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Então, Adeus, Talend de Código Aberto

Esta é uma postagem cruzada*. Raramente escrevo no meu blogue profissional mas apetecia-me me desafiar para escrever um texto em inglês com palavras técnicas e tentar traduzi-lo em português.

Então, Adeus, Talend de Código Aberto
"Falha de conversão, convertendo o valor nvarchar para o tipo de dado int"
Isso é que era o teu bordão**
Más já a conversão é bem sucedida e foste convertido
Para uma plataforma caríssima de computação na nuvem
-EJ Thribb

Estou longe do bloguista mais prolífico de sempre, ao menos no meu blogue técnico, mas sinto-me obrigado a escrever alguma coisa sobre a “passagem desta para melhor***” da aplicação livre mais útil que já encontrei: o Talend de Código Aberto. Se não conheces, é basicamente um gerador da linguagem de programação Java que era o irmão mais pequeno da mais cara plataforma Talend Nuvem. Quando dei por esta app, a versão nuvem ainda não existia e Talend consistia num leque de ferramentas para preparação de dados, integração e sei lá mais o quê mas ao longo dos anos, reduziram gradualmente esta seleção até só restar a ferramenta de integração (que era gratuita) e se precisasse de mais, tinha de comprar a versão da nuvem.

Acho que isto era inevitável por duas razões. Primeiro, foi criada para redes locais e embora pudesse interagir com fontes de dados na nuvem, não era capaz de lidar com sistemas de alta segurança tipo Amazon Web Services, portanto, já que muitas empresas migraram para a nuvem, chegou a hora para uma nova geração de software. E em segundo lugar: dinheiro. Já falei (num outro texto do blogue) sobre quando visitei a sede do Talend há algum tempo para discutir a versão paga da app. A equipa de vendas não estava lá, portanto acabei por falar com os programadores e eles disseram, “não te rales, apanha a versão grátis, é ótima!” E foi, mesmo, mas não se pode ganhar lucros para os investidores assim!

Era tão colorida que sentia-me como se estivesse a brincar com Lego e tinha ferramentas opcionais que também não custavam nada (ao contrário de SSIS) e era capaz de fazer ligações desde qualquer sistema para qualquer outro e de interagir com o sistema de ficheiros, e se ainda não teve sucesso, havia componentes capazes de executar mandamentos de MS-DOS ou de Java. Utilizei-a para criar ficheiros de pdf de respostas em formulários e para amalgamar ficheiros tiffs com diversas páginas e para transferir arquivos e estabelecer pastas e criar tabelas de bases de dados distribuir listas de erros em pastas etiquetadas com marcas temporais e… muito mais coisas. Foi incrível. O apoio ao cliente era sempre excelente, se precisasse, mas quase nunca acontecia porque o software era tão intuitivo e quase nunca entrava em travamento nem congelava. Posso continuar a usar o software porque tenho a versão mais recente neste portátil, mas já não tem apoio da empresa desde o início deste ano, acho que seria perigoso: com mudanças na linguagem de programação Java, o software tornar-se-á cada dia mais instável. Chegou a hora de passar a explorar novas ferramentas.

Pois, sem problemas, sou um burro velho mas consigo aprender novas línguas**** e estou a usufruir da oportunidade para conhecer melhor o Visual Studio/SSIS, o que também é poderosíssimo à sua própria maneira mas acho que custar-lhe-ia se fosse metido num projecto mais complicado com diversas fontes de dados heterogéneas. Preciso de passar uma mês a analisar o mercado quando tiver mais tempo livre, porque o meu conhecimento das aplicações informáticas está rigorosamente enferrujado e seria interessante ver o que está disponível durante os últimos 3 anos da minha carreira antes de alguém inventar uma IA capaz de fazer migrações de dados e que fica envergonhada durante festas da equipa e ir-me-ei reformar para desfrutar a minha obsolescência.

Feel like pure shit, just want her back x

*Uma vez que contém tanto jargão que poderão não existir no Priberam, coloco uma lista de vocábulos ao fundo da página com pelo menos um enlace por palavra para ilustrar o seu uso.

**Bordão here means catchphrase but I’m told the word is “a cair em desuso e poderá não ser conhecido por falantes mais novos”, but I am delighted by the video so I’m reclaiming it. There’s also a word – estribilho – that someone mentioned but given that nobody else thought of it I’m not sure how common it is. There are equivalents in brasil, like “Chavão”, but in Portugal, apparently, most people just say Catchphrase and the anglicismo is “muito enraizado”. Thanks to MacacoEsquecido, UrinaRabugenta and Dani Morgenstern for their help, plus some random Brazilians for showing up and starting a side-discussion despite me specifically asking about PT-PT

***I’m not really sure if this works since the first draft was a bit confusing, but “passar/ir desta para melhor” is an expression meaning “going to a better place” – ie, die – so that’s what I’m driving at!

****Ah ah, soa como auto-depreciação, não é? Acabo de constatar que a expressão portuguesa equivalente a “You can’t teach an old dog new tricks” é “Burro velho não aprende línguas”. Por que carga de água estes Tugas ousam difamar-nos? Nós burros velhos temos não merecemos tamanho abuso. Somos capazes mesmo!

PS When I typed “SSIS” into the tag box it wondered if I meant Machado de SSIS 🙂

Thanks to Cristina for the corrections to this unusually long and shop-talky post.

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Just a data nerd

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