Estou no comboio de Edimburgo para Londres após uma semana de férias. Eu e a minha esposa fomos assistir a vários espectáculos que fazem parte do festival – o “Edinburgh Fringe” – que decorre naquela cidade anualmente. A nossa filha ficou connosco durante duas noites também.
Para quem quiser visitar o festival durante os dias restantes, recomendo a magia do Andrew Frost, a comedia da Alice Fraser e a acrobacia dos Circa, mas em geral quase tudo que vimos foi incrível, com exceção de um comediante cujo espetáculo tem como assunto a aplicação Microsoft Excel. Eu achava que podia ser divertido porque uso a app todos os dias. Mas, que desilusão, parecia um treino corporativo, mas com menos gargalhadas. O comediante esgotou as ideias todas dentro de 45 minutos mas o espectáculo durou 60 minutos. Depois, passou o resto do tempo a falar sobre ser gay. Ó rapaz, fico muito feliz por ouvir que encontraste a felicidade mas vimos aqui para ver um espectáculo sobre as folhas de cálculo. 99 por cento dos comediantes e atores nesta cidade também são homossexuais. Não é nada de especial. Então, conta lá mais piadas péssimas ou cala-te e deixa-nos sair desta caverna.
Ufa, desculpa, não quis falar tanto sobre o pior espectáculo da semana, mas, ao que parece, precisava de desabafar.

Tirando isso, adorei a semana toda: os restaurantes, os espectáculos, a cidade bonita onde nasci, e até as pessoas sem noção por todo o lado nas ruas. Não havia pressa, portanto não me importava assim tanto quando havia 30 inglesas usando roupas dos anos 70, a dançar nas ruas na minha frente, com auscultadores nos ouvidos enquanto um homem desfarcado de Margaret Thatcher passou em frente à caminho de um clube de comédia qualquer em Leith. A atmosfera estava alegre e descontraída.
