I know everyone’s attention span is super-short these days, so here’s a TL;DR summary of all the Pedro e Inês content so far.

I know everyone’s attention span is super-short these days, so here’s a TL;DR summary of all the Pedro e Inês content so far.

One more thing about Inês de Castro before I change the subject: She is often referred to in poetry as “colo de garça”. A garça is a heron, and colo is a funny little word that doesn’t have an exact match in english. The first and third meanings given by Priberam both refer to the upper part of the bust, but there are others indicating the upper part of the chest below the neck, and also the lap… It often comes up when talking about babies – they are “no colo”, in other words cradled in a pair of arms or sat in someone’s lap, being held by a parent – and it has a bunch of figurative senses too, relating to being welcomed with open arms, cared for, looked after and protected.

But being me, after a brief period, I asked reddit
Porque é que vários poetas chamam Inês de Castro de “colo de garça”? Uma garça=uma ave, não é? E colo de garça é um elogio porquê? Fiz uma pesquisa (ou seja googlei) e nesta página existem 3 teorias:
Tinha um pescoço esbelto como uma garça (adoro mas nunca antes ouvi alguém a dizer “colo” para referir ao pescoço)
Tinha seios brancos como o peito de uma garça (mais natural mas se alguém chamasse um inglesa de “heron tits”, garanto-vos que não seria um elogio)
Era vista como uma prostituta pelos nobres (provável, mas como origem da expressão, é duvidoso na minha opinião)
Será que alguém sabe mais? Ou tem uma teoria ainda mais rebuscado?
Recebi poucas respostas mas ao que parece a primeira versão – pescoço esbelto – é muito acreditável.
Notes jotted down from part of the Portuguese Culture Unit I am studying.
Pedro I de Portugal (1320-1367), antes da sua ascendência ao trono, casou com Constança Manuel, mas foi abertamente infiel com a aia dela, a galega Inês de Castro. O pai de Pedro, o então rei Afonso IV, reprovou a relação, até após a morte de Constança quando Pedro e Inês viviam com se fossem casados. Em 1855 o rei mandou o assassínio de Inês, temendo a influência da família Castro. Este ato provocou uma rebelião contra o rei por Pedro, os Irmãos de Inês e vários aliados, mas não foi bem sucedido e os dois lados na guerra concluíram um paz desassossegado. Dois anos depois, com o morte do soberano, Pedro foi aclamado rei do país e pós em andamento a sua vingança contra os homens que executaram as ordens de Dom Afonso. Logo depois, afirmou que tinha casado com Inês antes da morte dela e declarou-a como rainha. Até se diz que o cadáver de Inês foi desterrado e coroado e que os nobres foram forçado, sob pena de morte a beijar a mão dela. Seja como for, os túmulos dos amantes ficam no Mosteiro de Alcobaça, lado a lado para que, no dia da ressurreição, acordado dos seus sonos, Pedro e Inês se vejam sem demora.

Segundo o site Mitologia.pt , existe um poema secreta, atribuída ao então infante Pedro, mas a sua autoria é discutível. Porém, segundo o mesmo site, o comprovadamente mais antigo poema (tirando esse duvidoso) é “Trovas à Morte de Inês de Castro” de Garcia de Resende (1470-1536).
O poema é contado do ponto de vista de Inês, na hora da sua morte. Ela não culpa o rei mas sim os cavaleiros que acabaram executados por Pedro. Este decisão é interessante. Às vezes, vemos obras de arte que evitam responsabilizar uma figura histórica porque a figura anda favorecida pelo povo ou pelas autoridades atuais. Será que o rei da sua época desfavoreceria qualquer pessoa que criticou o seu antecessor? Parece-me pouco provável uma vez que um século tinha passado entre o morte do Pedro e o nascimento do poeta, mas quem sabe?

Mais um poeta que escreveu poesia sobre a lenda é João Miguel Fernando Jorge (1943-hoje). O professor do curso forneceu-me com fotos de 7 páginas do livro “Crónica“. O que mais me marcou foi a diferença entre as primeiras linhas de cada página (por exemplo “COMO ELREI DOM PEDRO DE PURTUGAL DISSE POR DONA ENES QUE FORA SUA MOLHER REÇEBIDA E DA MANEIRA QUE ELLO TEVE” e o resto do texto que é escrito em português moderno. A razão custou-me descortinar: A obra do Jorge é uma espécie de atualização ou de recontagem de uma obra mais antiga, especificamente a “Crónica de Don Pedro I°” de Fernão Lopes (1418-1459) o escrivão e cronista do reino de Portugal, daí a sua ortografia antiga.

Teorema é um conto de Herberto Helder. Helder (1930-2015) foi um poeta madeirense, mas, ao que parece, também soube escrever prosa. E sendo ele madeirense, por acaso, não tive de ler o conto online porque a madeirense que tenho em casa tem um exemplar do seu livro “Os Passos em Volta” no estante. É brutal! Adorei! É contado na primeira pessoa por Pêro Coelho, um dos dois executados por Pedro por ter participado no assassínio de Inês de Castro. Fiquei muito orgulhoso logo na primeira página porque o narrador descreve uma janela “no estilo manuelino” e eu soube instantaneamente que era um anacronismo: o estilo manuelino foi desenvolvido na época de D, Manuel I, cem anos depois da morte de D. Pedro. Mas mais tarde o narrador ouve a buzina de um automóvel e eu entendi que o conto é surrealista. A estátua do Marques de Sá da Bandeira? Mais um anacronismo, não é? E o protagonista continua com a narração enquanto o soberano come o coração dele, cru e cheio de sangue, o que não é normal. Eh pá cinco páginas esmagadoras!
Já li dois livros de Nuno Júdice (1949-2024), mas não sabia que ele também escreveu um poema do ponto de vista de Pedro, nos anos após a morte da sua amante