanta beleza Que essas velas ao sol vinham criar Belo quadro da infância Que ainda não se apagou
And there was so much beauty That those sails created Beautiful painting of infancy That still hasn’t been wiped away
E eu tenho a certeza Que as Faluas do Tejo hão-de voltar Outra vez a Lisboa
And I am sure That the Faluas of the Tejo will return Again to Lisboa
Oof, well here’s an eleven minute summary of right vs left in Portugal, I guess!
I thought he’d make both characters as bad as each other but I guess he’s more concerned with stopping the loony right than the loony left and it’s pretty clear where his sympathies lie
I think this is originally by Amália and based on a poem by Camões, but I like this version a lot. That pianist really needs to sort his posture out though. I’ve never really been that interested in Camané but the Humanos videos I’ve been watching have really made me warm to him.
English
Portuguese
Com que voz chorarei meu triste fado Que em tão dura paixão me sepultou Que mor não seja a dor que me deixou o tempo Que me deixou o tempo de meu bem desenganado De meu bem desenganado
With what voice will I cry my sad Fado That has entombed me in this hard passion May the love not be pain that allowed me the time Allowed me the time of my disenchanted lover Of my disenchanted lover
Mas chorar não se estima neste estado Aonde suspirar nunca aproveitou Triste quero viver, pois se mudou em tristeza Pois se mudou em tristeza a alegria do passado A alegria do passado De tanto mal, a causa é amor puro Devido a quem de mim tenho ausente Por quem a vida e bens dele aventuro
But crying isn’t appreciated in this state Where I never took the time to breathe I want to live sadly because it turned into sadness It turned into sadness, the happiness of the past The happiness of the past Pure love is the cause of so much evil Owning to the one who is away from me For whom I risk life and all its benefits
Com que voz chorarei meu triste fado Que em tão dura paixão me sepultou Que mor não seja a dor que me deixou o tempo Que me deixou o tempo de meu bem desenganado De meu bem desenganado, desenganado
With what voice will I cry my sad Fado That has entombed me in this hard passion May the love not be pain that allowed me the time Allowed me the time of my disenchanted lover Of my disenchanted lover
O blogue de ontem deu-me a oportunidade de vislumbrar um mundo desconhecido e confuso. Para começar, o homem chama-se João Sábita, certo? (Diz-se “Sa-BI-ta” em vez de SA-bi-ta apesar do acento mas não quero desviar-me do assunto…) Fiz uma pesquisa e encontrei o cantor. Esteve ligado ao carnaval da* Nazaré e trabalha com o artista Nuno Abelha, que também apareceu no vídeo de ontem. Mas… É de facto o mesmo tipo? A cara dele é tão diferente! O aspecto mais óbvio é a sua boca. Os dentes do homem de ontem são dentes de um americano de 20 anos que gastou muito dinheiro no consultório do ortodontista, mas este novo Sábita tem os dentes de Shane McGowan depois de comer uma sandes de pedras. Suponho que terá comprado uma dentadura postiça. Faz sentido. Parece mais saudável em geral mas pode ser resultado das suas bochechas serem mais redondas por causa das dentes. E também deixou crescer os cabelos e rapou o bigode… Está bem, consigo acreditar.
Vendo a página do Nuno Abelha, encontra-se montes de vídeos deste ano com “Marcha (Nome) 2024 Carnaval da Nazaré”. Acho que o Nuno é o produtor/compositor das músicas do carnaval, que possibilita os artistas e as empresas da cidade gravarem as canções para que possam participar nas festividades todos os anos. Não sei… eh pá, adoro a cultura portuguesa mas sou estrangeiro e confesso que estou longe da minha zona de conforto com esta música!
Here are a couple of sample videos. I am loving “Xô Satanás” in the first one!
If you think this is wild, wait till you see the next one
See what I mean?
*As we know, most towns don’t have definite articles but this one does. Normally if a town takes an article it’s when they’re named after a thing: O Rio de Janeiro (the river) or o Funchal (the fennel patch) or O Porto (the harbour). So why is Nazaré an exception? Nobody online seems to know. Nazaré is the same name as the biblical town we call Nazareth though, and I assume the article is there to distinguish this Nazareth from… well… Nazareth. Checking this WIkipedia page, it is mainly described without an article. There are some exceptions though, where it says things like “a Nazaré moderna”, which is quite standard. We would normally use an article for when we’re talking about a specific incarnation of a city, like “a Preston da minha juventude” for example.
Ouvi uma canção recentemente chamada “Tu Não Prendas o Cabelo”. É muito portuguesa. Fiz uma pesquisa para saber mais sobre a origem e por acaso a história é cativante! A canção foi escrita por um compositor chamado José Pinhal. Pinhal não teve grande sucesso na sua vida. Tinha perdido uma perna na guerra colonial. A guerra acabou quando o cantor tinha 22 anos. Que desperdício da vida é a guerra. Durante a sua vida, o Pinhal encontrou pouco sucesso. Editou 3 álbuns em cassete e cantou em espetáculos, romarias e festas regionais. Quando faleceu num acidente rodoviária com 41 anos o mundo esqueceu-se dele.
Mas a história não acabou com a sua morte, porque duas décadas depois, uma fã do cantor carregou as suas músicas na internet e a sua fama espalhou-se boca-a-boca. Em 2016 nasceu um grupo de tributo chamado “José Pinhal Post-Mortem Experience”. A história deste cantor até chegou à imprensa estrangeira (mas confesso que eu não sabia nada disso!) e tem sido assunto de documentários na internet e na RTP.
While I was looking for a video of that (there isn’t one!) I found a version from Canta-me uma história so I decided to translate that instead. This is a cover from João Sábita and he’s changed the bulk of the lyrics to match his personality (which I’ll talk more about tomorrow).
This should be fun. The subtitles are written in dialect and I’m not sure I’m going to be able to transcribe it all. Cover me, I’m going in!
English
Portuguese
Tu não prendas o cabelo Eu gosto de solto vê-lo, pois te fica bem, quando nele dá no vento
Don’t tie up your hair I like to see it loose Because it suits you When the wind catches it
Que lindo é o teu cabelo Que chega até a cintura És a minha estranha loucura És lenha da minha fogueira Tens um sorriso à maneira*
Your hair is so lovely It goes down to your waist You’re my strange madness You’re the wood for my bonfire You have a smile that’s just right
Tu és o meu arroz de tamboril Tu és a isca do meu anzol Tu és os remos do meu candil Os teus olhos alumiam como o farol
You are my Arroz de Tamboril** You are the bait on my fishing hook You are the oars on my fishing boat*** Your eyes lit up like the lighthouse
Tu és o meu bicho de estimação Tu és o meu gazol**** de gerador Tu és o cordel do meu estendal Tu és o meu amor da carnaval
You are my pet You are the fuel for my generator You are the cord of my washing line You are my carnival love
***Tricky one, this. A candil is a kind of lamp so why the hell would it have oars? Well, the clue is that João Cabita was performing the song at a Carnival in Nazaré and he must have added this in to give it extra colour because a Barco de candil is a very pretty, colourful, traditional boat which… well, information is a bit sparse about it on the internet, but maybe typical to Nazaré specifically(?) According to this guy’s web page, it is maybe called that because they have a lamp attached so you can go fishing by lamplight (“Pesca do candil”).
****Whether he’s referring to Gazol the brand of liquid petroleum gas or it’s just short for gasolina I’m not sure.
Well that was fun. I feel a bit guilty that I haven’t done the original song, but I wanted the challenge of trying to unravel their accents