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Hatters Gonna Hat

Este texto está a apodrecer na pasta de rascunhos desde Outubro de 2024 mas aqui estamos na semana gloriosa do chapéu e estou a sacudir o pó dos seus parágrafos e a prepará-lo para a publicação.

Fiquei curioso sobre a identidade deste homem, o Chapeleiro António Joaquim Carneiro.

A vida dele é assunto da maior banda desenhada de sempre. Ou seja, é ilustrada numa série de imagens pintadas em azulejos no museu do azulejo em Lisboa, onde fui após a maratona de Lisboa no ano passado. A história é menos interessante do que imaginei. O tipo não foi um herói nacional mas sim um chapeleiro (uau, à sério??) cuja habilidade e esforço resultaram em lucros impressionantes. Na época na qual o modista viveu (o século XVIII), sucesso ofereceu oportunidade de se juntar à burguesia, e ele mudei de casa da sua aldeia para a cidade onde encomendou o conjunto de azulejos para imortalizar a sua vida. E quem nega a eficácia desta estratégia? Quem teria ouvido do chapeleiro António Joaquim Carneiro em 2025 se não tivesse mandado alguém criar estas obras da arte?

Não existe mais informações, tanto quanto sei, sobre a vida do homem, além delas contidas nas imagens, mas há uma pagina que descreve minuciosamente a forma deste formato: “Painel rectangular. Medalhão oval no centro limitado por grinalda rematada por filactera com as extremidades enroladas.” O que se segue é uma descrição da imagem em si, mas os pormenores do enquadramento fascinaram-me. Não vou gastar energia em memorizar as palavras porque nunca mais as usarei, mas é fixe, não achas?