O Instagram mostrou-me este anúncio sobre um concerto de Maria Luisa Jobim, a filha do Tom Jobim, que é quase um deus no mundo musical. Ela também canta muito bem, como podem ouvir neste vídeo, e compõe música e toca varios instrumentos.
O seu convidado é o cantor português António Zambujo, cujo nome tem a grafia certa no anúncio, mas nota-se que no site do Jazz Café, tem um chapéu brasileiro em vez do acento agudo português.
Pergunto-me como ocorreu este erro. Será que o realizador dos concertos é brasileiro e não sabe como se escreve em Portugal? Ou os donos da sala de concertos em Londres assumiram que o nome dele se escreve da mesma maneira como Antônio Jobim?
Eu e a minha esposa estamos no Union Chapel, uma igreja que também serve para sala de concertos . Os cantautores Miguel Araújo e António Zambujo estão a cantar juntos. Estamos no intervalo entra a primeira metade e a segunda.
Já cantaram um dos meus favoritos, “nos desenhos animados“, dos azeitonas mas admito que não conheço as canções todas.
Acima de tudo, estou super feliz porque um homem aproximou-se de mim e falou comigo em português. Isso quase nunca acontece e eu fiquei tão surpreendido que não entendi o que ele disse! Achei que ele me estava a dizer que esperava alguém, mas não, perguntou se eu estava. Que vergonha.
O concerto foi assim-assim. A fadista subiu ao palco muito depois da hora da abertura. Esperei quase duas horas na igreja (mas o tempo não foi desperdiçado: entretanto fiz uma pesquisa que se tornou o teor do blogue passado). Ela cantou um leque de fados tradicionais, muitos dos quais eu não conhecia, mas reconheci o “Barco Negro” e o “Foi Deus”. Acho que a decisão dela não tocar “Chamem o FBI do Coração” foi boa estratégia porque não teria batido certo naquela sala. Ela tem uma voz incrível mas eu estava de mau humor por causa do atraso e não apreciei a música. Ainda por cima, a sua versão do “Barco Negro” foi demasiado lenta, o que me irritou.
Uau! Que espectáculo incrível! As minhas expectativas do concerto de Carolina Deslandes eram baixas; gosto de algumas canções dela, mas regra geral, aquele estilo de música não é o meu preferido. Mas ainda que não me sentisse otimista, a realidade do concerto esmagou-me. Ela cantou todas as canções de que mais gosto, e além disso muitas canções boas de outros (Rui Veloso, Sérgio Godinho, António Zambujo e Amy Winehouse) e criou um ambiente animado e feliz naquele espaço íntimo.
Entre as canções, ela falou e brincou com o público. Entendi quase tudo, mas tive de perguntar à Catarina sobre umas coisas que me passaram ao lado. Por exemplo, para ilustrar quantas tugas há nesta cidade, ela contou uma história sobre uma peça de teatro que ela foi assistir com uma amiga quando morava cá em Londres. A amiga comia alguma coisa e uma funcionária do teatro disse que “you can’t eat tha’ ‘ere”. Quando a funcionária virou as costas, a amiga disse (em português) “que estúpida” e a funcionária voltou a virar-se, com um gesto muito português e disse (também em português) “estúpida és tu”, que deixou a amiga da Carolina baralhada porque não sabia que as suas palavras seriam compreendidas.
Entendi isto tudo, mas no final da anedota a amiga sacou uma sandes, embrulhada em alumínio, porque “Tuga que é tuga ________”
Ao que parece, as palavras que perdi foram “leva merenda”.
Antes do espectáculo principal uma artista portuguesa chamada Raquel Martins, que mora em Londres já há 7 anos tocou umas músicas. Levou uma convidada ao palco e aqui tenho mais uma confissão: achei que ela disse que a convidada era a sua irmã, mas que disse irmã num sotaque invulgar. Mas errei. O convite foi a cantora Irma!
(Edited this and the previous one. Lots of typos recently. Sorry. All this typing while walking and typing while on the bus is taking its toll, apparently. Thanks to Cristina for the corrections)
O concerto de ontem foi esmagador. Ela cantou muitas canções que adoro, como por exemplo “Gente da Minha Terra”, “Senhor Vinho” e “Estranha Forma de Vida”. Havia quase dois mil portugueses na sala mas eu sentei-me ao lado de dois brasileiros. Que azar! Aproveitei a oportunidade de lhes ensinar o básico da língua portuguesa.
Após a última música, ela voltou ao palco para cantar mais uma que não conheço, mas deve ser muito famosa. Porque toda a gente cantou em uníssono. Vou estudar as letras em breve.
Estou a caminho do concerto da Mariza no Centro Barbican. Ainda há bilhetes disponíveis, o que me surpreende. Pensei em convidar a minha filha que prolongou a sua estadia connosco durante mais 3 dias, mas ela prefere ficar em casa com a nossa televisão e umz pizza grande. Não me admira. Já fomos assistir a um concerto dela há uns anos. Houve três convidados no palco naquele espectáculo, incluindo Carlos do Carmo. Leva 4 paga 1.