Expliquei a alguém o conceito da “pá” portuguesa hoje. Utilizei um vídeo do Diogo Badalada para ilustrar o meu discurso. Neste vídeo, o Diogo Batcave explica que além de cãezinhos* de água, o país produz a maioria da cortiça do mundo.
Pensando nisso, ocorreu-me que no futuro este produto pode ser útil porque, quando o ártico e o antártida descongelarem, e os mares surgirem por cima das costas dos continentes, Portugal flutuará na superfície da água. Afinal a profecia de José Saramago será concretizada… Quase… Porque será só Portugal e não a península ibérica que escapará o dilúvio**.
Diogo Badass
*gah, its so trixy that the plural of cãozinho os cãezinhos!
**This is a reference to the novel “A Jangada de Pedra” (“The Stone Raft”)
Seguindo o conselho da praptipanda e da dani_morgenstern, já vi a nova edição do Relatório DB com Diogo Batalhadealjubarrota. É muito engraçado.
“Fuck off, pá!”
Parece que toda a gente está a falar da rubrica “Tema Mais Grande Do Mês” no qual o apresentador, Diogo Batguano responde ao menosprezo do Trevor Noah. O Trevor tinha feito algumas piadas sobre Portugal, dizendo que o país não produz nada de* interessante além de cães de água. O Senhor Batmimton explicou as vantagens de viver num país com um serviço nacional de saúde e sem metralhadoras por todo o lado. Falou também dos bens exportados pelo país, tais** como cortiça, vinho, cortiça, golos marcado pelo Ronaldo e hum… Já mencionei cortiça?
E fez tudo isso em inglês com legendas portuguesas. Às vezes a divergência entre as legendas e o diálogo tem muita graça. Perto do final, enquanto ele está a explicar o uso da palavra “pá”, as legendas dizem “Vai pentear macacos pá” para traduzir as palavras de uma atriz*** que exclama “Fuck off, pá!”
Os fãs do programa estão a apoiar o seu pedido de “Just Say Pá, Trevor”. Ou seja, se disser “pá” no seu programa, o país absolvê-lo-á
It’s starts at about 12:45 #justsaypátrevor
*=Nada de interessante (“nothing of interesting”) seems a but surprising but there it is!
**=I usually use “tal como” but of course the tal (“such”) is an adjective so needs to change with plurals
***=apparently she’s a comedian and youtuber called Luana do Bem
No texto de ontem falei do vídeo do Diogo Bataguas/Batuta/Batman/QualquerCoisa*. Mas não mencionei a maior estrela do vídeo, o Toy. Para ser sincero, nunca antes tinha ouvido falar desse senhor, mas andei à procura de vídeos das músicas dele. Parece que é boa música de festa mas não senti me uma grande pulsão* em comprar os seus álbuns.
Mas percebo o génio de contratar um cantor famoso daquele estilo de música para gravar o tema duma rubrica dum programa televisivo.
*=in the original version of yesterday’s text, I got Diogo Bataguas’s name wrong and called him Diogo Batuta.
**=not really the right word. I’m reading a book that has Sigmund Freud as one of its characters and he uses this word – it means an urge, in the psychological sense. It would have been better to say something like “não me senti compelido a comprar…”
Toy: Bataguas not included
Thanks to Dani for the grammar corrections. She’s also given me some factual corrections which I’ll pass along so as not to give the wrong idea:
The video is a web series, not a TV show. Diogo Bataguas is “um moço singelo” (a simple, innocent lad) who asks for contributions from his fans in order to be able to pay his team – namely, Sandro, who is always hungry
Toy doesn’t just sing party songs as I’ve described here, he also does emotional ballads and TV soap opera theme songs but he’s also known for being an interesting personality. He gave away tickets to his wedding to random fans and he… Invented a style of driving with his knees…? Speaking as a cyclist, this doesn’t exactly endear me to the bloke, to be honest, but apart from that he seems OK. One fellow learner told me (s)he had met him in a seafood restaurant in Azeitão and he had spoken warmly and at great length of his love for Canadian audiences. Telling this story later, (s)he found out that virtually everyone who has ever been to any restaurant in Azeitão has had a similar experience because he is “um senhor bastante gregário”.
Tentei ver um vídeo de Diogo Bataguas há anos mas não entendi patavina. Hoje de manhã experimentei mais uma vez, com o link sugerido pela Dani.
Consegui entender muito mas continuo a não achar engraçado porque ele fala tão rapidamente que os meus ouvidos mal conseguem decifrar as palavras antes de ele começar a a próxima frase e daí a diante, ando atrás da piada à espera de perceber o humor. Mas temos um ditado em inglês “O segredo da grande comédia é…. Hm… Como se diz ‘timing’*? Tempo? (Hm… Piadas tem mais graça quando o sol está a brilhar?) Sincronização? Acho que não. ‘temporização’? ‘cronometragem’? Pois… O meu problema é que, ainda que entenda as palavras, chego ao entendimento um meio segundo depois, e o humor fica estragado pelo atraso.
Tenho o mesmo problema com outros comediantes: Joana Marques (que aparece inesperadamente no vídeo), Salvador Martinha (estrela do primeiro programa português do Netflix, antes do Glória!), Bruno Nogueira e Mariana Cabral, entre outros. É frustrante.
Mas tenho ganas (ah ah, ainda estou a utilizar as frases de anteontem!) de rir com a comédia portuguesa, por isso continuo a experimentar vídeos de vez em quando. Um dia, vou conseguir!
*=There’s a very boring answer to this: they say “timing”. A couple of people pointed me to this Gato Fedorento sketch where a “javardola” (disgusting slob) seems elegant when he uses French words, but part way through he slips into using English words instead and doesn’t realise it. Timing is one of the words he uses.