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Orgulho e Preconceito

Here’s a text from Thursday about how everything is the fault of The Gays.

Na segunda-feira, havia uma notícia sobre o líder da Igreja ortodoxa russa. Disse que os valores liberais do ocidente estavam entre os motivos da invas… hum…peço desculpa… da “operação militar” na Ucrânia, e acima de tudo, citou as “marchas de orgulho gay” por serem “projetadas para demonstrar que o pecado é uma variação do comportamento humano”

Esta não foi a primeira vez que um líder da Igreja culpou os homossexuais pelos problemas do mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, há quem acredite que agitar uma bandeira arco-íris contribui para tempestades e terramotos.

Então, a mensagem é muito nítida: a homossexualidade é mais perigosa do que qualquer outra força no universo. A Ucrânia estava a construir uma reserva de lésbicas termonucleares e Putin foi forçado a intervir. Não havia outra hipótese.

Just after writing this text, someone randomly retweeted this video into my timeline. Woah. Maybe the churches are following the wrong JC: José Cid instead of Jesus Christ.

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V-V-V-V-Variações

Recentemente, vi um filme chamado “Variações”. Já sabia que este gajo foi uma figura muito importante na música portuguesa nos anos oitenta. Nuno Markl mencionou-o na rubrica “Caderneta de Cromos” e também aparece na série 1986. Logo depois, perguntei à minha esposa que me disse que era um dos cantores favoritos dela quando era nova. Alguns outros portugueses disseram a mesma coisa. Confesso que não compartilho o entusiasmo deles, mas isto não é surpreendente, porque não cresci num país onde a música dele fez parte do dia-a-dia, mas queria saber mais sobre este artista para compreender algo que marcou a minha esposa da mesma maneira que fui marcado pelo Morrissey ou pelo Lloyd Cole ou pelo Boy George.

O filme é espectacular: Sérgio Praia, o actor que o protagonizou é um actor excelente com uma voz bonita e uma presença forte que fez toda a diferença, porque claro este tipo de filme seria lixado se não tivesse um actor capaz de carregar o espírito do protagonista. Deixou-me com uma imagem dum homem complexo, corajoso e dotado que viveu uma vida cheia, apesar de morrer relativamente novo com quarenta anos: lutou numa guerra, viajou através do mundo, seguiu o seu sonho de ser músico, participou no nascimento do clube gay mais famoso do país, etc. Ouvi pessoas a comparar o Variações com David Bowie, e pergunto-me o que conseguia fazer se tivesse atingido a idade que o Bowie tinha quando morreu, ou se a carreira dele alcançasse o mesmo tempo da de Leonard Cohen ou Bob Dylan.