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Como Correu a Corrida?

Ainda estou com dores nas pernas mas aqui vem o resumo da Maratona de Loch Ness.

Acordei às cinco e meia e fui à procura de um pequeno almoço saudável. O dono do hotel tinha colocado umas caixas de bananas, garrafas de aqua e bolachas de Aveia na entrada, para os corredores levarem para a prova. Logo atualizei a minha opinião do hotel de três  estrelas para cinco.

Após o pequeno almoço e 78 visitas à casa de banho, deixei o hotel em direção ao centro desportivo. Daí, fomos todos de autocarro para o topo de uma montanha perto do Lago Ness. Saindo dos autocarros, toda a gente dirigiu-se sem demora para a floresta para mijar ainda mais.

A corrida começou às dez de manhã, com a música de uma banda de gaitas de foles. Corremos ao longo da rua, com vistas lindíssimas em ambos os lados. O tempo acrescentou ainda mais beleza, com luz nas folhas e um arco íris por cima da superfície da água.

I mean, nobody’s looking their best, 20 yards from the end of a marathon, are they? But they always send you these pages full of hideous caricatures of yourself in various stages of mental and physical collapse and expect you to pay for copies you can share with your friends.

Não consegui aguentar a distância toda, andei um pouco nas subidas após 20 milhas, mas corri mais do que qualquer outra maratona na qual já participei, e terminei a corrida com a cabeça erguida.

Não vi o monstro. Não me admira, é tímido.

Além da linha de chegada, havia uma feira com barracas de comida, massagem, e uma tenda com sopa gratuita, graças ao patrocínio da empresa Baxters. Comprei um gorro azul e laranja.

No final das contas, gostei imenso do dia inteiro! Uma maratona não é nada fácil mas estes desafios lembram-nos que estamos vivos!

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A Welcome in the Hillsides

Após 15 milhas da maratona de Loch Ness, deparei-me com esta placa. Dei uma espreitadela aos outros corredores à minha volta mas ninguém ria. Bolas, era eu o único lusófono.

Percorremos Dores e chegámos à proxima vila escocesa, Naspernas.

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Na Boca do Vulcão

Mais um texto sobre as minhas aventuras em Edimburgo: estou a treinar para mais uma maratona (Mais uma? Sou maluco? Pois sou) e não queria pular os treinos da ultima semana. Na quarta feira pus-me a correr 16 milhas para Portobello, ao longo da costa à beira mar e de volta ao apartamento. O sol era abrasador, e eu fiquei desidratado, apesar da água que levei comigo, mas consegui correr a distância toda.

A corrida de sábado foi mais curta mas igualmente desafiante. Fui de pé para o parco da Holyrood* e depois subi o “Arthur’s Seat” que é uma coluna de basalto composto das magmas congeladas na garganta dum antigo vulcão. Infelizmente havia lá tantas mas tantas turistas que não me apetecia correr ao longo do caminho ao píncaro, portanto escolhi uma divagação para uma colina mas baixa, mesmo ao lado e depois atravessei o patamar, subindo e descendendo as inclinações o mais rápido possível.

Adorei a corrida mas arrependi-me durante o resto do dia, cada vez que subimos uma escada, a caminho de mais um espectáculo. 😭

*escrevi “da” com artigo porque o nome Holyrood vem de “Holy Rood” ou seja “A Santa Cruz”

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Serial Non-Finisher

Mais uma vez, participei numa maratona. A Maratona de Edimburgo, que decorreu ontem, é igual à de Lisboa relativamente ao terreno: a maioria do percurso fica à beira-mar. Os escoceses são um povo acolhedor e permaneceram na rua a apoiar os corredores ao longo do caminho, até ao fim, enquanto o tempo mudou de sol para vento para chova para granizo e de volta ao sol.

O meu objectivo nesta corrida não passou do mais básico: correr 42,2 quilómetros sem caminhar. Mas não consegui. Ainda por cima, o meu desempenho foi ainda pior do que em Lisboa. A minha reserva de energia ficou esgotada aos 20k da meta. Que frustração. Mas foi culpa minha: não me preparei o suficiente antes da prova. Também comecei demasiado rapidamente por pura alegria de estar a correr num belo dia em Edimburgo com milhares de pessoas a aplaudir, e uma canção motivadora a tocar nos meus auscultadores. É essencial, numa corrida deste tamanho, manter uma reserva de força. Se a primeira metade for rapidíssima, podes apostar que a segunda será uma desgraça. No fim, caminhei 7 milhas e acabei por chegar 6 horas e um minuto após o arranque.

Estou desiludido comigo mesmo por ser incapaz de cumprir o meu objectivo mas estou cada vez mais determinado em me esforçar cada vez mais.

No autocarro de volta para Edimburgo uma velha mulher (de… Sei lá.. 60 ou 65 anos?) felicitou-me e disse que ela também correu numa maratona recentemente – a Maratona de Londres em Abril, mas estava ferida e atingiu o seu “pior desempenho de sempre”: 5 horas, uma hora menos do que o meu tempo. Ah pois, está bem, sua gabarola de merda.

Ah ah, estou a brincar, ela fez um grande esforço e não desistiu, face às dores nas pernas. Vou seguir o seu exemplo.

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Tamanhatona

OK, here we go, spamming the world with “tamanha/o” at every opportunity. It’s such a funny word though.

Passei o dia a planear a minha estadia em Portugal. Não consigo enfrentar tamanha façanha sem saber o que vai acontecer, e uma viagem também dá trabalho tamanho que vale a pena dedicar algum tempo aos planos. Fiz uma reserva de alojamento para a primeira noite. Mas tenho um segredo: não estarei num hotel mas sim num barco ancorado no rio Tejo, que fica perto do lugar onde vão distribuir os dorsais e os kits de participação. Os organizadores alugaram a Sala Tejo do Meo Arena durante 3 dias para lidar com uma tamanha multidão.

Depois, fiquei preocupado pelo transtorno de chegar ao ponto de partida a horas (40 minutos de comboio antes das 7 da manhã? Ai Jesus!) e ao pensar nas várias opções, decidi passar a noite anterior em Cascais, perto do início da Maratona, e ficar lá durante o dia seguinte (porque não quero levar as malas comigo quando corro). Na segunda-feira, terei tamanhas dores de pernas que não conseguirei andar. Vou fazer alongamentos, beber água e comer hidratos de carbono durante o dia inteiro e, com sorte, estarei em condições para ir de autocarro a Sintra na terça para ver o Poço Iniciático. Nunca antes vi um buraco daquele tamanho (tirando o buraco na minha compreensão das preposições portuguesas).

Comprei umas sapatilhas novas para a maratona, mas caminhei nelas durante algum tempo para amaciar o material porque ninguém quer umas bolhas tamanhas nos últimos dez quilómetros. Os meus calções têm bolsos secretos na faixa interior onde posso salvaguardar o meu telemóvel*, duzentos tubos de Gu e um curativo para conter as secreções produzidas pelos ferimentos nos meus mamilos. Eh pá a vida de um corredor é tão encantadora!

I just typed “tamanha” into the AI generator’s prompt. I suppose it thought it was a name. There you go then, the living embodiment of the concept of biggitude. If you’re an artist and the AI stole your work to make this, or if it’s your face, drop me a line and I will try to make it up to you somehow. Honestly, I don’t even know why I’m doing this.

*My browser assures me that it is using PT-PT, not PT-BR but it underlined this word and thinks I should change it to “telenovela”. Give me strength!

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Rosa Mota

First in a series of posts about famous (but not dead) portuguese people. Thanks to Butt_Roidholds for the corrections here.

Rosa Mota nasceu em 1952 e é conhecida* por ser uma das maiores atletas de sempre no campo da corrida. Uma série de vitórias em campeonatos ao nível de clubes de corrida e depois em concorrências regionais resultou, afinal, em ela ser selecionada para representar o país no Campeonato Europeu de Atletismo em Atenas em 1982, que era o primeiro ano em que havia uma maratona feminina. Apesar de não fazer parte do lote das favoritas, conseguiu ganhar a medalha de ouro.

Rosa Mota
Campeã

Nos anos seguintes, Rosa concorreu em corridas no palco mundial, inclusive em dois jogos olímpicos nos quais recebeu a medalha de bronze (Los Angeles, 1984) e de ouro (Seul, 1988).

Depois do final da sua carreira como maratonista, assumiu o papel de embaixatriz do desporto. Continuou a receber prémios e ser distinguida pelas suas conquistas no campo de corrida e pela sua participação em treinos** e em promoção de saúde.

*=I originally wrote “conhecido” which prompted someone to comment that she “seemed a bit masculine”. Hm… I don’t have a chin-stroking emoji on the laptop keyboard but I need one…

**=I wrote “treino” here but there’s obviously a slight difference between treino and training, in that treino seems to be more like a training session, so it’s distinct blocks of time, not a general program of training spanning a long period of time.