Sorry, I’ve no idea what anyone reading these updates is making of them: they’re all just formless, unedited brain-dumps of the texts I’ve been reading on the Literature and Culture course unit. I´ve got so used to using this blog as a way of processing and recording things that I´ve lost the ability to just write stuff down in a book.
As I write this, I have just finished sending my first ever essay to the Universidade Aberta. I
Já conheces a Padeira de Aljubarrota, não conheces? Já falei sobre a sua lenda aqui mas faz dezenas de referencias a história por exemplo isto.
Inês de Castro, a senhora mais bela (segundo as lendas escritos por homens) da história de Portugal agora cede lugar a Brites de Almeida que foi (segundo os mesmos homens) a mais feia e a mais sobrededada*. A segunda parte do curso tem a padeira como assunto, portanto dirijo-me para o campo de batalha onde os espanhóis derrotados afastam-se do exercito e correm em direção a um inimigo ainda mais assustador…

Os Livros Populares Portuguezes (Folhas Volantes ou Litteratura de Cordel) – Teófilio Braga
Este texto descreve a origem da tradição de “literatura de cordel” em Portugal e situa um panfleto – “Auto Novo e Curioso da Padeira de Aljubarrota” neste tradição.
Literatura de cordel surgiu de tradições mais antigas, satíricas ou religiosas, que foram dramatizados nas cidades, mas o formato dos livrinhos era que deu o nome ao género. Foram impressos em folhas soltas, penduradas em cordéis e vendidas por cegas. Existiam até no século XVI mas algumas leituras foram vítimas dos índices expurgatórios**
Houve um renascimento da literatura popular no século XVIII, fomentando uma ligação entre as várias tradições orais e a imprensa. O “Auto Novo e Curioso da Padeira de Aljubarrota” (ou “Forneira” – depende da edição) saiu em 1743 mas encontra-se nos catálogos populares no Porto em meados do século XIX. Segundo o historiador, o autor, Diogo da Costa foi pseudónimo de um professor de gramática, André da Luz
“Auto Novo e Curioso da Padeira de Aljubarrota” Diogo da Costa
Segundo a leitura anterior, “é uma relação alambicada e conceituosa” e concordo que a história é tortuosa mas não o achei assim tão sentencioso. Um pouco, sim, mas a narrativa continua em frente come cena após cena de ação. É picaresco e às vezes sangrento. Além dos espanhóis, ela degola um turco (e os filhos dele), fere de morte um homem que quer casar com ela, e mata um bando de ladrões. Estou a esquecer alguém? Sei lá.
O que mais me marcou é que o conto não tem nada de patriotismo no retrato da padeira. No primeiro parágrafo, o autor descreve a terra dela como “a famosa, e sempre leal Cidade de Faro” e salienta as origens humildes de Brites de Almeida. Estes dois elementos podem ser atributos de uma heroína popular, mas as ações dela surgem da amizade aos portugueses, ódio aos criminosos e donos de escravos, proteção da sua propriedade (o forno) mas amor da pátria, nem por isso!
“A Padeira de Aljubarrota: Entre Ontem e Hoje” (Capítulo 4) Cristina Pimenta
Espero que não errei em escrever o título. De acordo com o arquivo, é simplesmente “A Padeira de Aljubarrota” mas fiz uma pesquisa e acho que este é o único livro que ela escreveu.
O livro mostra a evolução ao longo dos anos, desta figura mítica, ela foi adaptado pelos autores de cada época para fortalecer o espírito nacional:
- Restauração (1640) A evocação da padeira em contextos religiosos e historiográficos deu legitimidade á nova dinastia de Avis.
- Século XVIII Em tempos de calma, a história foi tratado mais levemente e foram acrescentados mais pormenores à lenda (foi durante este século que foi escrito o antes mencionado “Auto Novo…”).
- Século XIX Numa era de romantismo e liberalismo a história foi apropriado como símbolo da regeneração nacional após a derrota do Miguelismo*** Também surge como personagem no livro “A Abóbada” de Alexandre Herculano or causa do seu valor simbólico.
- Século XX Como é óbvio, uma figura tão trabalhadora, valente e simples representa um oportunidade ao Estado Novo que colocou a padeira em selos dedicados á independência da república. Também apareceram versões Salazaristas da lenda, editado pelo Secretariado da Propaganda Nacional. Além dos já existente virtudes, o regime acrescentaram moralidade e defesa da pátria.

* Not a real word, obvs. I am trying to say she is “over-fingered” because she supposedly had six on each hand
**I should probably do a blog on Censura in Portugal at some point – it’s listed here though if you’re interested.
***I should probably know what this is but I don’t










