
Sou membro de um grupo online chamado “O que é esta planta?”. O propósito do site é bastante óbvio: identificar plantas, folhas e flores encontrados no dia-a-dia. Na semana passada, alguém compartilhou esta foto, perguntando qual é a flor na imagem, sem saber que a resposta está escrita na garrafa. “Esteva” é o nome da flor. Em latim, diz-se Cistus Ladinifer, e em inglês é “rockrose”, e é muito bonita, não é?
Mas, sendo um estudante da cultura portuguesa, eu fiquei curioso sobre a marca: Casa Ferreirinha.
Segundo a Wikipédia, “Ferreirinha” refere-se à empresária D Antónia Adelaide Ferreira, uma cultivadora de vinho do Porto que viveu no século XIX. Casou-se com um primo (estes ricos são uns esquisitos, não é?) mas ficou viúva com 33 anos, e ainda bem porque o primo-marido (primarido?) era extravagante e esbanjou grande parte do seu dinheiro.
Na viuvez, a empresária foi alargando as suas terras. Comprou quintas nos lugares mais soalheiros, meteu-se na política, preocupou-se com as famílias nas suas terras e adegas, e como resultado era vista com carrinho. Casou-se pela segunda vez com o administrador da empresa. Fiquei interessado por ver que se deslocou para Inglaterra à procura dos meios mais modernos para combater a filoxera. Nós não temos uma história de cultivo de vinhas, mas temos um jardim botânico logo ao pé de mim, portanto perguntei-me se ela passou algum tempo aqui em Kew.
Todavia, a empresa, atualmente conhecida por Casa Ferreirinha não é a sua. A história é contraditória: Segundo o site Sogrape, a marca tem “mais de 250 anos de história”, ou seja, é mais antiga do que ela, mas segundo a Wikipédia, o seu segundo dono nasceu em 1913. Eu não sei, mas ao que parece o nome é apenas uma homenagem a ela.